Domingo V da Quaresma – 18 Março 2018
Convite a dedicar a vida à missão do anúncio da esperança
Temos aqui duas concepções sobre o Messias.
Seguindo a tradição transmitida pelos dirigentes, o povo aclama Jesus como um
rei político. Mais tarde, essa ideia será transformada no motivo da condenação
de Jesus. Por outro lado, Jesus apresenta-se como o Messias predito pelas
Escrituras, mostrando, porém, a sua verdadeira missão: dar a vida para salvar e
reunir o povo. Jesus, ao chegar a Jerusalém para a festa da Páscoa judaica, é
aclamado pela multidão. Está próximo o desenlace do seu ministério de amor e
dom de si. Dirige-se aos seus discípulos realçando o carácter de dom total a
ser assumido por todos eles. O dom da própria vida é o acto fecundo que gera
mais vida, tanto naquele que se doa como naqueles que são tocados pelo seu
amor. A vida é fruto do amor e ela será tanto mais pujante quanto maior for a
plenitude do amor, no dom total. Na metáfora do grão que se transforma, Jesus
afirma que o homem possui muito mais potencialidades do que aquelas que lhe são
conhecidas. Com o dom de si, novas e surpreendentes potencialidades se revelam.
A morte, no sentido que Jesus fala, não é um fim trágico, mas é o começo de uma
vida mais plena, já neste mundo. Morrer para os seus limites, impostos por uma
cultura de consumo e opressão, para viver livre na comunhão do amor e da vida
com os irmãos, particularmente os mais necessitados. Isto é servir a Jesus e,
assim, se manifesta a glória de Jesus e a glória do Pai. Quem não teme a
própria morte confunde o opressor poderoso e conquista a liberdade que
transforma o mundo pelo amor. Viver é dar a vida e tem-se a vida à medida que
ela é dada.
MISSA
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ANTÍFONA DE
ENTRADA – Salmo 42, 1-2
Fazei-me justiça, meu Deus, defendei a minha causa contra a gente sem
piedade, livrai-me do homem desleal e perverso.
Vós sois o meu refúgio.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, concedei-nos a graça de viver com alegria o mesmo
espírito de caridade que levou o vosso Filho a entregar-Se à morte pela
salvação dos homens.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
Liturgia da Palavra
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LEITURA I – Jer
31, 31-34
«Estabelecerei
uma aliança nova e não mais recordarei os seus pecados»
Ao longo de
toda a História da Salvação, Deus, para levar os homens a estabelecerem com Ele
relações pessoais, foi concluindo alianças com o Povo de Israel, através de
homens extraordinários, que servem de mediadores. À humanidade decaída pelo
pecado, que «vivia no terror dos deuses e do destino implacável». Deus ia assim
revelando o Seu amor e os Seus desígnios de salvação.
Estas alianças,
porém, eram provisórias, particulares, acompanhadas de promessas de carácter
material e ligadas a um povo. Preparavam e conduziam a uma aliança nova,
espiritual, definitiva e universal, que pela primeira vez, o profeta Jeremias
anuncia ao Povo de Deus.
Leitura
do Livro de Jeremias
Dias
virão, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e com a casa de
Judá uma aliança nova. Não será como a aliança que firmei com os seus pais, no
dia em que os tomei pela mão para os tirar da terra do Egipto, aliança que eles
violaram, embora Eu tivesse domínio sobre eles, diz o Senhor. Esta é a aliança
que estabelecerei com a casa de Israel, naqueles dias, diz o Senhor: Hei-de
imprimir a minha lei no íntimo da sua alma e gravá-la-ei no seu coração. Eu
serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Já não terão de se instruir uns aos
outros, nem de dizer cada um a seu irmão: «Aprendei a conhecer o Senhor». Todos
eles Me conhecerão, desde o maior ao mais pequeno, diz o Senhor. Porque vou
perdoar os seus pecados e não mais recordarei as suas faltas.
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL
– Salmo 50 (51), 3-4.12-13.14-15 (R. 12a)
Refrão: Dai-me, Senhor,
um coração puro. (Repete-se)
Compadecei-Vos de mim, ó Deus,
pela vossa bondade,
pela vossa grande misericórdia,
apagai os meus pecados.
Lavai-me de toda a iniquidade
e purificai-me de todas as faltas. (Refrão)
Criai em mim, ó Deus, um coração puro
e fazei nascer dentro de mim um espírito firme.
Não queirais repelir-me da vossa presença
e não retireis de mim o vosso espírito de santidade. (Refrão)
Dai-me de novo a alegria da vossa salvação
e sustentai-me com espírito generoso.
Ensinarei aos pecadores os vossos caminhos
e os transviados hão-de voltar para Vós. (Refrão)
LEITURA II – Hebr
5, 7-9
«Aprendeu a obediência e tornou-se causa de salvação eterna»
A Aliança
anunciada por Jeremias, veio a realizar-se pelo mais perfeito dos mediadores –
Jesus Cristo, Filho de Deus e irmão dos homens, segundo a natureza humana por
Ele assumida.
Porque, foi
sancionada com o Seu Sangue, no Sacrifício Pascal, («a nova Aliança no meu
Sangue»), Jesus não é apenas o Mediador, mas a própria Aliança: Ele estabeleceu
a comunhão perfeita dos homens com Deus.
Realidade
definitiva, esta é a Aliança nova. Mas é também eterna. Não há necessidade de
se repetir, como as antigas. Pela Eucaristia, feita em Sua Memória (I Cor. 11,
25), como Ele ordenou, a Aliança do Calvário torna-se presente em todos os
lugares e tempos. Participando nela, com fé, os fiéis unem-se ao Mistério da
nova e eterna Aliança, recebem a salvação preparada no Antigo Testamento e que
será consumada pela vinda gloriosa de Cristo.
Leitura
da Epístola aos Hebreus
Nos
dias da sua vida mortal, Cristo dirigiu preces e súplicas, com grandes clamores
e lágrimas, Àquele que O podia livrar da morte e foi atendido por causa da sua
piedade. Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento e, tendo
atingido a sua plenitude, tornou-Se para todos os que Lhe obedecem causa de
salvação eterna.
Palavra do Senhor
ACLAMAÇÃO ANTES DO
EVANGELHO – Jo 12, 26
Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna
glória. (Repete-se)
Se alguém Me quiser servir, que Me siga, diz o Senhor, e onde Eu
estiver, ali estará também o meu servo. (Refrão)
EVANGELHO – Jo 12,
20-33
«Se o grão de trigo, lançado à terra,
morrer, dará muito fruto»
Só
morrendo é que a semente dá origem a uma vida nova, revelando assim a sua
maravilhosa fecundidade.
Também
para Jesus a morte é semente de uma vida maravilhosamente nova e fecunda.
Graças à Sua morte redentora, os benefícios da salvação são, com efeito,
comunicados a todos os homens, judeus ou pagãos. A Sua morte é a conclusão da
Sua missão é, por isso, a hora da Sua glorificação.
Aceitando
voluntariamente a morte, em filial e amorosa obediência ao Pai e aos Seus
planos de salvação, Jesus «deu-nos a vida imortal».
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele
tempo, alguns gregos que tinham vindo a Jerusalém para adorar nos dias da
festa, foram ter com Filipe, de Betsaida da Galileia, e fizeram-lhe este
pedido: «Senhor, nós queríamos ver Jesus». Filipe foi dizê-lo a André; e então
André e Filipe foram dizê-lo a Jesus. Jesus respondeu-lhes: «Chegou a hora em
que o Filho do homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade vos digo: Se o
grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito
fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a sua vida neste mundo
conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e
onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém Me servir, meu Pai
o honrará. Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de dizer? Pai,
salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora. Pai,
glorifica o teu nome». Veio então do Céu uma voz que dizia: «Já O glorifiquei e
tornarei a glorificá-l’O». A multidão que estava presente e ouvira dizia ter
sido um trovão. Outros afirmavam: «Foi um Anjo que Lhe falou». Disse Jesus:
«Não foi por minha causa que esta voz se fez ouvir; foi por vossa causa. Chegou
a hora em que este mundo vai ser julgado. Chegou a hora em que vai ser expulso
o príncipe deste mundo. E quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a
Mim». Falava deste modo, para indicar de que morte ia morrer.
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS
OBLATAS
Ouvi-nos, Senhor Deus omnipotente, e, pela virtude deste sacrifício, purificai
os vossos servos que iluminastes com os ensinamentos da fé.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA
COMUNHÃO – Jo 12, 24-25
Em verdade vos digo: se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer,
fica só; mas se morrer, dá fruto abundante.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Deus omnipotente, concedei-nos a graça de sermos
sempre contados entre os membros de Cristo, nós que comungámos o seu Corpo e
Sangue.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
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