DOMINGO VI
DA PÁSCOA
AMAI-VOS…
O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora,
Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão
livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos
amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom
livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de
Deus que quer dar vida. Enquanto nos sinópticos o mandamento de Jesus é o amor
ao próximo, entendido como amor a todos os homens, inclusive os inimigos, em
João exprime-se como amor recíproco entre os discípulos de Jesus, amor
que, aparentemente, não transpõe os restritos limites da comunidade. A razão
desta insistência de João (que aliás não exclui o amor universal) é porque ele
vê este amor em seu fundamento, por assim dizer, metafísico: a íntima
participação na corrente de amor que une o Pai ao Filho. Ora, esse amor, que
parece consumar-se e exaurir-se dentro da comunidade, torna-se motivo de
abertura e dinamismo apostólico, porque por ele os demais (os de fora)
conhecerão quem são os discípulos de Cristo. Estas palavras de Jesus aos seus
discípulos, na sua última ceia, envolvem-nos na atmosfera do amor de Deus.
Contemplamos entre Jesus e o Pai uma comunhão de amor à qual somos chamados a
participar e gozarmos de uma alegria completa. Jesus, com suavidade, seduz-nos com
o seu mandamento de amor: “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”.
É uma tarefa humanamente impossível, mas que se torna viável, uma vez que o
próprio Jesus nos escolhe e comunica o seu amor, com o dom do seu Espírito. A
escolha de Jesus é universal. Quem a acolhe é chamado a dar frutos, vivendo o
amor fraterno que entra em comunhão de vida com todos, sem exclusões. Com a
perseverança na oração, o amor e a vida são fortalecidos, consolidando os laços
comunitários. O apóstolo é testemunha da humanidade de Jesus e do seu amor
comunicado às multidões com que se relacionava. Jesus foi enviado pelo Pai para
comunicar o seu amor a toda a humanidade. Quem ama e permanece no amor tem a
alegria plena, a qual brota a partir do dom da vida a serviço da própria vida
do nosso próximo e irmão. Jesus dá-nos o seu maior mandamento, que contém todos
os demais: “Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”. Amar como Jesus
nos amou é a maneira plena de amar!
MISSA
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ANTÍFONA DE
ENTRADA – Is 48, 20
Anunciai com brados de alegria, proclamai aos confins da terra: O Senhor
libertou o seu povo. Aleluia
ORAÇÃO COLECTA
Concedei-nos, Deus omnipotente, a graça de viver dignamente
estes dias de alegria em honra de Cristo ressuscitado, de modo que a nossa vida
corresponda sempre aos mistérios que celebramos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da Palavra
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LEITURA I – Actos 10,
25-26.34-35.44-48
«O Espírito Santo difundia-se também sobre os pagãos»
Nesta leitura
contam-se os primeiros frutos da pregação do Evangelho entre os pagãos. A
conversão e o baptismo do oficial do exército romano, de nome Cornélio, fez
compreender aos primeiros cristãos, e particularmente ao próprio S. Pedro, que
a graça de Jesus Cristo, anunciada no Evangelho, se destina a todos os homens,
porque Deus a todos quer chamar à fé e à conversão.
Leitura
dos Actos dos Apóstolos
Naqueles
dias, Pedro chegou a casa de Cornélio. Este veio-lhe ao encontro e prostrou-se
a seus pés. Mas Pedro levantou-o, dizendo: «Levanta-te, que eu também sou um
simples homem». Pedro disse-lhe ainda: «Na verdade, eu reconheço que Deus não
faz acepção de pessoas, mas, em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a
justiça é-Lhe agradável». Ainda Pedro falava, quando o Espírito desceu sobre
todos os que estavam a ouvir a palavra. E todos os fiéis convertidos do
judaísmo, que tinham vindo com Pedro, ficaram maravilhados ao verem que o Espírito
Santo se difundia também sobre os gentios, pois ouviam-nos falar em diversas
línguas e glorificar a Deus. Pedro então declarou: «Poderá alguém recusar a
água do Baptismo aos que receberam o Espírito Santo, como nós?». E ordenou que
fossem baptizados em nome de Jesus Cristo. Então, pediram-Lhe que ficasse
alguns dias com eles.
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL
– Salmo 97 (98), 1.2-3ab.3cd-4 (R. cf. 2b)
Refrão: O Senhor
manifestou a salvação a todos os povos. (Repete-se)
Ou: Diante dos povos manifestou Deus a salvação. (Repete-se)
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória. (Refrão)
O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel. (Refrão)
Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai. (Refrão)
LEITURA II – 1 Jo
4, 7-10
«Deus é amor»
A revelação
última de Deus ao homem é a de que Ele é amor. E o testemunho de que é assim é
o facto de Ele nos ter enviado o seu Filho, para que, por Ele, nos tornássemos
filhos de Deus. Nesta fraternidade divina só o amor pode ser o móbil de toda a
actividade entre os irmãos.
Leitura
da Epístola do apóstolo São João
Caríssimos:
Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama
nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é
amor. Assim se manifestou o amor de Deus para connosco: Deus enviou ao mundo o
seu Filho Unigénito, para que vivamos por Ele. Nisto consiste o amor: não fomos
nós que amámos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho como
vítima de expiação pelos nossos pecados.
Palavra do Senhor
ALELUIA – Jo 14, 23
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Se alguém Me ama, guardará a minha palavra.
Meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada. (Refrão)
EVANGELHO – Jo 15,
9-17
«Ninguém tem maior
amor do que aquele que dá a vida pelos amigos»
Deus
é amor. Ele revelou-Se como tal, principalmente ao dar-nos o seu Filho, Jesus,
como nosso Salvador. A Igreja, que é o corpo de Jesus e a sua presença sobre a
terra, tem como lei fundamental a lei do amor; tendo amor uns aos outros, os
cristãos manifestam em si a própria vida de Deus, ao mesmo tempo que a
comunicam.
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Assim como o Pai Me amou, também Eu
vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos,
permanecereis no meu amor, assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu
Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria
esteja em vós e a vossa alegria seja completa. É este o meu mandamento: que vos
ameis uns aos outros, como Eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele
que dá a vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos
mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor;
mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai. Não
fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que
vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. E assim, tudo quanto pedirdes ao
Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá. O que vos mando é que vos ameis uns aos
outros».
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS
OBLATAS
Subam à vossa presença, Senhor, as nossas orações e as nossas ofertas, de
modo que, purificados pela vossa graça, possamos participar dignamente nos
sacramentos da vossa misericórdia.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA
COMUNHÃO – Jo 14, 15-16
Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que vos mando, diz o Senhor. Eu
pedirei ao Pai e Ele vos dará o Espírito Santo, que permanecerá convosco para
sempre. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Senhor Deus todo-poderoso, que em Cristo ressuscitado nos
renovais para a vida eterna, multiplicai em nós os frutos do sacramento pascal e
infundi em nossos corações a força do alimento que nos salva.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
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