DOMINGO V da QUARESMA – ano B – 21MAR2021
MISSA |
ANTÍFONA
DE ENTRADA – Salmo 42, 1-2
Fazei-me
justiça, meu Deus,
defendei
a minha causa contra a gente sem piedade,
livrai-me
do homem desleal e perverso.
Vós
sois o meu refúgio.
ORAÇÃO
COLECTA
Senhor nosso Deus, concedei-nos a graça de viver com alegria o
mesmo espírito de caridade que levou o vosso Filho a entregar-Se à morte pela
salvação dos homens.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
Liturgia
da Palavra |
LEITURA
I – Jer 31, 31-34
«Estabelecerei uma aliança nova e não mais recordarei os seus
pecados»
Ao
longo de toda a História da Salvação, Deus, para levar os homens a
estabelecerem com Ele relações pessoais, foi concluindo alianças com o Povo de
Israel, através de homens extraordinários, que servem de mediadores. À
humanidade decaída pelo pecado, que «vivia no terror dos deuses e do destino
implacável». Deus ia assim revelando o Seu amor e os Seus desígnios de
salvação.
Estas
alianças, porém, eram provisórias, particulares, acompanhadas de promessas de
carácter material e ligadas a um povo. Preparavam e conduziam a uma aliança
nova, espiritual, definitiva e universal, que pela primeira vez, o profeta
Jeremias anuncia ao Povo de Deus.
Leitura do Livro de Jeremias
Dias virão, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de
Israel e com a casa de Judá uma aliança nova. Não será como a aliança que
firmei com os seus pais, no dia em que os tomei pela mão para os tirar da terra
do Egipto, aliança que eles violaram, embora Eu tivesse domínio sobre eles, diz
o Senhor. Esta é a aliança que estabelecerei com a casa de Israel, naqueles
dias, diz o Senhor: Hei-de imprimir a minha lei no íntimo da sua alma e
gravá-la-ei no seu coração. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Já não
terão de se instruir uns aos outros, nem de dizer cada um a seu irmão:
«Aprendei a conhecer o Senhor». Todos eles Me conhecerão, desde o maior ao mais
pequeno, diz o Senhor. Porque vou perdoar os seus pecados e não mais recordarei
as suas faltas.
Palavra do
Senhor
SALMO
RESPONSORIAL – Salmo 50 (51), 3-4.12-13.14-15 (R. 12a)
Refrão: Dai-me, Senhor, um coração puro.
(Repete-se)
Compadecei-Vos
de mim, ó Deus,
pela
vossa bondade,
pela
vossa grande misericórdia,
apagai
os meus pecados.
Lavai-me
de toda a iniquidade
e
purificai-me de todas as faltas. (Refrão)
Criai
em mim, ó Deus, um coração puro
e
fazei nascer dentro de mim um espírito firme.
Não
queirais repelir-me da vossa presença
e
não retireis de mim o vosso espírito de santidade. (Refrão)
Dai-me
de novo a alegria da vossa salvação
e
sustentai-me com espírito generoso.
Ensinarei
aos pecadores os vossos caminhos
e
os transviados hão-de voltar para Vós. (Refrão)
LEITURA
II – Hebr 5, 7-9
«Aprendeu
a obediência e tornou-se causa de salvação etern»
A
Aliança anunciada por Jeremias, veio a realizar-se pelo mais perfeito dos
mediadores – Jesus Cristo, Filho de Deus e irmão dos homens, segundo a natureza
humana por Ele assumida.
Porque,
foi sancionada com o Seu Sangue, no Sacrifício Pascal, («a nova Aliança no meu
Sangue»), Jesus não é apenas o Mediador, mas a própria Aliança: Ele estabeleceu
a comunhão perfeita dos homens com Deus.
Realidade
definitiva, esta é a Aliança nova. Mas é também eterna. Não há necessidade de
se repetir, como as antigas. Pela Eucaristia, feita em Sua Memória (I Cor. 11,
25), como Ele ordenou, a Aliança do Calvário torna-se presente em todos os
lugares e tempos. Participando nela, com fé, os fiéis unem-se ao Mistério da
nova e eterna Aliança, recebem a salvação preparada no Antigo Testamento e que
será consumada pela vinda gloriosa de Cristo.
Leitura da Epístola aos Hebreus
Nos dias da sua vida mortal, Cristo dirigiu preces e súplicas, com
grandes clamores e lágrimas, Àquele que O podia livrar da morte e foi atendido
por causa da sua piedade. Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no
sofrimento e, tendo atingido a sua plenitude, tornou-Se para todos os que Lhe
obedecem causa de salvação eterna
Palavra do
Senhor
ACLAMAÇÃO
ANTES DO EVANGELHO – Jo 12, 26
Refrão: Louvor a Vós, Jesus
Cristo, Rei da eterna glória. (Repete-se)
Se alguém Me quiser
servir, que Me siga, diz o Senhor, e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo
(Refrão)
EVANGELHO
– Jo 12, 20-33
«Se
o grão de trigo, lançado à terra, morrer, dará muito fruto»
Só morrendo é que a semente dá origem a uma vida nova,
revelando assim a sua maravilhosa fecundidade.
Também para Jesus a morte é semente de uma vida
maravilhosamente nova e fecunda. Graças à Sua morte redentora, os benefícios da
salvação são, com efeito, comunicados a todos os homens, judeus ou pagãos. A
Sua morte é a conclusão da Sua missão é, por isso, a hora da Sua glorificação.
Aceitando voluntariamente a morte, em filial e amorosa
obediência ao Pai e aos Seus planos de salvação, Jesus «deu-nos a vida
imortal».
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, alguns gregos que tinham vindo a Jerusalém para
adorar nos dias da festa, foram ter com Filipe, de Betsaida da Galileia, e
fizeram-lhe este pedido: «Senhor, nós queríamos ver Jesus». Filipe foi dizê-lo
a André; e então André e Filipe foram dizê-lo a Jesus. Jesus respondeu-lhes:
«Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado. Em verdade, em
verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas
se morrer, dará muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a
sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém Me quiser
servir, que Me siga, e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. E se
alguém Me servir, meu Pai o honrará. Agora a minha alma está perturbada. E que
hei-de dizer? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a
esta hora. Pai, glorifica o teu nome». Veio então do Céu uma voz que dizia: «Já
O glorifiquei e tornarei a glorificá-l’O». A multidão que estava presente e ouvira
dizia ter sido um trovão. Outros afirmavam: «Foi um Anjo que Lhe falou». Disse
Jesus: «Não foi por minha causa que esta voz se fez ouvir; foi por vossa causa.
Chegou a hora em que este mundo vai ser julgado. Chegou a hora em que vai ser
expulso o príncipe deste mundo. E quando Eu for elevado da terra, atrairei
todos a Mim». Falava deste modo, para indicar de que morte ia morrer.
Palavra da salvação.
MEDITAÇÃO
CONVITE
A DEDICAR A VIDA À MISSÃO DO ANÚNCIO DA ESPERANÇA
Temos aqui duas
concepções sobre o Messias. Seguindo a tradição transmitida pelos dirigentes, o
povo aclama Jesus como um rei político. Mais tarde, essa ideia será
transformada em motivo da condenação de Jesus. Por outro lado, Jesus apresenta-se
como o Messias predito pelas Escrituras, mostrando, porém, a sua verdadeira
missão: dar a vida para salvar e reunir o povo. Jesus, chegando a Jerusalém
para a festa da Páscoa judaica, é aclamado pela multidão. Está próximo o
desenlace do seu ministério de amor e dom de si. Dirige-se então aos seus
discípulos realçando o carácter do dom total a ser assumido nos discípulos. O
dom da própria vida é o acto fecundo que gera mais vida, tanto naquele que se
doa como naqueles que são tocados pelo seu amor. A vida é fruto do amor e ela
será tanto mais pujante quanto maior for a plenitude do amor, no dom total. Na
metáfora do grão que se transforma, Jesus afirma que o homem possui muito mais
potencialidades do que aquelas que lhe são conhecidas. Com o dom de si novas e
surpreendentes potencialidades se revelam. A morte no sentido que Jesus fala
não é um fim trágico, mas é o começo de uma vida mais plena, já neste mundo.
Morrer para os seus limites, impostos por uma cultura de consumo e opressão,
para viver livre na comunhão de amor e vida com os irmãos, particularmente os
mais necessitados. Isto é servir a Jesus, e assim se manifesta a glória de
Jesus e a glória do Pai. Quem não teme a própria morte confunde o opressor
poderoso e conquista a liberdade que transforma o mundo pelo amor. Viver é dar
a vida e tem-se a vida à medida que ela é dada.
ORAÇÃO
SOBRE AS OBLATAS
Ouvi-nos, Senhor Deus omnipotente, e, pela virtude deste
sacrifício, purificai os vossos servos que iluminastes com os ensinamentos da
fé.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA
DA COMUNHÃO
Quando
se lê o Evangelho de Lázaro: (Jo 11, 26)
Aquele
que vive e crê em Mim
não
morrerá para sempre, diz o Senhor.
ORAÇÃO
DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus
omnipotente, concedei-nos a graça de sermos sempre contados entre os membros de
Cristo, nós que comungámos o seu Corpo e Sangue.
Ele
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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