sábado, 21 de abril de 2018

BOM PASTOR






DOMINGO IV DA PÁSCOA 



No nome de Jesus Cristo está a salvação

O único mediador da salvação é Jesus de Nazaré. Todos os outros títulos só servem para qualificar o Nome de Jesus, “Deus salva”. Deus salva a humanidade no homem Jesus, em quem se encontra a total disponibilidade e fidelidade da criatura com a “benevolência” e o amor do Criador e Pai. A pessoa (o nome) do Homem-Deus, perfeito acabamento da salvação, traz em si o apelo à plenitude de vida e de amor que todo homem deseja e a resposta isto é o cumprimento. Só que cada um identifica a salvação, categoria extremamente ampla e polivalente, com realidades diversas, próximas e concretas (a saúde, um bom êxito) ou mais gerais ou “espirituais” (a felicidade, a paz do espírito).

Salvação que completa
Uma salvação de ordem religiosa está, em geral, fora das perspectivas, e deve ser “revelada” partindo das expectativas humanas, servindo-se das realidades acessíveis, que se tornam “sinal” das transcendentes (a cura do aleijado que precede a 1ª leitura de hoje é disso um exemplo). Ou seja: a salvação que nos é oferecida em nome de Jesus é “pascal”, consiste numa passagem e numa superação; corrige o que está errado, completa o que é falível, transcende o que é justo. A Igreja faz a sua, propõe a salvação em Jesus e em nenhum outro; isto significa que não pode encontrar em si mesma ou em qualquer outra potência humana a sua força, mas somente no poder do Senhor ressuscitado. A salvação que ela propõe em nome de Jesus dirige-se a todos os homens, aos auxílios à pobreza, ao desespero, à ignorância dos homens não têm mais do que uma função complementar. No entanto, mesmo isso é feito em nome de Jesus e cada cristão se esforça por fazê-lo, levado por uma visão de fé e por um sentido de participação real na pobreza do próximo. Revelam, assim, quem é que os envia. Mas, assim como seria inaceitável usar a religião como instrumento, também seria um cristianismo mutilado aquele que não fizesse referência explícita ao único Salvador.

Entre presunção e desespero
A exigência da “salvação” faz-se sentir hoje com urgência em toda a nossa civilização. Depois dos optimismos exuberantes do século passado, que viam na ciência, então nos seus primeiros passos, uma promessa de salvação para todos os males do homem, os nossos contemporâneos tornaram-se mais cautelosos.
A ciência, como aliás todas as realidades humanas, revelaram a sua face ambígua. Ainda hoje existem os que esperam a salvação da ciência, da economia, da técnica, da projecção estatística e da “futurologia”. Mas o seu número é cada vez mais escasso, o seu optimismo cada vez mais condicionado. Todos os humanismos ateus insistem unicamente no homem e no seu esforço por obter a salvação. Mas sua atitude termina, quase sempre, em dois estados de espírito: presunção ou desespero.
A presunção de Prometeu, que escala os céus e desafia os deuses, arrebatando-lhes o fogo sagrado. O desespero de Sísifo, que considera inútil, sem sentido e vão o seu esforço na sua longa rotina repetitiva. Assim, esgota-se num cinismo céptico e pessimista, renunciando à esperança.

Viver o mistério pascal de Cristo
O cristão sabe que só há salvação em Cristo. Ele é o único Salvador. Em nenhum outro e em nada mais há salvação: nem na ciência nem na técnica, na economia ou na arte. Somente em Cristo. E não é uma salvação parcial, puramente “espiritual”. Atinge o homem na sua globalidade, liberta-o e salva-o interiormente para que se possa libertar e salvar também em todas as outras dimensões do seu ser, individual e social. A salvação do homem todo. A salvação de todos os homens. A salvação que tem a sua garantia de êxito na Páscoa do Senhor. O Vaticano II diz que os sacerdotes, para iniciarem o povo na vivência do Mistério Pascal de Cristo, devem aprender a procurá-lo na meditação fiel da Palavra de Deus, na participação activa dos mistérios da Igreja, no bispo e especialmente nos pobres, pequeninos, enfermos, pecadores e incrédulos.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 32, 5-6
A bondade do Senhor encheu a terra, a palavra do Senhor criou os céus. Aleluia.

ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
conduzi-nos à posse das alegrias celestes,
para que o pequenino rebanho dos vossos fiéis
chegue um dia à glória do reino
onde já Se encontra o seu poderoso Pastor,
Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


Liturgia da Palavra


LEITURA I – Actos 4, 8-12

«Em nenhum outro há salvação»

As primeiras pregações dos Apóstolos foram o anúncio global de Jesus Cristo e da salvação que Ele traz aos homens. Assim, hoje S. Pedro, aproveitando o ensejo que se lhe oferece quando se vê diante do tribunal judaico, declara, alto e bom som, que Jesus, a quem os homens rejeitaram, é a pedra fundamental da nova humanidade, é o Salvador esperado, a fonte da vida eterna, como o fora já da saúde temporal para o paralítico que Ele tinha acabado de curar.

Leitura dos Actos dos Apóstolos
Naqueles dias, Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: «Chefes do povo e anciãos, já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um enfermo e o modo como ele foi curado, ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se encontra perfeitamente curado na vossa presença. Jesus é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que veio a tornar-se pedra angular. E em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos».
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 117 (118),1 e 8-9.21-23.26.28cd.29 (R. 22)
Refrão: A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se pedra angular. (Repete-se)

Ou: Aleluia. (Repete-se)

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Mais vale refugiar-se no Senhor,
do que fiar-se nos homens.
Mais vale refugiar-se no Senhor,
do que fiar-se nos poderosos. (Refrão)

Eu Vos darei graças porque me ouvistes
e fostes o meu Salvador.
A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos. (Refrão)

Bendito o que vem em nome do Senhor,
da casa do Senhor nós vos bendizemos.
Vós sois o meu Deus: eu vos darei graças.
Vós sois o meu Deus: eu Vos exaltarei.
Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia. (Refrão)


LEITURA II – 1 Jo 3, 1-2

«Veremos a Deus tal como Ele é»

Nós somos filhos de Deus por termos acreditado em Jesus Cristo, seu Filho; mas esta situação só será, para nós, plenamente consciente depois desta vida, como, para Jesus, a glória da divindade só se manifestou plenamente na sua humanidade depois da sua Morte e Ressurreição.

Leitura da Epístola do apóstolo São João
Caríssimos: Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em nos chamarmos filhos de Deus. E somo-lo de facto. Se o mundo não nos conhece, é porque não O conheceu a Ele. Caríssimos, agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, na altura em que se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porque O veremos como Ele é.
Palavra do Senhor

ALELUIA – Jo 10, 14

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Eu sou o bom pastor, diz o Senhor:
conheço as minhas ovelhas
e as minhas ovelhas conhecem-Me. (Refrão)


EVANGELHO – Jo 10, 11-18

«O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas»

O tema do Bom Pastor é especialmente próprio do tempo da Páscoa. A afirmação de Jesus de que “o Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas” tornou-se realmente palpável na sua Morte na cruz. Aí Ele dá a vida, oferece-Se em oblação de amor ao Pai pelos homens. É na cruz que Ele Se revela o Bom Pastor, como é na ressurreição que reconhecemos o fruto desse sacrifício redentor. Por isso, a Páscoa é o tempo particularmente consagrado ao louvor e acção de graças.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus: «Eu sou o Bom Pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. O mercenário, como não é pastor, nem são suas as ovelhas, logo que vê vir o lobo, deixa as ovelhas e foge, enquanto o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário não se preocupa com as ovelhas. Eu sou o Bom Pastor: conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-Me, do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai; Eu dou a vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil e preciso de as reunir; elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só Pastor. Por isso o Pai Me ama: porque dou a minha vida, para poder retomá-la. Ninguém Ma tira, sou Eu que a dou espontaneamente. Tenho o poder de a dar e de a retomar: foi este o mandamento que recebi de meu Pai».
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei, Senhor, que em todo o tempo possamos alegrar-nos com estes mistérios pascais, de modo que o acto sempre renovado da nossa redenção
seja para nós causa de alegria eterna. Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO
Ressuscitou o Bom Pastor, que deu a vida pelas suas ovelhas e Se entregou à morte pelo seu rebanho. Aleluia.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus, nosso Bom Pastor,
olhai benignamente para o vosso rebanho
e conduzi às pastagens eternas
as ovelhas que remistes com o precioso Sangue do vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



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