DOMINGO I do Advento
(Domingo, 6 de Dezembro de
2015)
Precisamos voltar para o deserto
No décimo quinto ano do
reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia, Herodes
vice-rei da Galileia, seu irmão Filipe, vice-rei da Itureia e Traconítide, e
Lisânias vice-rei de Abilene, durante o sumo sacerdócio de Anás e Caifás, veio
a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto.
A
mensagem de João marca o começo do novo tempo da salvação. No meio da história
dos grandes da terra (imperadores, reis e sacerdotes) a sua palavra é ouvida num
momento muito específico, marcado por esse sincronismo, que nos situa no ano
28/29 d.C., segundo os cálculos, pois Tibério começou a governar o ano 14 d.C.
(o cômputo dos anos pode ser feito com algumas variações).
Nesse
tempo concreto, aparentemente perdido na bacia do Jordão, João começou a
proclamar a palavra definitiva do Advento, enquanto imperadores, tetrarcas e
sacerdotes cuidavam de suas vidas... João
anunciava-lhes um momento de viragem, convidando-os ao deserto Deus, isto é, ao
lugar onde começam os caminhos da nova humanidade.
Esta é a pergunta, esta é a
questão: Quem está disposto a voltar para o deserto, para aprender, para mudar,
para começar...?
LEITURA I – Bar 5, 1-9
“Deus
mostrará o teu esplendor”
Deus
promete a Israel dias de glória e de bênção, que porão fim ao cativeiro da
Babilónia. Os membros do Povo eleito, dispersos, em pequenos grupos, num mundo
pagão, hão-de reunir-se, não pelo esforço dos homens, mas por obra do mesmo
Deus, em volta de Jerusalém, constituindo, de novo, uma nação com destino
próprio.
Como
a Israel, Deus também nos libertou, por meio de Jesus Cristo, que veio à terra
para nos reunir no Seu Povo, a Sua Igreja, a «Jerusalém do alto» e «nossa mãe».
Leitura do
Livro de Baruc
“Jerusalém,
deixa a tua veste de luto e aflição e reveste para sempre a beleza da glória
que vem de Deus. Cobre-te com o manto da justiça que vem de Deus e coloca sobre
a cabeça o diadema da glória do Eterno. Deus vai mostrar o teu esplendor a toda
a criatura que há debaixo do céu; Deus te dará para sempre este nome: «Paz da
justiça e glória da piedade». Levanta-te, Jerusalém, sobe ao alto e olha para o
Oriente: vê os teus filhos reunidos desde o Poente ao Nascente, por ordem do
Deus Santo, felizes por Deus Se ter lembrado deles. Tinham-te deixado,
caminhando a pé, levados pelos inimigos; mas agora é Deus que os reconduz a ti,
trazidos em triunfo, como filhos de reis. Deus decidiu abater todos os altos
montes e as colinas seculares e encher os vales, para se aplanar a terra, a fim
de que Israel possa caminhar em segurança, na glória de Deus. Também os bosques
e todas as árvores aromáticas darão sombra a Israel, por ordem de Deus, porque
Deus conduzirá Israel na alegria, à luz da sua glória, com a misericórdia e a
justiça que d’Ele procedem.”
Palavra do Senhor
LEITURA II – Filip 1,
4-6.8-11
“Puros
e irrepreensíveis para o dia de Cristo”
Graças
à acção divina e à cooperação dada pelos cristãos de Filipos, o Evangelho
difundiu-se extraordinariamente. Por isso, S. Paulo, com os mesmos sentimentos
de alegria com que o profeta celebrava o «regresso» a Jerusalém, canta a
«conversão» dos homens ao Evangelho, ao mesmo tempo que exorta os Filipenses a
continuarem a trabalhar na construção da Igreja, pelo progresso na caridade e
no conhecimento de Deus.
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
“Irmãos: Em
todas as minhas orações, peço sempre com alegria por todos vós, recordando-me
da parte que tomastes na causa do Evangelho, desde o primeiro dia até ao
presente. Tenho plena confiança de que Aquele que começou em vós tão boa obra
há-de levá-la a bom termo até ao dia de Cristo Jesus. Deus é testemunha de que
vos amo a todos no coração de Cristo Jesus. Por isso Lhe peço que a vossa
caridade cresça cada vez mais em ciência e discernimento, para que possais
distinguir o que é melhor e vos torneis puros e irrepreensíveis para o dia de
Cristo, na plenitude dos frutos de justiça que se obtêm por Jesus Cristo, para
louvor e glória de Deus.”
Palavra do Senhor
EVANGELHO – Lc 3, 1-6
“Toda a criatura verá a salvação de Deus”
S.
Lucas situando, com precisão, a pregação de João Baptista no coração da
história dos homens, indica, claramente que a salvação é universal, oferecida a
todos os homens, sem excepção. «Ao novo Povo de Deus todos os homens são
chamados» (LG 13).
A
condição essencial para a aceitação da salvação é a conversão a Deus, que
envolve, como consequências a libertação do pecado.
Para
que a vinda misteriosa de Cristo às nossas almas, hoje se cumpra, é necessário,
pois, «preparar os caminhos do Senhor».
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
“No décimo
quinto ano do reinado do imperador Tibério, quando Pôncio Pilatos era
governador da Judeia, Herodes tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe tetrarca
da região da Itureia e Traconítide e Lisânias tetrarca de Abilene, no
pontificado de Anás e Caifás, foi dirigida a palavra de Deus a João, filho de
Zacarias, no deserto. E ele percorreu toda a zona do rio Jordão, pregando um
baptismo de penitência para a remissão dos pecados, como está escrito no livro
dos oráculos do profeta Isaías: «Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho
do Senhor, endireitai as suas veredas. Sejam alteados todos os vales e abatidos
os montes e as colinas; endireitem-se os caminhos tortuosos e aplanem-se as
veredas escarpadas; e toda a criatura verá a salvação de Deus’».”
Palavra da Salvação
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