sábado, 14 de fevereiro de 2015

LITURGIA DA PALAVRA – DOMINGO VI DO TEMPO COMUM




(Domingo VI, 15 de Fevereiro de 2015)


A lepra deixou-o e ele ficou limpo

LEITURA I – Lev 13, 1-2.44-46

O leproso deverá morar à parte, fora do acampamento

Esta leitura prepara-nos para melhor compreendermos a do Evangelho. Ali Jesus vai curar um doente de lepra. Nesta leitura, são recordadas as prescrições da Lei do Antigo Testamento a respeito dos leprosos. A situação destes doentes era verdadeiramente infeliz. Tanto mais se poderá ver na cura que o Senhor fez um sinal do seu poder e da sua misericórdia.

Leitura do Livro do Levítico
1O SENHOR disse a Moisés e a Aarão[1]: 2«Quando um homem tiver na pele do seu corpo um tumor, uma doença de pele ou uma mancha, podendo degenerar numa afecção leprosa sobre a pele[2], será apresentado ao sacerdote Aarão, ou a um dos sacerdotes seus descendentes. 44essa pessoa é leprosa, é impura; o sacerdote declará-la-á impura; o mal atingiu-a na cabeça. 45E o leproso atingido por tal afecção deve rasgar as roupas, desalinhar o cabelo, tapar-se até à boca e gritar: 'Impuro!... Impuro!' 46Enquanto conservar a chaga, será impuro, viverá isolado, e a sua residência será fora do acampamento.[3]»”

LEITURA II – 1 Cor 10, 31 – 11, 1

Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo

Paulo propõe-se a si mesmo como modelo aos cristãos, porque ele tem por modelo o próprio Cristo. O que ele pretende é que ninguém seja ocasião de pecado para os outros, mas antes de edificação e de salvação.

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
“10 31Portanto, quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus. 32Não vos torneis ocasião de escândalo, nem para os judeus, nem para os gregos, nem para a Igreja de Deus. 33Fazei como eu, que me esforço por agradar a todos em tudo, não procurando o meu próprio interesse mas o do maior número, a fim de que eles sejam salvos.
11 1Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo.”

EVANGELHO – Mc 1, 40-45

A lepra deixou-o e ele ficou limpo

Uma vez mais, Jesus Se mostra Senhor da vida. Por outro lado, mostra-Se livre em relação à Lei e superior a ela: toca no doente, o que era contrário à Lei, mas manda que o homem curado se vá mostrar aos sacerdotes, o que era exigência da Lei. Jesus é realmente a fonte da vida nova; Ele é hoje o Ressuscitado.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
40Um leproso veio ter com Ele, caiu de joelhos e suplicou: «Se quiseres, podes purificar-me.» 41Compadecido, Jesus estendeu a mão, tocou-o e disse: «Quero, fica purificado.» 42Imediatamente a lepra deixou-o, e ficou purificado. 43E logo o despediu, dizendo-lhe em tom severo: 44«Livra-te de falar disto a alguém; vai, antes, mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que foi estabelecido por Moisés, a fim de lhes servir de testemunho[4]
45Ele, porém, assim que se retirou, começou a proclamar e a divulgar o sucedido, a ponto de Jesus não poder entrar abertamente numa cidade; ficava fora, em lugares despovoados. E de todas as partes iam ter com Ele.”





[1] A lepra era considerada a doença mais terrível. Daí o cuidado em evitá-la a todo o custo, excluindo o leproso da comunidade e destruindo as coisas que tivessem manchas de lepra. A legislação mosaica sobre a lepra está elaborada sem preocupações terapêuticas, porque o seu fim é defender e preservar a comunidade religiosa de qualquer contaminação. Os elementos do diagnóstico e da profilaxia são empíricos, embora se note um esforço de observação e de análise superior aos que se encontram, por ex., nos rituais babilónicos e assírios. O termo lepra não tem aqui o sentido técnico da ciência médica contemporânea. Para o autor sagrado, eram tidas como lepra as dermatoses e certas alterações dos tecidos e das vestes, a que se dá o nome de "lepra das vestes" (v.47-59). O facto de ser o sacerdote a fazer o diagnóstico indica que, por detrás da lepra (e de outras doenças), havia forças misteriosas que era preciso esconjurar.
[2] Dermatoses do corpo, que os médicos denominam lepra branca.
[3] Os sinais que devem tornar o leproso reconhecível e facilmente identificável dentro e fora do seu isolamento são os mesmos que os das pessoas enlutadas (Ez 24,17-22), porque a lepra o exclui do mundo dos vivos. Durante o tempo em que os israelitas permaneceram no deserto, os leprosos viviam fora do acampamento; quando se fixaram na Palestina, viviam fora da área habitada, quer das cidades, quer das aldeias (2 Rs 7,3-4; Lc 17,12-13).
[4] "O segredo messiânico", presente também em Mateus e Lucas, aparece quase institucionalizado em Marcos: 1,24-25.34.44; 3,12; 5,43; 7,36; 8,26. Jesus proíbe os demónios de revelarem a sua identidade (1,24-25.34; 3,12), os miraculados de divulgarem os benefícios dele recebidos e os discípulos de transmitir a estranhos os conhecimentos especiais adquiridos por meio dele (8,30; 9,9). Esta atitude de Jesus pode explicar-se pela necessidade de evitar que se faça uma ideia errada do seu messianismo. Ele não é o libertador nacional, mas realiza a sua missão libertadora no íntimo das pessoas. As curas que Jesus opera são sinais messiânicos (4,35-41 nota; Is 35,5-6; Mt 11,2-6.3 nota; Lc 7,22-23). Sobre o segredo messiânico, ver 7,32-37; Mt 12,14-16; Lc 9,21.

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