sábado, 7 de abril de 2018

OITO DIAS DEPOIS, VEIO JESUS...



DOMINGO II DA PÁSCOA ou DA DIVINA MISERICÓRDIA





Que a paz esteja com vocês!

O medo impede o anúncio e o testemunho. Jesus liberta-nos do medo, mostrando que o amor doado até à morte é sinal de vitória e alegria. Depois, convoca os seus seguidores para a missão no meio do mundo, infunde-lhes o Espírito da vida nova e mostra-lhes o objectivo da missão: continuar a sua actividade, exaltando o julgamento. De facto, a aceitação ou recusa do amor de Deus, trazido por Jesus, é o critério de discernimento que leva o homem a tomar consciência da sentença que cada um atrai para si próprio: a sentença de libertação ou de condenação. Tomé simboliza aqueles que não acreditam no testemunho da comunidade e exigem uma experiência particular para acreditar. Jesus, porém, revela-se a Tomé dentro da comunidade. Todas as gerações do futuro acreditarão em Jesus vivo e ressuscitado através do testemunho da comunidade cristã. O autor conclui o relato da vida de Jesus, chamando a atenção para o conteúdo e a finalidade do seu evangelho, que contém apenas alguns dos muitos sinais realizados por Jesus. E estes aqui foram narrados para despertar o compromisso da fé que leva a experimentar a vida trazida por Jesus. Esta narrativa da aparição do ressuscitado aos discípulos reunidos está presente também no evangelho de Lucas. De modo muito sucinto ela foi inserida no apêndice do evangelho de Marcos. João destaca as portas fechadas por medo dos judeus. Assim, deixa transparecer o contexto de perseguição que sofriam, o que também acontecia com as comunidades no tempo em que João escreve. A presença do ressuscitado e a comunicação da paz fortalecem a fé dos discípulos. Mostrando as chagas das mãos e do lado, o ressuscitado confirma a sua identificação com Jesus de Nazaré, revelando a continuidade da sua vida no seio do Pai eterno. A partir da experiência de Tomé, Jesus proclama a bem-aventurança da fé daqueles que não viram e creram. A continuidade do ministério de Jesus é registrada no livro de Actos dos Apóstolos. Temos aí um sumário da missão, com referência explícita a Pedro. Como em Jesus, as curas e exorcismos são sinais da acção libertadora dos apóstolos. O Apocalipse apresenta o ressuscitado como o vitorioso final num combate celestial. Com este estilo literário, procura-se animar a fé e a resistência das comunidades que sofriam perseguição da parte dos judeus e dos romanos, no fim do primeiro século. Jesus comunica aos discípulos a Paz e o Espírito. Os discípulos são enviados em missão, com o conforto do Espírito. As suas comunidades são responsáveis pela prática da misericórdia no acolhimento dos pecadores convidados à conversão. A partir da experiência de Tomé, Jesus proclama a bem-aventurança da fé. Começa o tempo dos bem-aventurados que não o viram e creram nele.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – 1 Pedro 2, 2
Como crianças recém-nascidas, desejai o leite espiritual, que vos fará crescer e progredir no caminho da salvação. Aleluia.

Ou - 4 Esd 2, 36-37
Exultai de alegria, cantai hinos de glória. Dai graças a Deus, que vos chamou ao reino eterno. Aleluia.

ORAÇÃO COLECTA
Deus de eterna misericórdia, que reanimais a fé do vosso povo na celebração anual das festas pascais, aumentai em nós os dons da vossa graça, para compreendermos melhor as riquezas inesgotáveis do Baptismo com que fomos purificados, do Espírito em que fomos renovados e do Sangue com que fomos redimidos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


Liturgia da Palavra


LEITURA I – Actos 4, 32-35

«Um só coração e uma só alma»

Os primeiros cristãos viviam, intensamente, o mandamento do amor, que Jesus lhes tinha deixado. Este amor, porém, não era um simples sentimento a uni-los na comunhão dos mesmos ideais. Era uma força, que os impelia a porem em comum os seus bens, por sua livre iniciativa, sem qualquer imposição externa de tal modo que, na comunidade cristã, não existia miséria material ou espiritual, que não fosse socorrida pelos irmãos.
A comunidade dos crentes era assim um sinal muito claro de Jesus Ressuscitado.

Leitura dos Actos dos Apóstolos
A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma; ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas tudo entre eles era comum. Os Apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus com grande poder e gozavam todos de grande simpatia. Não havia entre eles qualquer necessitado, porque todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas e traziam o produto das vendas, que depunham aos pés dos Apóstolos. Distribuía-se então a cada um conforme a sua necessidade.
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 117 (118), 2-4.16ab-18.22-24 (R. 1)
Refrão: Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom, porque é eterna a sua misericórdia. (Repete-se)

Ou: Aclamai o Senhor, porque Ele é bom: o seu amor é para sempre. (Repete-se)

Ou: Aleluia. (Repete-se)

Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Aarão:
é eterna a sua misericórdia.
Digam os que temem o Senhor:
é eterna a sua misericórdia. (Refrão)

A mão do Senhor fez prodígios,
a mão do Senhor foi magnífica.
Não morrerei, mas hei-de viver,
para anunciar as obras do Senhor.
Com dureza me castigou o Senhor,
mas não me deixou morrer. (Refrão)

A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.
Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria. (Refrão)


LEITURA II – 1 Jo 5, 1-6

«Todo o que nasceu de Deus vence o mundo»

Ser cristão não é apenas aceitar a mensagem de Jesus como a mais bela de todas. A fé cristã é, antes de tudo, uma adesão pessoal a Jesus Cristo. É crer que Ele é um Homem em carne e osso, ligado à nossa história, mas é também o Messias, isto é Aquele em quem se cumprem as promessas de Deus à Humanidade, como é igualmente o Filho de Deus.
Por esta fé, baseada em Jesus Cristo, Messias e Filho de Deus que, pela Sua Morte e Ressurreição, nos introduziu numa relação pessoal com Deus e nos estabeleceu em comunhão com os homens, nós participamos da Sua vitória sobre o mal.
Inserido nas realidades divinas, não pode alhear-se do mundo, nem ficar indiferente aos esforços dos homens relativamente à construção dum mundo de felicidade, justiça e paz.
Inserido nas realidades da terra, não pode encerrar-se no mundo, trabalhando só para fins terrenos, esquecido do destino final do homem e do mundo.
Feito nova criatura pela Ressurreição de Cristo, o cristão viverá a vida de cada dia, sem perder de vista o fim superior, para que foi criado.

Leitura da Epístola do apóstolo São João
Caríssimos: Quem acredita que Jesus é o Messias, nasceu de Deus, e quem ama Aquele que gerou ama também Aquele que nasceu d’Ele. Nós sabemos que amamos os filhos de Deus quando amamos a Deus e cumprimos os seus mandamentos, porque o amor de Deus consiste em guardar os seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados, porque todo o que nasceu de Deus vence o mundo. Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o vencedor do mundo senão aquele que acredita que Jesus é o Filho de Deus? Este é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo; não só com a água, mas com a água e o sangue. É o Espírito que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade.
Palavra do Senhor

ALELUIA – Jo 20, 29

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Disse o Senhor a Tomé:
“Porque Me viste, acreditaste;
felizes os que acreditam sem terem visto”. (Refrão)


EVANGELHO – Jo 20, 19-31

«Oito dias depois, veio Jesus...»

Com a Ressurreição, começou um novo modo de existência para Jesus Cristo. A partir desse momento, já não será mais possível conhecê-l’O através dos meios humanos. Tem que se passar da visão à fé. Será ela que nos permitirá «ver» Cristo Ressuscitado nos Seus sacramentos e na vida da Sua Igreja.
Aqueles, porém, que crêem no Filho de Deus, sem O ver, sem O tocar, sem discutir, serão tão felizes como aqueles que foram testemunhas oculares da Sua glória de Ressuscitado.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos». Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa, e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto». Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai benignamente, Senhor, as ofertas do vosso povo [e dos vossos novos filhos], de modo que, renovados pela profissão da fé e pelo Baptismo, mereçamos alcançar a bem-aventurança eterna.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Jo 20, 27
Disse Jesus a Tomé:
Com a tua mão reconhece o lugar dos cravos.
Não sejas incrédulo, mas fiel. Aleluia.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei, Deus todo-poderoso, que a força do sacramento pascal que recebemos permaneça sempre em nossas almas.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



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