(Domingo IV, 08 de Fevereiro
de 2015)
“Curou muitas pessoas, atormentadas por várias doenças”
LEITURA I – Job 7,
1-4.6-7
“Agito-me angustiado até ao crepúsculo”
Job é o tipo de todo o homem que sofre e que não sabe
encontrar explicação para o sofrimento. No entanto, ele sabe que o Senhor não é
estranho a esse sofrimento; por isso, se abandona nas suas mãos, invocando-O e
esperando a sua resposta. Se Job tivesse conhecido a Paixão de Cristo seguida
da Ressurreição, teria encontrado resposta mais completa para a sua dor!
Leitura do Livro de Job
“1«A vida do
homem sobre a terra, não é ela uma luta?
2Como um escravo suspira pela sombra, e o jornaleiro espera o seu salário,
3assim eu tive por quinhão meses de sofrimento, e couberam-me em
sorte noites cheias de dor.
4Se me deito, digo: 'Quando chegará o dia?'
Se me levanto: 'Quando
virá a tarde?'
E encho-me de angústia
até chegar a noite.
6Os meus dias passam mais rápido que a lançadeira e desaparecem sem deixar
esperança.
7Lembra-te de que a minha vida é um sopro, e os meus olhos não voltarão a
ver a felicidade.”
LEITURA II – 1 Cor 9,
16-19.22-23
“Ai de mim se não evangelizar!”
O que leva S. Paulo a pregar o Evangelho é exclusivamente a
consciência que tem de que o deve pregar para salvação de todos. Até o direito
que tem de ser assistido materialmente pelos irmãos ele rejeita, para ficar
mais livre na sua pregação. E é na fidelidade à urgência deste serviço na fé e
no amor a Cristo que ele experimenta a alegria da liberdade.
Leitura da Primeira
Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
“16Porque,
se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma
obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar! 17Se
o fizesse por iniciativa própria, mereceria recompensa; mas, não sendo de
maneira espontânea, é um encargo que me está confiado. 18Qual é,
portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o
gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.
19*De facto, embora livre em relação a todos, fiz-me servo de todos, para
ganhar o maior número. 22Fiz-me fraco com os fracos, para ganhar os
fracos. Fiz-me tudo para todos, para salvar alguns a qualquer custo. 23E
tudo faço por causa do Evangelho, para dele me tornar participante[2].”
EVANGELHO – Mc 1, 29-39
“Curou muitas pessoas, atormentadas por várias doenças”
Ao contrário de Job, sofredor e incapaz de superar o mal,
Jesus cura as doenças e expulsa os demónios. Assim Se afirma Senhor da vida e
da morte, e anuncia desde já a ressurreição. E quer levar esta Boa Nova a toda
a parte; por isso, não se deixa ficar preso pelos interesses, sempre
limitativos, dos seus beneficiários, mas alarga a sua acção a todos os lados. Todavia
esta actividade tão intensa não O impede de procurar um lugar ermo para aí orar
ao Pai.
Evangelho de Nosso
Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
“29Saindo da
sinagoga, foram para casa de Simão e André, com Tiago e João. 30A
sogra de Simão estava de cama com febre, e logo lhe falaram dela. 31Aproximando-se,
tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los. 32À
noitinha, depois do sol-pôr, trouxeram-lhe todos os enfermos e possessos, 33e
a cidade inteira estava reunida junto à porta. 34Curou muitos
enfermos atormentados por toda a espécie de males e expulsou muitos demónios;
mas não deixava falar os demónios, porque sabiam quem Ele era.
35De madrugada, ainda escuro, levantou-se e saiu; foi para um lugar
solitário e ali se pôs em oração. 36Simão e os que estavam com Ele
seguiram-no. 37E, tendo-o encontrado, disseram-lhe: «Todos te
procuram.» 38Mas Ele respondeu-lhes: «Vamos para outra parte, para
as aldeias vizinhas, a fim de pregar aí, pois foi para isso que Eu vim.»
39E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas deles e expulsando os
demónios.”
[1]
A vida... é uma luta. As comparações utilizadas para descrever a vida humana
sobre a terra são tiradas, por um lado, do ambiente militar com as suas
características de obrigatoriedade social, de sacrifício e de risco permanente;
são ainda retiradas das duras condições em que vivia quem estava sujeito a
trabalhar por conta de outrem. Em 14,14, aparece a mesma expressão de combate
para representar a aventura da vida.
[2]
Livre...servo. Repare-se na força expressiva desta antítese, bem de acordo com
os ensinamentos de Jesus (Mt 20,25-28; Mc 10,43-45.45; Lc 22,24-27; Jo 13,4-20).
Repete-se 5 vezes a palavra ganhar e 1 vez salvar, para exprimir a missão junto
dos judeus, dos pagãos e dos fracos, a cujas necessidades Paulo tem de
adaptar-se (Mt 5,43.45-48). Os que vivem sem a Lei são os pagãos, que não
dispõem da Lei revelada.
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