sábado, 18 de abril de 2020

Divina Misericórdia


DOMINGO II DA PÁSCOA – ano A – 19ABR2020



QUE A PAZ ESTEJA CONVOSCO!
O medo impede o anúncio e o testemunho. Jesus liberta do medo, mostrando que o amor doado até à morte é sinal de vitória e alegria. Depois, convoca os seus seguidores para a missão no meio do mundo, infunde neles o Espírito da vida nova e mostra-lhes o objectivo da missão: continuar a actividade dele, provocando o julgamento. De facto, a aceitação ou recusa do amor de Deus, trazido por Jesus, é o critério de discernimento que leva o homem a tomar consciência da sentença que cada um atrai para si próprio: sentença de libertação ou de condenação. Tomé simboliza aqueles que não acreditam no testemunho da comunidade e exigem uma experiência particular para acreditar. Jesus, porém, revela-se a Tomé dentro da comunidade. Todas as gerações do futuro acreditarão em Jesus vivo e ressuscitado através do testemunho da comunidade cristã. O autor conclui o relato da vida de Jesus, chamando a atenção para o conteúdo e a finalidade do seu evangelho, que contém apenas alguns dos muitos sinais realizados por Jesus. E estes aqui foram narrados para despertar o compromisso da fé que leva a experimentar a vida trazida por Jesus. Esta narrativa da aparição do ressuscitado aos discípulos reunidos está presente também no evangelho de Lucas. De modo muito sucinto ela foi inserida no apêndice do evangelho de Marcos. João destaca as portas fechadas por medo dos judeus. Assim deixa transparecer o contexto de perseguição que sofriam, o que também acontecia com as comunidades no tempo em que João escreve. A presença do ressuscitado e a comunicação da paz fortalecem a fé dos discípulos. Mostrando as chagas das mãos e do lado, o ressuscitado confirma a sua identificação com Jesus de Nazaré, revelando a continuidade da sua vida no seio do Pai eterno. A partir da experiência de Tomé, Jesus proclama a bem-aventurança da fé daqueles que não viram e acreditam. A continuidade do ministério de Jesus é registada no livro de Actos. Temos aí um sumário da missão, com referência explícita a Pedro. Como em Jesus, as curas e exorcismos são sinais da acção libertadora dos apóstolos. O Apocalipse apresenta o ressuscitado como o vitorioso final num combate celestial. Com este estilo literário, procura-se animar a fé e a resistência das comunidades que sofriam perseguição da parte dos judeus e dos romanos, no fim do primeiro século. Jesus comunica aos discípulos a Paz e o Espírito. Os discípulos são enviados em missão, com o conforto do Espírito. As suas comunidades são responsáveis pela prática da misericórdia no acolhimento dos pecadores convidados à conversão. A partir da experiência de Tomé, Jesus proclama a bem-aventurança da fé. Começa o tempo dos bem-aventurados que não o viram e creram nele.

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – 1 Pedro 2, 2
Como crianças recém-nascidas, desejai o leite espiritual, que vos fará crescer e progredir no caminho da salvação. Aleluia.

Ou 4 Esd 2, 36-37
Exultai de alegria, cantai hinos de glória.
Dai graças a Deus, que vos chamou ao reino eterno. Aleluia.

ORAÇÃO COLECTA
Deus de eterna misericórdia, que reanimais a fé do vosso povo na celebração anual das festas pascais, aumentai em nós os dons da vossa graça, para compreendermos melhor as riquezas inesgotáveis do Baptismo com que fomos purificados, do Espírito em que fomos renovados e do Sangue com que fomos redimidos.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

LEITURA I – Actos 2, 42-47

«Todos os que haviam abraçado a fé viviam unidos e tinham tudo em comum»

No Tempo Pascal a primeira leitura é sempre tirada dos Actos dos Apóstolos, o livro da história dos primeiros dias da Igreja. A passagem que hoje se lê conta precisamente o ambiente em que vivia a primeira comunidade cristã de Jerusalém. Essa comunidade ficará para sempre o tipo exemplar de todas as comunidades cristãs, mesmo que as circunstâncias venham a ser muito diferentes: eles eram unidos na fé, na vida de caridade até à comunhão de bens e nas celebrações, em que, ao lado da Palavra, tinha lugar a “fracção do pão”, isto é, a Eucaristia.

Leitura dos Actos dos Apóstolos
Os irmãos eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fracção do pão e às orações. Perante os inumeráveis prodígios e milagres realizados pelos Apóstolos, toda a gente se enchia de temor. Todos os que haviam abraçado a fé viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam propriedades e bens e distribuíam o dinheiro por todos, conforme as necessidades de cada um. Todos os dias frequentavam o templo, como se tivessem uma só alma, e partiam o pão em suas casas; tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração, louvando a Deus e gozando da simpatia de todo o povo. E o Senhor aumentava todos os dias o número dos que deviam salvar-se.
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 117 (118), 2-4.13-15.22-24 (R. 1)

Refrão: Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia. (Repete-se)

Ou: Aclamai o Senhor, porque Ele é bom:
o seu amor é para sempre. (Repete-se)

Ou: Aleluia. (Repete-se)

Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Aarão:
é eterna a sua misericórdia. (Refrão)

Digam os que temem o Senhor:
é eterna a sua misericórdia.
Empurraram-me para cair,
mas o Senhor me amparou. (Refrão)

O Senhor é a minha fortaleza e a minha glória,
foi Ele o meu Salvador.
Gritos de júbilo e de vitória nas tendas dos justos:
a mão do Senhor fez prodígios. (Refrão)

A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.
Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria. (Refrão)

LEITURA II – Pedro 1, 3-9

«Fez-nos renascer para uma esperança viva pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos»

A vida que outrora foi vivida pela comunidade de Jerusalém é vivida pelas nossas comunidades de hoje: anima-as a mesma fé e a mesma esperança, e estas fazem-nas viver na mesma alegria e na mesma paz, apesar das provações que sempre as hão-de acompanhar. Como aconteceu com o Senhor, também para nós da morte surgirá a vida.

Leitura da Primeira Epístola de São Pedro
Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, na sua grande misericórdia, nos fez renascer, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos, para uma esperança viva, para uma herança que não se corrompe, nem se mancha, nem desaparece. Esta herança está reservada nos Céus para vós que pelo poder de Deus sois guardados, mediante a fé, para a salvação que se vai revelar nos últimos tempos. Isto vos enche de alegria, embora vos seja preciso ainda, por pouco tempo, passar por diversas provações, para que a prova a que é submetida a vossa fé – muito mais preciosa que o ouro perecível, que se prova pelo fogo – seja digna de louvor, glória e honra, quando Jesus Cristo Se manifestar. Sem O terdes visto, vós O amais; sem O ver ainda, acreditais n’Ele. E isto é para vós fonte de uma alegria inefável e gloriosa, porque conseguis o fim da vossa fé: a salvação das vossas almas.
Palavra do Senhor

ALELUIA – Jo 20, 29

Refrão: Aleluia. Repete-se

Disse o Senhor a Tomé:
«Porque Me viste, acreditaste;
felizes os que acreditam sem terem visto. (Refrão)



EVANGELHO – Jo 20, 19-31

«Oito dias depois, veio Jesus...»

É de novo Domingo. Jesus volta a aparecer no meio dos seus. Como na aparição de que hoje fala o Evangelho, em cada Missa de domingo Jesus está no meio dos seus discípulos e leva-os à fé n’Ele, ressuscitado. Para isto, mostra-lhes as mãos, os pés e o lado. São os sinais da sua Paixão, e agora da Ressurreição. E tudo isto se passa “oito dias depois”, como para nós acontece em cada oitavo dia, na assembleia de cada domingo. Por isso, o Domingo é o Dia da Ressurreição, primeiro e oitavo ao mesmo tempo, princípio dos dias e já o dia que está para além do tempo, o dia que nos faz participar na vida da eternidade.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. João
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos». Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto». Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS

Aceitai benignamente, Senhor, as ofertas do vosso povo [e dos vossos novos filhos], de modo que, renovados pela profissão da fé e pelo Baptismo, mereçamos alcançar a bem-aventurança eterna.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Jo 20, 27

Disse Jesus a Tomé:
Com a tua mão reconhece o lugar dos cravos.
Não sejas incrédulo, mas fiel. Aleluia.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Concedei, Deus todo-poderoso, que a força do sacramento pascal que recebemos permaneça sempre em nossas almas.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



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