Domingo XI
do Tempo Comum - ano B - 17JUN2018
ENSINAR EM PARÁBOLAS
A missão de Jesus é portadora do Reino de Deus e da transformação
que ele provoca. Uma vez iniciada, a acção de Jesus cresce e produz fruto de
maneira imprevisível e irresistível. Diante das estruturas e acções desse
mundo, a actividade de Jesus e daqueles que o seguem parece impotente e, mesmo,
ridícula. Mas ela crescerá até atingir o mundo inteiro. Jesus foi um Mestre
paciente que soube adaptar os seus ensinamentos à capacidade de compreensão dos
seus ouvintes. Este esforço pedagógico e didáctico resultou na escolha das
parábolas como meio de transmitir as suas instruções. As parábolas não eram
somente as comparações. Também os provérbios, ensinamentos, enigmas e outros
recursos literários eram classificados como parábolas. Por isso, afirma-se que,
sem parábolas, Jesus não lhes falava. Elas continham sempre um elemento para
intrigar os ouvintes e levá-los a reflectir sobre a mensagem veiculada. Só quem
estava muito sintonizado com Jesus era capaz de passar da parábola à sua
mensagem e compreender o ensinamento do Mestre. Por isso, muita gente não
sintonizada com Jesus ouvia suas palavras, sem entender nada. Até mesmo os
discípulos, muitas vezes, não eram capazes de atinar com o que Jesus lhes
ensinava através das parábolas. Era preciso que, em particular, o Mestre lhes
explicasse tudo, iluminando-lhes as mentes para compreenderem como o Reino
acontece na história humana. O discípulo esforça-se para entender as parábolas
de Jesus, ou seja, para estar em sintonia total com o Mestre. Esta é a única
maneira de captar os seus ensinamentos. Com estas duas parábolas com a imagem
da semente, introduzidas com a expressão “Jesus dizia-lhes...”, Marcos encerra
o bloco de parábolas por ele reunidas. A primeira destas duas é exclusiva de
Marcos. A semente que germina e cresce por si mesma exprime a acção de Deus que
comunica amor e vida a todos, suplantando os poderosos deste mundo que semeiam
a fome e a morte. A segunda parábola, da inexpressiva semente que se transforma
numa árvore acolhedora dos pássaros, exprime que a fé dos discípulos,
desprezível diante do mundo, pode gerar o mundo novo de fraternidade e paz. A
prática e o ensino de Jesus são caminho e luz.
MISSA
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ANTÍFONA DE
ENTRADA – Salmo 26, 7.9
Ouvi, Senhor, a voz da minha súplica.
Vós sois o meu refúgio:
não me abandoneis, meu Deus, meu Salvador.
ORAÇÃO COLECTA
Deus misericordioso, fortaleza dos que esperam em
Vós,
atendei propício as nossas súplicas;
e, como sem Vós nada pode a fraqueza humana,
concedei-nos sempre o auxílio da vossa graça,
para que as nossas vontades e acções Vos sejam
agradáveis
no cumprimento fiel dos vossos mandamentos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da Palavra
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LEITURA I – Ez 17,
22-24
«Elevo a árvore modesta»
Foi talvez esta
passagem do profeta que ofereceu a Jesus ocasião para anunciar as duas pequenas
parábolas que vamos escutar no Evangelho. O profeta mostra-nos como de um
pequeno ramo Deus pode fazer o começo de uma árvore frondosa. Assim foram os
princípios e depois o desenvolvimento do reino de Deus, porque o vigor da vida
de Deus aí estava.
Leitura
da profecia de Ezequiel
Eis
o que diz o Senhor Deus: «Do cimo do cedro frondoso, dos seus ramos mais altos,
Eu próprio arrancarei um ramo novo e vou plantá-lo num monte muito alto. Na
excelsa montanha de Israel o plantarei e ele lançará ramos e dará frutos e
tornar-se-á um cedro majestoso. Nele farão ninho todas as aves, toda a espécie
de pássaros habitará à sombra dos seus ramos. E todas as árvores do campo
hão-de saber que Eu sou o Senhor; humilho a árvore elevada e elevo a árvore
modesta, faço secar a árvore verde e reverdeço a árvore seca. Eu, o Senhor,
digo e faço».
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL
– Salmo 91 (92), 2-3.13-14.15-16 (R. cf. 2a)
Refrão: É bom louvar-Vos,
Senhor. (Repete-se).
É bom louvar o Senhor
e cantar salmos ao vosso nome, ó Altíssimo,
proclamar pela manhã a vossa bondade
e durante a noite a vossa fidelidade. (Refrão)
O justo florescerá como a palmeira,
crescerá como o cedro do Líbano;
plantado na casa do Senhor,
florescerá nos átrios do nosso Deus. (Refrão)
Mesmo na velhice dará o seu fruto,
cheio de seiva e de vigor,
para proclamar que o Senhor é justo:
n’Ele, que é o meu refúgio, não há iniquidade. (Refrão)
LEITURA II – 2 Cor
5, 6-10
«Empenhamo-nos em
agradar ao Senhor, quer continuemos a habitar neste corpo, quer tenhamos de
sair dele»
O cristão vive
neste mundo sempre numa grande tensão entre a experiência diária desta vida e a
como que a saudade da vida futura, como exilado, mas cheio de esperança, sem
nunca perder de vista o termo para onde caminha. Lá há-de encontrar toda a sua
vida nas mãos de Deus, com o que nela tiver feito de bom ou de mau.
Leitura
da Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Irmãos:
Nós estamos sempre cheios de confiança, sabendo que, enquanto habitarmos neste
corpo, vivemos como exilados, longe do Senhor, pois caminhamos à luz da fé e
não da visão clara. E com esta confiança, preferíamos exilar-nos do corpo, para
irmos habitar junto do Senhor. Por isso nos empenhamos em ser-Lhe agradáveis,
quer continuemos a habitar no corpo, quer tenhamos de sair dele. Todos nós
devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que receba cada qual o
que tiver merecido, enquanto esteve no corpo, quer o bem, quer o mal.
Palavra do Senhor
ALELUIA
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
A semente é a palavra de Deus e o semeador é Cristo:
quem O encontrar permanecerá para sempre. (Refrão)
EVANGELHO – Mc 4,
26-34
«A menor de todas
as sementes torna-se a maior de todas as plantas da horta»
A
pregação de Jesus, ao apresentar o mistério do reino de Deus, e, depois, a
pregação continuada na Igreja, é comparada a uma sementeira. O seu desenvolvimento
é lento, mas constante e vigoroso, porque é forte a vitalidade da semente, que
é a Palavra de Deus. É essa a vitalidade que a faz germinar, crescer, chegar à
hora da colheita. A humildade dos começos não é obstáculo à grandeza que o
reino de Deus há-de atingir na hora da ceifa.
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele
tempo, disse Jesus à multidão: «O reino de Deus é como um homem que lançou a
semente à terra. Dorme e levanta-se, noite e dia, enquanto a semente germina e
cresce, sem ele saber como. A terra produz por si, primeiro a planta, depois a
espiga, por fim o trigo maduro na espiga. E quando o trigo o permite, logo se
mete a foice, porque já chegou o tempo da colheita». Jesus dizia ainda: «A que
havemos de comparar o reino de Deus? Em que parábola o havemos de apresentar? É
como um grão de mostarda, que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as
sementes que há sobre a terra; mas, depois de semeado, começa a crescer e
torna-se a maior de todas as plantas da horta, estendendo de tal forma os seus
ramos que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra». Jesus pregava-lhes a palavra
de Deus com muitas parábolas como estas, conforme eram capazes de entender. E
não lhes falava senão em parábolas; mas, em particular, tudo explicava aos seus
discípulos.
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS
OBLATAS
Senhor nosso Deus, que pelo pão e o vinho apresentados ao vosso altar dais
ao homem o alimento que o sustenta e o sacramento que o renova, fazei que nunca
falte este auxílio ao nosso corpo e à nossa alma.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade
do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA
COMUNHÃO – Salmo 26, 4
Uma só coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida.
Ou – Jo 17, 11
Pai santo, guarda no teu nome os que Me deste, para que sejam em nós
confirmados na unidade, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que a sagrada comunhão nos vossos mistérios, sinal
da nossa união convosco, realize a unidade na vossa Igreja.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
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