“O Reino de
Deus anunciado, primeiro, a Israel e, agora, a todos os que crêem”
Todos os homens são chamados a entrar no Reino. Anunciado primeiro aos filhos
de Israel, este Reino messiânico é destinado a acolher os homens de todas as
nações. Para lhe ter acesso, é preciso acolher a Palavra de Jesus:
«A Palavra do Senhor compara-se à semente lançada ao campo: aqueles que a
ouvem com fé e entram a fazer parte do pequeno rebanho de Cristo, já receberam
o Reino; depois, por força própria, a semente germina e cresce até ao tempo da
messe».
O Reino é dos pobres e pequenos, quer dizer, dos que o acolheram com um coração
humilde. Jesus foi enviado para «trazer a Boa-Nova aos pobres» (Lc 4,18).
Declara-os bem-aventurados, porque «é deles o Reino dos céus» (Mt 5, 3). Foi
aos «pequenos» que o Pai se dignou revelar o que continua oculto aos sábios e
inteligentes. Jesus partilha a vida dos pobres, desde o presépio até à cruz:
sabe o que é sofrer a fome, a sede e a indigência. Mais ainda: identifica-se
com os pobres de toda a espécie, e faz do amor activo para com eles a condição
da entrada no seu Reino.
A vinda de
Cristo, esperança de Israel; a sua aceitação final do Messias
A vinda do Messias glorioso está pendente, a todo o momento da história,
do seu reconhecimento por «todo o Israel», do qual «uma parte se endureceu» na «incredulidade»
(Rm 11, 20) em relação a Jesus. É Pedro quem diz aos judeus de Jerusalém, após
o Pentecostes: «Arrependei -vos, pois, e convertei-vos, para que os pecados vos
sejam perdoados. Assim, o Senhor fará que venham os tempos de alívio e vos
mandará o Messias Jesus, que de antemão vos foi destinado. O céu tem de O
conservar até à altura da restauração universal, que Deus anunciou pela boca
dos seus santos profetas de outrora» (Act 3, 19-21). E Paulo faz-se eco destas
palavras: «Se da sua rejeição resultou a reconciliação do mundo, o que será a
sua reintegração senão uma ressurreição de entre os mortos?» (Rm 11, 15). A
entrada da totalidade dos judeus na salvação messiânica, a seguir à «conversão
total dos pagãos»14, dará ao povo de Deus ocasião de «realizar a plenitude de
Cristo» (Ef 4, 13), na qual «Deus será tudo em todos» (1 Cor 15, 2).
O poder da
invocação feita com fé sincera
Do mesmo modo que Jesus ora ao Pai e Lhe dá graças antes de receber os
seus dons, assim também nos ensina esta audácia filial: «tudo o que pedirdes na
oração, acreditai que já o alcançastes» (Mc 11, 24). Tal é a força da oração: «tudo
é possível a quem crê» (Mc 9, 23), com uma fé que não hesita. Assim como Jesus
Se entristece por causa da «falta de fé» dos seus conterrâneos (Mc 6, 6) e da
«pouca fé» dos seus discípulos, também Se enche de admiração perante a «grande
fé» do centurião romano e da cananeia.
A Igreja é
católica
É católica, porque Cristo a enviou em missão à universalidade do género humano:
«Todos os homens são chamados a fazer parte do povo de Deus. Por isso,
permanecendo uno e único, este povo está destinado a estender-se a todo o mundo
e por todos os séculos, para se cumprir o desígnio da vontade de Deus que, no
princípio, criou a natureza humana na unidade e decidiu enfim reunir na unidade
os seus filhos dispersos [...]. Este carácter de universalidade que adorna o
povo de Deus é dom do próprio Senhor. Graças a tal dom, a Igreja Católica tende
a recapitular, eficaz e perpetuamente, a humanidade inteira, com todos os bens
que ela contém, sob Cristo Cabeça, na unidade do Seu Espírito».
O mandato
missionário. «Enviada por Deus às nações, para ser o sacramento universal da
salvação, a Igreja, em virtude das exigências íntimas da sua própria catolicidade
e em obediência ao mandamento do seu fundador, procura incansavelmente anunciar
o Evangelho a todos os homens». «Ide, pois, fazei discípulos de todas as nações,
baptizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a
observar tudo quanto vos mandei. E eis que Eu estou convosco todos os dias, até
ao fim do mundo» (Mt 28, 19-20).
MISSA
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ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 83, 10-11
Senhor Deus, nosso
protector,
ponde os olhos no
rosto do vosso Ungido.
Um dia em vossos
átrios vale mais de mil longe de Vós.
ORAÇÃO COLECTA
Deus de
bondade infinita, que preparastes bens invisíveis para aqueles que Vos amam, infundi
em nós o vosso amor, para que, amando-Vos
em tudo e acima de tudo, alcancemos as vossas promessas, que excedem todo o
desejo.
Por Nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
LEITURA I – Is 56, 1.6-7
“Conduzirei os filhos dos
estrangeiros ao meu santo monte”
A “Casa de Deus”, designada
também por “montanha santa”, é agora a sua Igreja, que tem as portas abertas a
todos os povos e a todos os homens. A leitura do Evangelho vai demonstrar que é
verdadeira esta afirmação, que já vem do Antigo Testamento. O que não significa
que a Casa de Deus seja lugar de confusão. Se todos nela têm lugar, é para ali
se encontrarem na unidade da mesma fé: trata-se da Casa “do Senhor”, e não
apenas de um lugar de encontro de homens.
Leitura do Livro de Isaías
“Eis o que diz o Senhor: «Respeitai
o direito, praticai a justiça, porque a minha salvação está perto e a minha
justiça não tardará a manifestar-se. Quanto aos estrangeiros que desejam
unir-se ao Senhor para O servirem, para amarem o seu nome e serem seus servos,
se guardarem o sábado, sem o profanarem, se forem fiéis à minha aliança, hei-de
conduzi-los ao meu santo monte, hei-de enchê-los de alegria na minha casa de
oração. Os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceites no meu altar,
porque a minha casa será chamada 'casa de oração para todos os povos'».”
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 66 (67), 2-3.5.6.8
(R. 4)
Refrão: Louvado sejais, Senhor, pelos povos de toda a terra. (Repete-se)
Deus Se compadeça
de nós e nos dê a sua bênção,
resplandeça sobre
nós a luz do seu rosto.
Na terra se
conhecerão os vossos caminhos
e entre os povos a
vossa salvação. (Refrão)
Alegrem-se e
exultem as nações,
porque julgais os
povos com justiça
e governais as
nações sobre a terra. (Refrão)
Os povos Vos
louvem, ó Deus,
todos os povos Vos
louvem.
Deus nos dê a sua
bênção
e chegue o seu
temor aos confins da terra. (Refrão)
LEITURA II – Rom 11, 13-15.29-32
“Os
dons e o chamamento de Deus para com Israel são irrevogáveis”
S. Paulo, a propósito da
incredulidade dos judeus, que não aceitaram Jesus Cristo, diz que isso acabou
por ser ocasião de os pagãos receberem mais depressa o Evangelho; mas, como os
dons de Deus são irrevogáveis, dia virá em que também os judeus alcançarão de
Deus a graça da conversão a Cristo, visto que foi a eles antes de todos os
outros que Deus fez as suas promessas de salvação.
Leitura da Epístola do apóstolo
São Paulo aos Romanos
“Irmãos: É a vós, os gentios,
que eu falo: Enquanto eu for Apóstolo dos gentios, procurarei prestigiar o meu
ministério a ver se provoco o ciúme dos homens da minha raça e salvo alguns
deles. Porque, se da sua rejeição resultou a reconciliação do mundo, o que será
a sua reintegração senão uma ressurreição de entre os mortos? Porque os dons e
o chamamento de Deus são irrevogáveis. Vós fostes outrora desobedientes a Deus
e agora alcançastes misericórdia, devido à desobediência dos judeus. Assim
também eles desobedecem agora, de modo que, devido à misericórdia obtida por
vós, também eles agora alcancem misericórdia. Efectivamente, Deus encerrou a
todos na desobediência, para usar de misericórdia para com todos.”
Palavra do Senhor
ALELUIA – Mt 4, 2
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Jesus proclamava o
evangelho do reino
e curava todas as
doenças entre o povo. (Refrão)
EVANGELHO – Mt 15, 21-28
“Mulher,
é grande a tua fé”
Esta leitura vem culminar as
duas anteriores, que excepcionalmente coincidem todas no mesmo ponto: Deus
dirige o seu apelo a todos os homens, mesmo aos de fora do povo judeu. A mulher
cananeia é estrangeira em relação ao povo de Israel, mas, pela fé, tornou-se
mais próxima do Senhor do que muitos desse povo, que O rejeitaram. É a fé que
aproxima de Deus, e não o sangue.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus
Cristo segundo São Mateus
“Naquele tempo, Jesus
retirou-Se para os lados de Tiro e Sidónia. Então, uma mulher cananeia, vinda
daqueles arredores, começou a gritar: «Senhor, Filho de David, tem compaixão de
mim. Minha filha está cruelmente atormentada por um demónio». Mas Jesus não lhe
respondeu uma palavra. Os discípulos aproximaram-se e pediram-Lhe: «Atende-a,
porque ela vem a gritar atrás de nós». Jesus respondeu: «Não fui enviado senão
às ovelhas perdidas da casa de Israel». Mas a mulher veio prostrar-se diante
d’Ele, dizendo: «Socorre-me, Senhor». Ele respondeu: «Não é justo que se tome o
pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos». Mas ela insistiu: «É verdade,
Senhor; mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus
donos». Então Jesus respondeu-lhe: «Mulher, é grande a tua fé. Faça-se como
desejas». E, a partir daquele momento, a sua filha ficou curada.”
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, o que trazemos ao vosso
altar, nesta admirável permuta de dons, de modo que, oferecendo-Vos o que nos
destes, mereçamos receber-Vos a Vós mesmo.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 129, 7
No Senhor
está a misericórdia,
no Senhor
está a plenitude da redenção.
Ou Jo 6, 51-52
Eu sou o pão vivo descido do Céu, diz o Senhor.
Quem comer deste pão viverá eternamente.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que neste
sacramento nos fizestes participar mais intimamente no mistério de Cristo, transformai-nos
à sua imagem na terra para merecermos ser associados à sua glória no Céu.
Por Nosso Senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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