sábado, 3 de março de 2018

Jesus insiste na tarefa de limpar o templo, para que não seja um mercado ao serviço dos seus funcionários (sacerdotes...). O Papa Francisco pretende dar-Lhe continuidade…






Domingo III da Quaresma – 4 Março 2018





 Dez Mandamentos – O 8.º: Não roubes pessoas

Hoje, comento a primeira leitura (Ex 20, 1-17), com o Decálogo que inclui os mandamentos de Deus.
Esses mandamentos são um texto-chave da tradição israelita e universal, com os seus mandamentos mais “religiosos” (1-4) que colocam o homem diante de Deus, e os seus restantes mandamentos sociais (5-10), formulados de forma universal, regulando a relações de homens com outros homens.
Neste texto exponho e comento os mandamentos da Bíblia (de acordo com a leitura do Ex 20), não aqueles que têm matizado após a tradição cristã, mudando a sua numeração, insistindo em dois temas principais: 1. Os mandamentos são uma das primeiras formulações mais profundas dos direitos humanos (e deveres), que nessa linha mantêm toda sua relevância.
Quero insistir no 8º mandamento, que diz “não roubarás”, e que se refere acima de tudo ao roubo de pessoas, um mandamento que deve ser lembrado no momento em que ainda há roubo e tráfico.
Não roubareis. Valor sagrado da liberdade…
O assunto do roubo (compra, venda e tráfico) de pessoas ocupa um lugar privilegiado no mesmo Decálogo (Ex 20, 1-17 e Deut 5, 6-21), onde a ordem para não roubar é entendida no sentido de não roubar pessoas.
A primeira tabela dos mandamentos inclui quatro, que se aplicam especialmente ao povo de Israel, e têm um carácter religioso: (1) Não terás outros deuses na minha frente. (2) Não vais fazer ídolos. (3) Não devem pronunciar o nome de Javé, vosso Deus, em vão. (4) Olhe no sábado para santificar ...
A segunda tabela tem um carácter ético, e aplica-se a todos os povos:
(5) Honre seu pai e sua mãe. (6) Não cometerás homicídio. (7) Não cometerás adultério. (8) Não roubarás. (9) Não darás testemunho falso. (10) Não cobiçarás a casa do teu vizinho etc.
Esta segunda tabela começa por defender a família, homenageando pai e mãe (5), para apresentar os três mandamentos mais conhecidos e constantes das grandes culturas (6, 7 e 8), que proíbem homicídios, adultérios e assaltos, estabelecendo assim as bases de todas as relações morais, ratificando o valor supremo da vida (não matando), a ligação dos cônjuges (não adulterando) e a “propriedade” de cada um (não roubando). Bem, no contexto da Bíblia, este último mandamento (não roubar) não se aplica em geral ao roubo de coisas, mas ao roubo (compra e venda) de pessoas (Ex 20, 15 e Deut 5, 19).


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 24, 15-16
Os meus olhos estão voltados para o Senhor,
porque Ele livra os meus pés da armadilha.
Olhai para mim, Senhor, e tende compaixão
porque estou só e desamparado.

Ou - Ez 36, 23-26
Quando Eu manifestar em vós a minha santidade,
reunir-vos-ei de todos os povos;
derramarei sobre vós água pura,
e ficareis limpos de toda a iniquidade.
Eu vos darei um espírito novo, diz o Senhor.

ORAÇÃO COLECTA
Deus, Pai de misericórdia e fonte de toda a bondade, que nos fizestes encontrar no jejum, na oração e no amor fraterno os remédios do pecado, olhai benigno para a confissão da nossa humildade, de modo que, abatidos pela consciência da culpa, sejamos confortados pela vossa misericórdia.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


Liturgia da Palavra


LEITURA I – Ex 20, 1-17

«A lei foi dada por Moisés» (Jo 1, 17)

Na continuação das passagens especialmente significativas da história da salvação, lemos hoje a história de Moisés, o condutor do povo de Deus através do deserto, e aquele por meio de quem o Senhor deu a Lei que há-de orientar para Si os passos do seu povo. Moisés é, assim, uma figura de Jesus, o verdadeiro Pastor do Povo de Deus, como no Tempo da Páscoa O iremos contemplar.

Leitura do Livro do Êxodo
Naqueles dias, Deus pronunciou todas estas palavras: «Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egipto, dessa casa de escravidão. Não terás outros deuses perante Mim. Não farás para ti qualquer imagem esculpida, nem figura do que existe lá no alto dos céus ou cá em baixo na terra ou nas águas debaixo da terra. Não adorarás outros deuses nem lhes prestarás culto. Eu, o Senhor teu Deus, sou um Deus cioso: castigo a ofensa dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que Me ofendem; mas uso de misericórdia até à milésima geração para com aqueles que Me amam e guardam os meus mandamentos. Não invocarás em vão o nome do Senhor teu Deus, porque o Senhor não deixa sem castigo aquele que invoca o seu nome em vão. Lembrar-te-ás do dia de sábado, para o santificares. Durante seis dias trabalharás e levarás a cabo todas as tuas tarefas. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo nem a tua serva, nem os teus animais domésticos, nem o estrangeiro que vive na tua cidade. Porque em seis dias o Senhor fez o céu, a terra, o mar e tudo o que eles contêm; mas no sétimo dia descansou. Por isso, o Senhor abençoou e consagrou o dia de sábado. Honra pai e mãe, a fim de prolongares os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te vai dar. Não matarás. Não cometerás adultério. Não furtarás. Não levantarás falso testemunho contra o teu próximo. Não cobiçarás a casa do teu próximo; não desejarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo nem a sua serva, o seu boi ou o seu jumento, nem coisa alguma que lhe pertença».
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 18 (19), 8.9.10.11 (R. Jo 6, 68 c)
Refrão: Senhor, Vós tendes palavras de vida eterna. (Repete-se)

A lei do Senhor é perfeita,
ela reconforta a alma;
as ordens do Senhor são firmes,
dão sabedoria aos simples.  (Refrão)

Os preceitos do Senhor são rectos
e alegram o coração;
os mandamentos do Senhor são claros
e iluminam os olhos. (Refrão)

O temor do Senhor é puro
e permanece para sempre;
os juízos do Senhor são verdadeiros,
todos eles são rectos. (Refrão)

São mais preciosos que o ouro,
o ouro mais fino;
são mais doces que o mel,
o puro mel dos favos. (Refrão)


LEITURA II – 1 Cor 1, 22-25

«Nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os homens, mas sabedoria de Deus para os que são chamados»

O mistério de Cristo crucificado, embora pareça um escândalo, é, no entanto, a manifestação da sabedoria de Deus, que assim, na aparente fraqueza do Crucificado, revela o poder salvador da sua graça.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Irmãos: Os judeus pedem milagres e os gregos procuram a sabedoria. Quanto a nós, pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios; mas para aqueles que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é poder e sabedoria de Deus. Pois o que é loucura de Deus é mais sábio do que os homens e o que é fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
Palavra do Senhor

ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO – Jo 3, 16
Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória. (Repete-se)

Deus amou tanto o mundo
que lhe deu o seu Filho Unigénito;
quem acredita n’Ele tem a vida eterna.. (Refrão)


EVANGELHO – Jo 2, 13-25

«Destruí este templo e em três dias o levantarei»

O templo arrasado e levantado em três dias é figura da Morte e da Ressurreição de Jesus. É Ele o templo verdadeiro. Destruído pelos homens, que Lhe deram a morte, Deus O levantou, mais glorioso do que antes, ao ressuscitá-l’O de entre os mortos.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. Encontrou no templo os vendedores de bois, de ovelhas e de pombas e os cambistas sentados às bancas. Fez então um chicote de cordas e expulsou-os a todos do templo, com as ovelhas e os bois; deitou por terra o dinheiro dos cambistas e derrubou-lhes as mesas; e disse aos que vendiam pombas: «Tirai tudo isto daqui; não façais da casa de meu Pai casa de comércio». Os discípulos recordaram-se do que estava escrito: «Devora-me o zelo pela tua casa». Então os judeus tomaram a palavra e perguntaram-Lhe: «Que sinal nos dás de que podes proceder deste modo?». Jesus respondeu-lhes: «Destruí este templo e em três dias o levantarei». Disseram os judeus: «Foram precisos quarenta e seis anos para se construir este templo e Tu vais levantá-lo em três dias?». Jesus, porém, falava do templo do seu corpo. Por isso, quando Ele ressuscitou dos mortos, os discípulos lembraram-se do que tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra de Jesus. Enquanto Jesus permaneceu em Jerusalém pela festa da Páscoa, muitos, ao verem os milagres que fazia, acreditaram no seu nome. Mas Jesus não se fiava deles, porque os conhecia a todos e não precisava de que Lhe dessem informações sobre ninguém: Ele bem sabia o que há no homem.
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei, Senhor, por este sacrifício, que, ao pedirmos o perdão dos nossos pecados, perdoemos também aos nossos irmãos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 83, 4-5
As aves do céu encontram abrigo e as andorinhas um ninho para os seus filhos, junto dos vossos altares, Senhor dos Exércitos, meu Rei e meu Deus. Felizes os que moram em vossa casa e a toda a hora cantam os vossos louvores.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Recebemos, Senhor nosso Deus, o penhor da glória eterna e, vivendo ainda na terra, fomos saciados com o pão do Céu.
Nós Vos pedimos humildemente a graça de manifestar na vida o que celebramos neste sacramento.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



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