Apresentação no Templo – ano A – 2FEV2020
MEUS OLHOS VIRAM A SALVAÇÃO
Todo primogénito pertencia a
Deus e devia ser resgatado por meio de um sacrifício. Nessa ocasião, também se
fazia a purificação da mãe e se oferecia um cordeiro. Quem era pobre podia
oferecer duas rolas ou dois pombinhos, em lugar do cordeiro (cf. Lv 5,1-8). O
Messias nasce em lugar pobre e vem pobre para os pobres. Simeão e Ana também
representam os pobres que esperam a libertação. E Deus responde à esperança deles.
O cântico de Simeão relembra a vida e a missão do Messias: Jesus será sinal de
contradição, isto é, julgamento para os ricos e poderosos, e libertação para os
pobres e oprimidos (cf. Lc 6,20-26). Fiéis às tradições religiosas do povo,
Maria e José cumpriram o rito de apresentação do filho primogénito. Este gesto
simples revestiu-se de simbolismo. Quem tinha sido levado ao templo, mais do que
o filho de Maria e José, era o Filho de Deus. A liturgia de apresentação
evidenciou os dois grandes eixos da existência de Jesus: a sua humanidade e a sua
divindade. Fora apresentado o homem Jesus, com todas as suas características
socioculturais e familiares, na sua fragilidade de recém-nascido, na pobreza dos
seus pais, inferiorizado, em termos religiosos, por ser galileu. No menino
Jesus, expressou-se a humanidade, de forma irrestrita. Ele não fora poupado em
nada, ao aceitar encarnar-se na história humana. Entretanto, ao consagrá-lo a
Deus e fazendo-o, daí em diante, pertencer-lhe totalmente, a liturgia
evidenciava a divindade de Jesus. Aquele menino indefeso pertencia inteiramente
a Deus, em quem a sua existência estava enraizada. Era o Filho de Deus. Por
isso, no templo, estava na sua própria casa. As suas palavras e acções seriam a
manifestação do amor de Deus. Por meio dele, seria possível chegar até Deus.
Uma vez que podia ser contemplada na sua pessoa, a sua divindade fazia-se
palpável na história humana. Assim se explica por que Simeão viu a salvação de
Deus. A narrativa de Lucas é envolvida pelo tema da contradição. Por um lado,
Lucas acentua o empenho dos pais de Jesus em inseri-lo nas observâncias legais.
Por cinco vezes é dito que tudo era feito conforme a Lei. Porém, na profecia de
Simeão, o menino será um sinal de contradição. Quem era conduzido pelos pais na
observância da Lei, crescendo em sabedoria e graça, será o profeta que denuncia
a opressão da Lei e a corrupção do Templo, proclamando a libertação e a
bem-aventurança dos pobres. O amadurecimento no amor liberta e cria novas
relações justas e fraternas entre homens e mulheres.
MISSA
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ANTÍFONA DE ENTRADA
– Salmo 47, 10-11
Recordamos, Senhor, a vossa misericórdia
no meio do vosso templo.
Toda a terra proclama o louvor do vosso nome,
porque sois justo e santo, Senhor nosso Deus.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, humildemente Vos
suplicamos que, assim como o vosso Filho Unigénito foi neste dia apresentado no
templo, revestido da natureza humana, assim também, de alma purificada, nos
apresentemos diante de Vós.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é
Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da Palavra
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LEITURA I – Mal 3,
1-4
«Entrará no seu templo o Senhor a quem buscais»
Leitura
da Profecia de Malaquias
Assim
fala o Senhor Deus: «Vou enviar o meu mensageiro, para preparar o caminho
diante de Mim. Imediatamente entrará no seu templo o Senhor a quem buscais, o
Anjo da Aliança por quem suspirais.
Ele
aí vem – diz o Senhor do Universo –.
Mas
quem poderá suportar o dia da sua vinda, quem resistirá quando Ele aparecer? Ele
é como o fogo do fundidor e como a lixívia dos lavandeiros.
Sentar-Se-á
para fundir e purificar: purificará os filhos de Levi, como se purifica o ouro
e a prata, e eles serão para o Senhor os que apresentam a oblação segundo a
justiça.
Então
a oblação de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias
antigos, como nos anos de outrora.
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL
– Salmo 23 (24), 7.8.9.10 (R. 10b)
Refrão: O Senhor do
Universo é o Rei da glória. (Repete-se)
Levantai, ó portas, os vossos umbrais,
alteai-vos, pórticos antigos,
e entrará o Rei da glória. (Refrão)
Quem é esse Rei da glória?
O Senhor forte e poderoso,
o Senhor poderoso nas batalhas. (Refrão)
Levantai, ó portas, os vossos umbrais,
alteai-vos, pórticos antigos,
e entrará o Rei da glória. (Refrão)
Quem é esse Rei da glória?
O Senhor dos Exércitos,
é Ele o Rei da glória. (Refrão)
LEITURA II – Hebr 2, 14-18
«Devia tornar-Se
semelhante em tudo aos seus irmãos»
Leitura
da Epístola aos Hebreus
Uma
vez que os filhos dos homens têm o mesmo sangue e a mesma carne, também Jesus
participou igualmente da mesma natureza, para destruir, pela sua morte, aquele
que tinha poder sobre a morte, isto é, o diabo, e libertar aqueles que estavam
a vida inteira sujeitos à servidão, pelo temor da morte.
Porque
Ele não veio em auxílio dos Anjos, mas dos descendentes de Abraão. Por isso
devia tornar-Se semelhante em tudo aos seus irmãos, para ser um sumo sacerdote
misericordioso e fiel no serviço de Deus, e assim expiar os pecados do povo. De
facto, porque Ele próprio foi provado pelo sofrimento, pode socorrer aqueles
que sofrem provação.
Palavra do Senhor
ALELUIA – Lc 2, 32
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Luz para se revelar às nações
e glória de Israel, vosso povo. (Refrão)
EVANGELHO – Lc 2,
22-40
«Os meus olhos
viram a vossa salvação»
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Ao
chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram
Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor, como está escrito na Lei do
Senhor: «Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor», e para
oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei
do Senhor.
Vivia
em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a
consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele.
O
Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor; e
veio ao templo, movido pelo Espírito.
Quando
os pais de Jesus trouxeram o Menino para cumprirem as prescrições da Lei no que
lhes dizia respeito, Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus,
exclamando: «Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o
vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao
alcance de todos os povos: luz para se revelar às nações e glória de Israel,
vosso povo».
O
pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d’Ele se dizia. Simeão
abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: «Este Menino foi estabelecido para que
muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; – e uma
espada trespassará a tua alma – assim se revelarão os pensamentos de todos os
corações».
Havia
também uma profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade
muito avançada e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva
até aos oitenta e quatro. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e
dia, com jejuns e orações. Estando presente na mesma ocasião, começou também a
louvar a Deus e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação
de Jerusalém.
Cumpridas
todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua
cidade de Nazaré.
Entretanto,
o Menino crescia e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria. E a graça de
Deus estava com Ele.
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS
OBLATAS
Senhor, que na vossa bondade quisestes que o vosso Filho Unigénito Se
oferecesse a Vós como Cordeiro sem mancha pela vida do mundo, fazei que Vos
seja agradável a oblação da vossa Igreja em festa.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA
COMUNHÃO – Lc 2, 30-31
Os meus olhos viram a salvação
que oferecestes a todos os povos.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Deus de bondade, que respondestes à esperança do santo
Simeão, confirmai em nós a obra da vossa graça: assim como lhe destes a alegria
de receber em seus braços, antes de morrer, a Cristo vosso Filho, concedei que
também nós, fortalecidos por estes sacramentos, caminhemos ao encontro do
Senhor e alcancemos a vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
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