DOMINGO II DA QUARESMA – ano A – 8MAR2020
TRANSFIGUROU-SE DIANTE DELES
A vida e acção de Jesus não
terminam na sua morte. A transfiguração é sinal da Ressurreição: a sociedade
não conseguirá deter a pessoa e a actividade de Jesus, que irão continuar
através dos seus discípulos. A voz de Deus mostra que, daqui por diante, Jesus
é a única autoridade. Todos os que ouvem o convite de Deus e seguem a Jesus até
o fim, começam desde já a participar da sua vitória final, quando ressuscitarão
com ele. A transfiguração é a segunda das três grandes revelações que marcam a
luta sofrida mas vitoriosa do reino de Deus na pessoa de Jesus. O baptismo fora
visto o preâmbulo divino. A paixão e a ressurreição serão o acabamento. Agora é
o momento da revelação aos discípulos: em Jesus, Messias sofredor e vitorioso.
Deus manifesta a sua glória e o seu poder de salvação. A transfiguração é uma
exortação viva para que escutemos Jesus quando fala dos seus sofrimentos e da
sua morte (e quando estes se renovam em cada um de nós e na Igreja), sem deixar
de reconhecê-lo como Messias definitivo, como o Servil fiel de Deus. A
incompreensão dos discípulos antes da ressurreição continua profunda. A Igreja
e os discípulos antes da ressurreição continua profunda. A Igreja e os
discípulos são chamados a “encarnar-se” no mundo, a estarem presentes nas suas
estruturas, mas somente para transformá-lo, aceitando morrer ao sucesso terreno
e a qualquer forma de auto-segurança. A sua vitória aparecerá somente quando,
abatidos pela morte, vão ressurgir num mundo que eles mesmos ajudaram a
transformar. Os evangelhos sinópticos narram o anúncio de Jesus aos discípulos
sobre os sofrimentos e a morte que o esperam em Jerusalém. A seguir relatam a
transfiguração de Jesus, como prenúncio da sua ressurreição. Eles seguem a
tradição do Primeiro Testamento, segundo a qual pelo sofrimento purificador
atinge-se a glória. Na narrativa, em estilo apocalíptico, Moisés, representando
a Lei, e Elias, representando o profetismo, vão ao encontro de Jesus no alto da
montanha. A voz celeste confirma Jesus como o Filho de Deus. Jesus, na sua
humanidade e divindade, vem para comunicar, já, a sua vida eterna a todos. Esta
narrativa da transfiguração é feita, também, por Marcos e Lucas, inserida entre
o fim do ministério de Jesus na Galileia e o início da sua caminhada para
Jerusalém. Jesus já falara aos discípulos sobre as provações que ele previa que
aconteceriam em Jerusalém. Ele procurava esclarecer os discípulos que viam em
Jesus um messias restaurador da glória e do poder que a tradição atribuía ao antigo
Israel. A Transfiguração revela a dimensão gloriosa da humanidade de Jesus,
participante da vida divina, na qual é abrangida toda a humanidade. O
sofrimento e a morte são passageiros. Os discípulos não o entendem logo.
Somente após a crucifixão e a ressurreição, percebem o sentido da continuidade
da permanência de Jesus entre eles.
MISSA
|
ANTÍFONA DE
ENTRADA – Salmo 26, 8-9
Diz-me o coração: «Procurai a face do Senhor».
A vossa face, Senhor, eu procuro;
não escondais de mim o vosso rosto.
Ou – Salmo 24, 6.3.22
Lembrai-vos, Senhor, das vossas misericórdias
e das vossas graças que são eternas.
Não triunfe sobre nós o inimigo.
Senhor, livrai-nos de todo o mal.
ORAÇÃO COLECTA
Deus de infinita bondade, que nos mandais ouvir o vosso
amado Filho, fortalecei-nos com o alimento interior da vossa palavra, de modo
que, purificado o nosso olhar espiritual, possamos alegrar-nos um dia na visão
da vossa glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da Palavra
|
LEITURA I – Gen
12, 1-4a
«Vocação de Abraão, pai do povo de Deus»
A primeira afirmação da nossa fé, em relação aos homens, é
que Deus nos chamou para sermos o seu Povo. Este chamamento está já nas
origens, mas houve depois, ao longo da história da salvação, momentos
especialmente significativos, e, destes, o primeiro e bem significativo foi,
sem dúvida, o chamamento de Abraão. É a partir de Abraão que aparece, no meio
de todos os outros povos, o Povo de Deus. Com ele o Senhor faz Aliança e a ele
entrega a grande promessa, de que nele serão abençoados todos os povos da
Terra, promessa que se há-de realizar plenamente no Descendente de Abraão,
Jesus Cristo.
Leitura
do Livro do Génesis
Naqueles
dias, o Senhor disse a Abraão: «Deixa a tua terra, a tua família e a casa de
teu pai e vai para a terra que Eu te indicar. Farei de ti uma grande nação e te
abençoarei; engrandecerei o teu nome e serás uma bênção. Abençoarei a quem te
abençoar, amaldiçoarei a quem te amaldiçoar; por ti serão abençoadas todas as
nações da terra». Abraão partiu, como o Senhor lhe tinha ordenado.
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL
– Salmo 32 (33), 4-5.18-19.20.22 (R. 22)
Refrão: Esperamos,
Senhor, na vossa misericórdia. (Repete-se)
Ou: Desça sobre nós a vossa misericórdia, porque em
Vós esperamos, Senhor. (Repete-se)
A palavra do Senhor é recta,
da fidelidade nascem as suas obras.
Ele ama a justiça e a rectidão:
a terra está cheia da bondade do Senhor. (Refrão)
Os olhos do Senhor estão voltados
para os que O temem,
para os que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas
e os alimentar no tempo da fome. (Refrão)
A nossa alma espera o Senhor:
Ele é o nosso amparo e protector.
Venha sobre nós a vossa bondade,
porque em Vós esperamos, Senhor. (Refrão)
LEITURA II – 2 Tim 1, 8b-10
«Deus nos chama e
ilumina»
O chamamento de Deus chega até aos homens por seu Filho,
Jesus Cristo, que, na leitura do Evangelho, o próprio Pai nos apresenta para
que O escutemos. Por Ele se renova a Aliança entre Deus e os homens, e n’Ele já
temos a garantia da vida e da imortalidade. É esta a fé da Igreja desde o
princípio, como o Apóstolo o atesta.
Leitura
da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo
Caríssimo:
Sofre comigo pelo Evangelho, apoiado na força de Deus. Ele salvou-nos e
chamou-nos à santidade, não em virtude das nossas obras, mas do seu próprio
desígnio e da sua graça. Esta graça, que nos foi dada em Cristo Jesus, desde
toda a eternidade, manifestou-se agora pelo aparecimento de Cristo Jesus, nosso
Salvador, que destruiu a morte e fez brilhar a vida e a imortalidade, por meio
do Evangelho.
Palavra do Senhor
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO
Refrão: Refrão: Glória a Vós, Senhor, Filho de Deus vivo. (Repete-se)
No meio da nuvem luminosa,
ouviu-se a voz do Pai:
«Este é o meu Filho muito amado: escutai-O». (Refrão)
EVANGELHO –Mt 17,
1-9
«O seu rosto ficou
resplandecente como o sol»
A Transfiguração é a revelação antecipada
de Cristo glorioso, como a sua Ressurreição, no fim da Quaresma, O há-de
manifestar. Em Cristo transfigurado se antevê, desde já, a vida e a
imortalidade a que somos chamados, reconhecemos a glória do Filho de Deus que
se há-de revelar em nós próprios e tomamos coragem para subirmos, ao longo da
Quaresma, até à transfiguração pascal, que Deus dará a quem escutar e seguir o
seu Filho.
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele
tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e levou-os, em
particular, a um alto monte e transfigurou-Se diante deles: o seu rosto ficou resplandecente
como o sol e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E apareceram Moisés
e Elias a falar com Ele. Pedro disse a Jesus: «Senhor, como é bom estarmos
aqui! Se quiseres, farei aqui três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e
outra para Elias». Ainda ele falava, quando uma nuvem luminosa os cobriu com a
sua sombra e da nuvem uma voz dizia: «Este é o meu Filho muito amado, no qual
pus toda a minha complacência. Escutai-O». Ao ouvirem estas palavras, os
discípulos caíram de rosto por terra e assustaram-se muito. Então Jesus
aproximou-Se e, tocando-os, disse: «Levantai-vos e não temais». Erguendo os
olhos, eles não viram mais ninguém, senão Jesus. Ao descerem do monte, Jesus
deu-lhes esta ordem: «Não conteis a ninguém esta visão, até o Filho do homem
ressuscitar dos mortos».
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS
OBLATAS
Esta oblação, Senhor, lave os nossos pecados e santifique o corpo e o
espírito dos vossos fiéis, para celebrarmos dignamente as festas pascais.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA
COMUNHÃO – Mt 17, 5
Este é o meu Filho muito amado,
no qual pus as minhas complacências.
Escutai-O.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Alimentados nestes gloriosos mistérios, nós Vos damos
graças, Senhor, porque, vivendo ainda na terra, nos fazeis participantes dos
bens do Céu.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
Sem comentários:
Enviar um comentário