DOMINGO DE PÁSCOA – ano A – 12ABR2020
JESUS NÃO ESTÁ MORTO
A fé na ressurreição tem dois
aspectos. O primeiro é negativo: Jesus não está morto. Ele não é falecido
ilustre, ao qual se deve construir um monumento. O sepulcro vazio mostra que
Jesus não ficou prisioneiro da morte. O segundo aspecto da ressurreição é
positivo: Jesus está vivo, e o discípulo que o ama intui essa realidade. A vida
de Jesus foi uma doação de amor total aos que lhe estavam próximos e às
multidões com as quais se comunicava. Os discípulos que com ele conviveram,
desde o baptismo de João até a crucificação, tiveram uma experiência mais
profunda deste amor. O próprio Jesus afirmou a sua comunhão de amor e vida
eterna com o Pai e revelou aos discípulos o caminho para esta comunhão. Após a
crucificação, com o amadurecimento da experiência que tiveram com Jesus, estes
discípulos reencontram-no “de pé” (anistémi ou egeiró, colocar-se de pé;
traduzido por ressuscitar), enviando-os em missão. Entre as primeiras
comunidades de discípulos circulavam duas tradições. Segundo uma delas, após a
crucificação, tendo Jesus sido sepultado no penúltimo dia da semana, seu túmulo
foi encontrado vazio pelas mulheres que para aí se dirigiram ao amanhecer do
segundo dia que se seguiu. Era sinal de que ele se tinha “levantado” ou
ressuscitado. Na outra tradição, após a sua morte e sepultura, Jesus apareceu a
alguns de seus discípulos. O texto de hoje, do evangelho de João, apresenta a
narrativa do encontro do túmulo vazio. Para o discípulo mais amado por Jesus, a
ausência do corpo de Jesus não impediu que ele compreendesse que Jesus
continuava presente entre eles. Pela experiência do amor vivido, ele creu.
Pedro e os demais ainda não tinham compreendido o sentido da vida de Jesus.
Seriam necessárias aparições em que Jesus “se manifestasse, não a todo o povo,
mas às testemunhas designadas de antemão por Deus”. Acreditar na ressurreição é
crer no dom da vida eterna por graça de Deus. Este dom nos é concedido a partir
da encarnação do Filho de Deus, na pessoa histórica de Jesus de Nazaré. Jesus,
humano e divino, na sua vida terrena já vive a dimensão de eternidade, e nós,
como ressuscitados, vivemos com ele. Não é no sepulcro ou no passado que se
procura Jesus. É hoje, com a sensibilidade que nos faz perceber a sua presença
entre os pobres e excluídos.
MISSA
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ANTÍFONA DE
ENTRADA – Salmo 139, 18.5-6
Ressuscitei e estou convosco para sempre; pusestes sobre mim a vossa
mão: é admirável a vossa sabedoria.
Ou Lc 24, 34; Ap 1, 5
O Senhor ressuscitou verdadeiramente. Aleluia. Glória e louvor a Cristo
para sempre. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor Deus do universo, que neste dia, pelo vosso Filho
Unigénito, vencedor da morte, nos abristes as portas da eternidade,
concedei-nos que, celebrando a solenidade da ressurreição do Senhor, renovados
pelo vosso Espírito, ressuscitemos para a luz da vida.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da Palavra
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LEITURA I – Act.
10, 34a, 37-43
Diante de pagãos, em casa do centurião Cornélio, Pedro
anuncia o que já lhes havia chegado aos ouvidos: Cristo ressuscitou! E,
completando aquela «boa notícia», garantindo, com o seu testemunho pessoal, a
verdade dos acontecimentos daqueles dias, o Apóstolo explica-lhes o que eles querem
dizer:
– Jesus de Nazaré, homem que viveu como eles e com Quem
Pedro convivera, não é um simples homem. Ungido do Espírito de Deus, tem a
plenitude de Deus em Si. Ele é o Messias, o Filho de Deus, como o demonstrou
pelos milagres por ele mesmo presenciados e, sobretudo pelo milagre definitivo
– a Ressurreição.
Pela Ressurreição, de que Pedro é testemunha, Jesus de
Nazaré é o Juiz dos vivos e dos mortos, é o Salvador de todos os homens, judeus
ou pagãos.
Leitura
dos Actos dos Apóstolos
Naqueles
dias, Pedro tomou a palavra e disse: «Vós sabeis o que aconteceu em toda a
Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou: Deus ungiu
com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e
curando a todos os que eram oprimidos pelo Demónio, porque Deus estava com Ele.
Nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém;
e eles mataram-n'O, suspendendo-O na cruz. Deus ressuscitou-O ao terceiro dia e
permitiu-Lhe manifestar-Se¬, não a todo o povo, mas às testemunhas de antemão
designadas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele, depois de ter
ressuscitado dos mortos. Jesus mandou-nos pregar ao povo e testemunhar que Ele
foi constituído por Deus juiz dos vivos e dos mortos. É d'Ele que todos os
profetas dão o seguinte testemunho: quem acredita n’Ele recebe pelo seu nome a
remissão dos pecados».
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL
– Sal. 117(118), 1-2, 16ab-17, 22-23
Refrão: Este é o dia que
o Senhor fez: exultemos e cantemos de alegria. (Repete-se)
Ou: Aleluia. Repete-se
Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Israel:
é eterna a Sua misericórdia. (Refrão)
A mão do Senhor fez prodígios,
a mão do Senhor foi magnífica.
Não morrerei, mas hei-de viver,
para anunciar as obras do Senhor. (Refrão)
A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
e é admirável aos nossos olhos. (Refrão)
LEITURA II – Col. 3, 1-4
Pelo seu Baptismo, o cristão morreu para o pecado e
ressuscitou com Cristo para uma vida nova. Desde esse momento, recebeu a missão
de, à semelhança de Cristo, conduzir os homens e todas as coisas para o Pai.
Inserido nas realidades divinas, não pode alhear-se do
mundo, nem ficar indiferente aos esforços dos homens relativamente à construção
dum mundo de felicidade, justiça e paz.
Inserido nas realidades da terra, não pode encerrar-se no
mundo, trabalhando só para fins terrenos, esquecido do destino final do homem e
do mundo.
Feito nova criatura pela Ressurreição de Cristo, o cristão
viverá a vida de cada dia, sem perder de vista o fim superior, para que foi
criado.
Leitura
da Epístola do apóstolo S. Paulo aos Colossenses
Irmãos:
Se ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do alto, onde Cristo Se
encontra, sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da
terra. Porque vós morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
Quando Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar, então também vós vos haveis
de manifestar com Ele na glória.
Palavra do Senhor
SEQUÊNCIA PASCAL
À Vítima pascal
Ofereçam os cristãos
sacrifícios de louvor
O Cordeiro resgatou as ovelhas:
Cristo, o Inocente,
reconciliou com o Pai os pecadores.
A morte e a vida
travaram um admirável combate:
depois de morto,
vive e reina o Autor da vida.
Diz-nos, Maria:
Que viste no caminho?
Vi o sepulcro de Cristo vivo,
e a glória do ressuscitado.
Vi as testemunhas dos Anjos,
vi o sudário e a mortalha.
Ressuscitou Cristo, minha esperança:
precederá os seus discípulos na Galileia.
Sabemos e acreditamos:
Cristo ressuscitou dos mortos:
Ó Rei vitorioso,
tende piedade de nós.
ACLAMAÇÃO AO
EVANGELHO – I Cor 5, 7b-8a
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Cristo, nosso Cordeiro Pascal, foi imolado: celebremos a festa do
Senhor. (Refrão)
EVANGELHO –Jo 20,
1-9
Pedro e João, juntamente com Madalena,
são as primeiras testemunhas do túmulo vazio, naquela manhã de Páscoa. Não foi,
porém, muito facilmente que eles chegaram à conclusão de que Jesus estava vivo.
A sua fé será progressiva, caminhará entre incredulidade e dúvidas. Só perante
as ligaduras e o lençol, cuidadosamente dobrados, o que excluía a hipótese de
roubo, se lhes começam a abrir os olhos para a realidade.
No seu amor intuitivo, João é o primeiro
a compreender os sinais da Ressurreição. Mas bem depressa Pedro, que, não por
acaso mas intencionalmente, ocupa o primeiro lugar e nos aparece já nesta manhã
como Chefe do Colégio Apostólico, descobre a verdade, anunciada tão claramente
pela Escritura e pelo mesmo Jesus. Depois, em contacto pessoal com o
Ressuscitado, a sua fé tornar-se-á firme como «rocha» inabalável.
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. João
No
primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao
sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão
Pedro e com o outro discípulo que Jesus amava e disse-lhes: «Levaram o Senhor
do sepulcro e não sabemos onde O puseram». Pedro partiu com o outro discípulo e
foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo
antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao
sepulcro¬. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto,
chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras
no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as
ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro
ao sepulcro:¬ viu e acreditou. Na verdade, ainda não tinham entendido a
Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS
OBLATAS
Exultando de alegria pascal, nós Vos oferecemos, Senhor, este
sacrifício, no qual tão admiravelmente renasce e se alimenta a vossa Igreja.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
ANTÍFONA DA
COMUNHÃO – 1 Cor 5, 7-8
Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado: celebremos a festa com o pão
ázimo da pureza e da verdade. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Senhor nosso Deus, protegei sempre com paternal bondade a
vossa Igreja, para que, renovada pelos mistérios pascais, mereça chegar à
glória da ressurreição.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
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