sábado, 12 de janeiro de 2019

PREPARAR A MISSA DO BAPTISMO DO SENHOR – ano C – 13JAN2019





A SOLIDARIEDADE DE JESUS

O céu rasgou-se: Na pessoa de Jesus, a separação que havia entre Deus e os homens rompeu-se. A voz apresenta o mistério do homem de Nazaré: ele é o Filho de Deus, o Messias-Rei (Sl 2,7) que vai estabelecer o Reino de Deus através do serviço, como o Servo de Deus (Is 42,1-2). O baptismo de Jesus, no Jordão, pode parecer, à primeira vista, inútil. Afinal, eram os pecadores os que procuravam o baptismo de João, para se redimirem dos seus pecados, na perspectiva da iminente chegada do Messias. Por um lado, Jesus não era pecador. Por outro, ele era o Messias, cuja acção havia de revolucionar a história humana. Como justificar, então, o seu baptismo? A vinda do Messias Jesus tinha como finalidade oferecer aos pecadores a salvação. Este seria o público privilegiado da sua acção. Quando, no início de seu ministério, se dirigiu ao lugar onde João estava a baptizar, Jesus foi colocar-se exactamente onde se encontravam os que vieram para se salvarem. Em torno de João, reuniam-se pessoas conscientes dos seus pecados e desejosas de se verem livres deles. Jesus foi ao encontro delas, pois haveria de livrá-las, definitivamente, do peso dos seus pecados, anunciando-lhes o advento do Reino de Deus. O Messias, porém, escolheu o caminho da solidariedade com os pecadores e colocou-se junto deles como salvador, não como juiz. Ao se fazer como eles, embora não sendo pecador, possibilitou que a graça tivesse lugar na vida daquela gente. Foi assim que, no baptismo, o Filho amado de Deus iniciou a sua missão. João Baptista, com a sua pregação, abalava as bases da cúpula religiosa sediada em Jerusalém. Ele rompeu com o sacerdócio hereditário do pai, Zacarias, afastando-se do Templo e da cidade de Jerusalém. Havia uma interrogação se João não seria o “cristo”, que equivale a “messias”. Este messias era um líder esperado que libertaria os judeus da opressão do império romano e conquistaria para o povo, particularmente para as suas elites, uma posição de hegemonia mundial, no modelo do antigo império de David. Como os chefes religiosos judeus eram coniventes com o domínio do império romano, eles temiam tal messias que poderia provocar uma agitação social e a represália do império romano. João Batista descarta qualquer pretensão a desempenhar o papel de um messias. Contudo, ele anuncia que a sua prática é outra. Ele vem para proclamar um baptismo da conversão à justiça, com o que se liberta o mundo do pecado. O seu baptismo com água simboliza o renascer para um novo mundo. Porém, após ele vem Jesus que baptiza no Espírito Santo. É o baptismo que confere a vida divina e eterna a todos os que praticam a justiça, no amor e na misericórdia, no mundo novo querido pelo Pai. O baptismo de Jesus no rio Jordão, mais um evento ligado à epifania do Senhor, havia de revolucionar a história humana posto que a vinda do verdadeiro Messias tinha como foco oferecer aos pecadores a oportunidade da salvação. Misturado com os pecadores, sem o ser, Jesus recebe o duplo testemunho do Espírito e do Pai. A descida do Espírito, que se manifesta em imagens (a pomba da Arca) é a consagração ou unção do Messias para o seu mistério. Ele verdadeiramente deu o seu exemplo público, mostrando o verdadeiro caminho da solidariedade. Através do baptismo do Senhor o Filho de Deus inicia brilhantemente a sua missão junto da humanidade. Que o espírito do Baptismo do Senhor inspire verdadeiramente a renovação do nosso baptismo pessoal, confirmando e mantendo a nossa missão e a nossa caminhada de fé rumo ao Reino de Deus, pela nossa conversão permanente e pela nossa salvação.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Mt 3, 16-17
Depois do Baptismo do Senhor, abriram-se os Céus. Sobre Ele desceu o Espírito Santo em figura de pomba e fez-se ouvir a voz do Pai: Este é o meu Filho muito amado, no qual pus as minhas complacências.

ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, que proclamastes solenemente a Cristo como vosso amado Filho quando era baptizado nas águas do rio Jordão e o Espírito Santo descia sobre Ele, concedei aos vossos filhos adoptivos, renascidos pela água e pelo Espírito Santo, a graça de permanecerem sempre no vosso amor.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Ou
Deus omnipotente, cujo Filho Unigénito Se manifestou aos homens na realidade da nossa natureza, concedei-nos que, reconhecendo-O exteriormente semelhante a nós, sejamos por Ele interiormente renovados.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – Is 42, 1-4.6-7
«Eis o meu servo, enlevo da minha alma»

No Baptismo que recebeu das mãos de João, Jesus manifesta-Se como sendo Aquele que o profeta anunciara: o Servo de Deus, que desce à água no meio dos pecadores para inaugurar a obra da redenção que o Pai Lhe confiara, e, ao mesmo tempo, o Filho bem amado, sobre quem repousa o Espírito de Deus, para que Ele seja portador da Boa Nova da salvação a toda a Terra.

Leitura do Livro de Isaías
Diz o Senhor: «Eis o meu servo, a quem Eu protejo, o meu eleito, enlevo da minha alma. Sobre ele fiz repousar o meu espírito, para que leve a justiça às nações. Não gritará, nem levantará a voz, nem se fará ouvir nas praças; não quebrará a cana fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega: proclamará fielmente a justiça. Não desfalecerá nem desistirá, enquanto não estabelecer a justiça na terra, a doutrina que as ilhas longínquas esperam. Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a justiça; tomei-te pela mão, formei-te e fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações, para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas».
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 28 (29), 1a.2.3ac-4.3b.9b-10 (R. 11b)

Refrão: O Senhor abençoará o seu povo na paz. (Repete-se)

Tributai ao Senhor, filhos de Deus,
tributai ao Senhor glória e poder.
Tributai ao Senhor a glória do seu nome,
adorai o Senhor com ornamentos sagrados. Refrão

A voz do Senhor ressoa sobre as nuvens,
o Senhor está sobre a vastidão das águas.
A voz do Senhor é poderosa,
a voz do Senhor é majestosa. (Refrão)

A majestade de Deus faz ecoar o seu trovão
e no seu templo todos clamam: Glória!
Sobre as águas do dilúvio senta-Se o Senhor,
o Senhor senta-Se como Rei eterno. (Refrão)


LEITURA II – Actos 10, 34-38

«Deus ungiu-O com o Espírito Santo»

O Espírito Santo desceu sobre Jesus na hora do Baptismo e ungiu-O para que Ele pudesse começar o seu ministério e, por Ele, os homens fossem também baptizados não só na água, mas na água e no Espírito. A unção que o Espírito Santo confere a Jesus na hora do seu baptismo marca-O como “Messias”, isto é, “Ungido”, ou seja “Cristo”, e, faz d’Ele a fonte da unção com que o mesmo Espírito marcará os “cristãos”, os “ungidos”, membros de Cristo, sua Cabeça.


Leitura dos Actos dos Apóstolos
Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse: «Na verdade, eu reconheço que Deus não faz acepção de pessoas, mas, em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável. Ele enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo, que é o Senhor de todos. Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou: Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo demónio, porque Deus estava com Ele».
Palavra do Senhor


ALELUIA – Mc 9, 6

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Abriram-se os céus e ouviu-se a voz do Pai:
«Este é o meu Filho muito amado: escutai-O». (Refrão)


EVANGELHO – Lc 3, 15-16.21-22

«Jesus foi baptizado e, enquanto orava, abriu-se o céu»

No livro do Génesis (Gn 3 23-24) diz-se que depois do pecado dos nossos primeiros pais, Adão e Eva, eles foram expulsos do paraíso terrestre, que se fechou atrás deles. Agora, na hora do baptismo de Jesus, o Céu abriu-se para franquear a entrada ao homem novo, que é Jesus, que a voz do Pai declara ser o seu Filho. N’Ele e por Ele a todos os que n’Ele crêem, santificados pela graça do Espírito Santo, está agora patente a porta do paraíso.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
TNaquele tempo, o povo estava na expectativa e todos pensavam em seus corações se João não seria o Messias. João tomou a palavra e disse-lhes: «Eu baptizo-vos com água, mas vai chegar quem é mais forte do que eu, do qual não sou digno de desatar as correias das sandálias. Ele baptizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo». Quando todo o povo recebeu o baptismo, Jesus também foi baptizado; e, enquanto orava, o céu abriu-se e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corporal, como uma pomba. E do céu fez-se ouvir uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado: em Ti pus toda a minha complacência».
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, os dons que a Igreja Vos oferece, ao celebrar a manifestação de Cristo vosso Filho, para que a oblação dos vossos fiéis se transforme naquele sacrifício perfeito que lavou o mundo de todo o pecado.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Jo 1, 32.34
Eis Aquele de quem João dizia:
Eu vi e dou testemunho de que Ele é o Filho de Deus.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentais com este dom sagrado, ouvi benignamente as nossas súplicas e concedei-nos a graça de ouvirmos com fé a palavra do vosso Filho Unigénito para nos chamarmos e sermos realmente vossos filhos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



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