sexta-feira, 10 de outubro de 2014

LITURGIA DA PALAVRA – DOMINGO XXVIII do Tempo Comum





(Domingo, 12 de Outubro de 2014)


Na verdade, muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos


LEITURA I – Is 25, 6-10a

O Senhor preparará um banquete e enxugará as lágrimas de todas as faces

O banquete é, com frequência, na Sagrada Escritura, figura da reunião dos homens no reino de Deus. Assim como também hoje se lê em Isaías, aí o banquete é o lugar de encontro de todos os povos, todos eles chamados à comunhão na montanha onde o Senhor habita, o Monte Sião, figura da Igreja de Cristo.

Leitura do Livro de Isaías
“Sobre este monte, o Senhor do Universo há-de preparar para todos os povos um banquete[1] de manjares suculentos, um banquete de vinhos deliciosos: comida de boa gordura, vinhos puríssimos. Sobre este monte, há-de tirar o véu que cobria todos os povos, o pano que envolvia todas as nações; destruirá a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces e fará desaparecer da terra inteira o opróbrio que pesa sobre o seu povo. Porque o Senhor falou. Dir-se-á naquele dia: «Eis o nosso Deus, de quem esperávamos a salvação; é o Senhor, em quem pusemos a nossa confiança. Alegremo-nos e rejubilemos, porque nos salvou. A mão do Senhor pousará sobre este monte».”

LEITURA II – Filip 4, 12-14.19-20

Tudo posso n’Aquele que me conforta

A experiência da prisão serviu a São Paulo para ele sentir mais profundamente que Cristo era tudo na vida; e por isso, ao mesmo tempo que agradece aos destinatários da sua carta o que eles lhe tinham enviado, afirma que em Cristo encontra toda a sua força e confiança.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
“Irmãos: Sei viver na pobreza e sei viver na abundância. Em todo o tempo e em todas as circunstâncias, tenho aprendido a ter fartura e a passar fome, a viver desafogadamente e a padecer necessidade. Tudo posso n’Aquele que me conforta. No entanto, fizestes bem em tomar parte na minha aflição[2]. O meu Deus proverá com abundância a todas as vossas necessidades, segundo a sua riqueza e magnificência, em Cristo Jesus. Glória a Deus, nosso Pai, pelos séculos dos séculos. Ámen.”

EVANGELHO Mt 22, 1-14

Convidai para as bodas todos os que encontrardes

Uma vez mais, a parábola do banquete serve para simbolizar o reino de Deus. Jesus anuncia aos seus ouvintes que o Evangelho, por eles rejeitado, vai ser anunciado a outros, e, destes, muitos o hão-de aceitar. Não é já a raça de Abraão segundo a carne que há-de encher a sala do banquete, mas todos aqueles que, pela fé, se hão-de tornar filhos de Abraão. A todos os povos se abrem as portas do reino dos Céus.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
“Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se de novo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo e, falando em parábolas, disse-lhes: «O reino dos Céus pode comparar-se a um rei que preparou um banquete nupcial[3] para o seu filho. Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram vir. Mandou ainda outros servos, ordenando-lhes: ‘Dizei aos convidados: Preparei o meu banquete, os bois e os cevados foram abatidos, tudo está pronto. Vinde às bodas’. Mas eles, sem fazerem caso, foram um para o seu campo e outro para o seu negócio; os outros apoderaram-se dos servos, trataram-nos mal e mataram-nos. O rei ficou muito indignado e enviou os seus exércitos, que acabaram com aqueles assassinos e incendiaram a cidade. Disse então aos servos: ‘O banquete está pronto, mas os convidados não eram dignos. Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas todos os que encontrardes’[4]. Então os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala do banquete encheu-se de convidados. O rei, quando entrou para ver os convidados, viu um homem que não estava vestido com o traje nupcial e disse-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’. Mas ele ficou calado. O rei disse então aos servos: ‘Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o às trevas exteriores; aí haverá choro e ranger de dentes’. Na verdade, muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos»[5].”





[1] Banquete. A imagem do banquete é um paradigma bíblico para designar a felicidade escatológica 
[2] Os filipenses ajudaram Paulo com a sua generosidade (Act 18,3 nota; Rm 15,22-33 nota; 1 Cor 16,1-4 nota; 2 Cor 8,1-6.10-15).
[3] A parábola do banquete nupcial não tem paralelo senão em Lc 14,16-24. Apesar das diferenças entre os dois textos, existe em ambos a mesma cor polémica e abundantes traços alegóricos. Aliás, o acento da parábola não recai sobre o filho do Rei, mas sobre a recusa do convite pelos primeiros convidados. As bodas são um símbolo frequente na Bíblia para designar a feliz comunhão de Deus com o seu povo. O Rei era uma imagem habitual para falar de Deus.
[4] Saídas dos caminhos ou cruzamentos, fora da cidade; maus e bons: referência à universalidade do último convite e à totalidade das pessoas para terem parte na alegria do Reino.
[5] Estas palavras enigmáticas enquadram-se melhor a seguir ao v.10, podendo ver-se aí uma alusão aos judeus, os primeiros convidados à salvação. Depois dos v.11-13, dirigem-se contra aqueles que abusam do convite gratuito de Deus, sendo, por isso, rejeitados do Reino (20,16).

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