sábado, 12 de dezembro de 2015

QUE DEVEMOS FAZER?

DOMINGO III do Advento




(Domingo, 13 de Dezembro de 2015)

Que devemos fazer?
Essa proximidade de Deus torna o cristão aberto a tudo e solidário com tudo o que seus irmãos, os homens, fazem de bom e verdadeiro. Não se fecha ele numa moral individualista, mas sabe fazer suas as virtudes próprias de uma geração, as atitudes próprias de uma mentalidade, os valores inseridos nos vários modos de pensar. Ver e apreciar tudo o que há de bom nos outros com um olhar e um juízo optimistas, é o outro aspecto do optimismo que provém da certeza de viver com Deus.
A abertura aos outros depende sempre da comunhão alegre e pessoal com Deus. Se o Senhor está entre nós, se está assim tão próximo, “que devemos fazer?”.
Às três categorias de pessoas que encontra (a multidão, os publicanos, os soldados), João impõe um comportamento preciso em sinal de conversão: não fazer do egoísmo o critério de suas acções, não se aproveitar do ofício ou da profissão para se enriquecer injustamente. Aqui os sinais de conversão são elementares e ainda estamos longe do sermão da montanha. Mas, o não fazer do próprio “eu” a razão de ser da sua vida já é um sinal suficiente de conversão ao Reino. É um início.

LEITURA I – Sf 3, 14-18a

O Senhor exulta de alegria por tua causa

Este trecho foi acrescentado no pós-exílio. Depois de terem voltado da Babilónia, os judeus iniciaram a reconstrução de Jerusalém. O autor vê nessa obra o perdão dos pecados anteriores e o início de uma nova era para Israel. Enquanto a vida social se vai corrompendo sempre mais e gera até nos bons uma forma prática de cepticismo que se traduz num “não há nada a esperar”. Deus, por meio de seu profeta, faz sentir ao povo a sua voz e o seu amor. A esperança que, por natureza, é uma jovem criatura a que falta o senso do real e às vezes até a prudência, fala aqui a linguagem da experiência, da sabedoria e da humildade. É humilde, por isso é pura. Pura alegria que vem do alto mas que, ao mesmo tempo, deve surgir de um coração de homem: é uma alegria pascal, necessariamente ligada ao acto último em que Jesus exprime sua obediência ao Pai, dando sua vida por todos os homens. Só recebem essa alegria aqueles que, à sua volta, observam o preceito novo do amor sem fronteiras.

Leitura da Profecia de Sofonias
“Clama jubilosamente, filha de Sião; solta brados de alegria, Israel. Exulta, rejubila de todo o coração, filha de Jerusalém. O Senhor revogou a sentença que te condenava, afastou os teus inimigos. O Senhor, Rei de Israel, está no meio de ti e já não temerás nenhum mal. Naquele dia, dir-se-á a Jerusalém: «Não temas, Sião, não desfaleçam as tuas mãos. O Senhor teu Deus está no meio de ti, como poderoso salvador. Por causa de ti, Ele enche-Se de júbilo, renova-te com o seu amor, exulta de alegria por tua causa, como nos dias de festa».”
Palavra do Senhor

LEITURA II – Filip 4, 4-7

O Senhor está próximo

A alegria cristã baseia-se na salvação obtida por Cristo, é testemunhada sobretudo pela bondade que se irradia para todos e pela tranquila confiança em Deus. Os cristãos devem ser fiéis ao que aprenderam dos seus evangelizadores, mas também precisam estar abertos a todas as coisas sadias que encontram na sociedade.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
“Irmãos: Alegrai-vos sempre no Senhor. Novamente vos digo: alegrai-vos. Seja de todos conhecida a vossa bondade. O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com coisa alguma; mas em todas as circunstâncias, apresentai os vossos pedidos diante de Deus, com orações, súplicas e acções de graças. E a paz de Deus, que está acima de toda a inteligência, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.”
Palavra do Senhor

EVANGELHO – Lc 3, 10-18

Que devemos fazer?

João Baptista convida a uma mudança radical de vida, porque já se aproxima o Reino, que vai transformar radicalmente as relações entre os homens. É o tempo do julgamento, e nada adianta ter fé teórica, pois o julgamento basear-se-á nas opções e atitudes concretas que cada um assume. Os fariseus, com a falsa segurança de suas observâncias religiosas, e os saduceus, com suas intrigas políticas para conservar o poder, pertencem à estrutura que vai ser superada pelo Reino. Naquela época a dinâmica de actuação de João Batista suscitava especulações sobre a possibilidade de ser ele o próprio Messias. É que havia aparecido alguns pseudoprofetas e pseudomessias, como por exemplo, Teudas, que tinha uns quatrocentos seguidores e um outro chamado de Judas, o Galileu, que também tinha seus admiradores actuantes (cf. At 5,36-37). Mas João é enfático: “vem aquele que é mais forte do que eu”. Ele apenas compara o seu baptismo com o de Jesus. O cerne da questão não está centrado no baptismo com água, pois a Igreja primitiva já o fazia, mas que o Baptismo de São João Batista é só na água, enquanto o baptismo de Jesus será definitivo: um acto do Criador que leva à salvação, através do Espírito Santo. A alusão ao fogo resulta no processo da separação entre o joio e o trigo, ou seja, entre os que estão salvos e os que estão condenados.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
“Naquele tempo, as multidões perguntavam a João Baptista: «Que devemos fazer?». Ele respondia-lhes: «Quem tiver duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma; e quem tiver mantimentos faça o mesmo». Vieram também alguns publicanos para serem baptizados e disseram: «Mestre, que devemos fazer?». João respondeu-lhes: «Não exijais nada além do que vos foi prescrito». Perguntavam-lhe também os soldados: «E nós, que devemos fazer?». Ele respondeu-lhes: «Não pratiqueis violência com ninguém nem denuncieis injustamente; e contentai-vos com o vosso soldo». Como o povo estava na expectativa e todos pensavam em seus corações se João não seria o Messias, ele tomou a palavra e disse a todos: «Eu baptizo-vos com água, mas está a chegar quem é mais forte do que eu, e eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias. Ele baptizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo. Tem na mão a pá para limpar a sua eira e recolherá o trigo no seu celeiro; a palha, porém, queimá-la-á num fogo que não se apaga». Assim, com estas e muitas outras exortações, João anunciava ao povo a Boa Nova».”
Palavra da Salvação



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