CORPO DE
DEUS
FESTA DO CORPO de DEUS
A celebração da Páscoa marcava a noite em que o povo de Deus
foi libertado da escravidão do Egipto. Jesus vai ser morto como o novo cordeiro
pascal: a sua vida e morte são o início de novo modo de vida, no qual não
haverá mais escravidão do dinheiro e do poder. A ceia pascal de Jesus com os
discípulos recorda a multiplicação dos pães. Ela substitui as cerimónias do
Templo e torna-se o centro vital da comunidade formada pelos que seguem a
Jesus. O gesto e as palavras de Jesus não são apenas afirmação de sua presença
sacramental no pão e no vinho. Manifestam também o sentido profundo de sua vida
e morte, isto é: Jesus viveu e morreu como dom gratuito, como entrega de si
mesmo aos outros, opondo-se a uma sociedade em que as pessoas vivem para si
mesmas e para seus próprios interesses. Na ausência de Jesus, os discípulos são
convidados a fazer o mesmo (“tomem”): partilhar o pão com os pobres e viver
para os outros. A Festa do Corpo de Deus foi instituída pelo papa Urbano IV em
11 de Agosto de 1264, com vista a destacar a dimensão sacramental que a tradição
romana associou à última ceia de Jesus, já celebrada na semana santa. A ceia é
um momento de alegria, partilha e comunhão. Descartando a manducação do
cordeiro pascal, Jesus apresenta-se como o pão que dá a vida, e o vinho que
alegra a todos, inaugurando a nova celebração do Reino de Deus. A Eucaristia é
a celebração da comunidade viva, animada pelo Espírito, unida em torno de
Jesus, empenhada em cumprir a vontade do Pai, que é vida para todos.
MISSA
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ANTÍFONA DE
ENTRADA – Salmo 80, 17
O Senhor alimentou o seu povo com a flor da farinha
e saciou-o com o mel do rochedo.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor Jesus Cristo, que neste admirável sacramento nos
deixastes o memorial da vossa paixão, concedei-nos a graça de venerar de tal
modo os mistérios do vosso Corpo e Sangue que sintamos continuamente os frutos
da vossa redenção.
Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da Palavra
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LEITURA I – Ex 24,
3-8
«Este é o sangue da aliança que Deus firmou convosco»
O Santíssimo
Sacramento – o Sacramento Santo por excelência – é o sacramento do Sacrifício
que Cristo ofereceu sobre a Cruz. O sacrifício significa e realiza a aliança
entre Deus e o homem. Já Moisés tinha celebrado um sacrifício de aliança, que
esta leitura vem evocar, aliança selada com o Sangue. Tratava-se então da
aliança antiga; mas Jesus dará finalmente o Sangue da nova aliança, o seu
próprio Sangue. Na última ceia, ao entregar aos discípulos o cálice do seu
Sangue, Jesus há-de referir-Se àquele sangue da aliança ao dizer que o seu é o
Sangue da aliança “nova”.
Leitura
do Livro do Êxodo
Naqueles
dias, Moisés veio comunicar ao povo todas as palavras do Senhor e todas as suas
leis. O povo inteiro respondeu numa só voz: «Faremos tudo o que o Senhor
ordenou». Moisés escreveu todas as palavras do Senhor. No dia seguinte,
levantou-se muito cedo, construiu um altar no sopé do monte e ergueu doze
pedras pelas doze tribos de Israel. Depois mandou que alguns jovens israelitas
oferecessem holocaustos e imolassem novilhos, como sacrifícios pacíficos ao
Senhor. Moisés recolheu metade do sangue, deitou-o em vasilhas e derramou a
outra metade sobre o altar. Depois, tomou o Livro da Aliança e leu-o em voz
alta ao povo, que respondeu: «Faremos quanto o Senhor disse e em tudo
obedeceremos». Então, Moisés tomou o sangue e aspergiu com ele o povo, dizendo:
«Este é o sangue da aliança que o Senhor firmou convosco, mediante todas estas
palavras».
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL
– Salmo 115 (116), 12-13.15.16bc.17-18 (R.13)
Refrão: omarei o cálice
da salvação e invocarei o nome do Senhor. (Repete-se)
Como agradecerei ao Senhor
tudo quanto Ele me deu?
Elevarei o cálice da salvação,
invocando o nome do Senhor. (Refrão)
É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis.
Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva:
quebrastes as minhas cadeias. (Refrão)
Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome.
Cumprirei as minhas promessas ao Senhor,
na presença de todo o povo. (Refrão)
LEITURA II – Hebr
9, 11-15
«O sangue de
Cristo purificará a nossa consciência»
A festa de hoje
chama-se actualmente Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo. De facto, também o
sangue exprime e de maneira particularmente significativa a vida que o Senhor
deu por nós, para estabelecer, de uma vez para sempre, a nova e eterna Aliança.
Leitura
da Epístola aos Hebreus
Irmãos:
Cristo veio como sumo sacerdote dos bens futuros. Atravessou o tabernáculo
maior e mais perfeito, que não foi feito por mãos humanas, nem pertence a este
mundo, e entrou de uma vez para sempre no Santuário. Não derramou sangue de
cabritos e novilhos, mas o seu próprio Sangue, e alcançou-nos uma redenção
eterna. Na verdade, se o sangue de cabritos e de toiros e a cinza de vitela,
aspergidos sobre os que estão impuros, os santificam em ordem à pureza legal,
quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno Se ofereceu a Deus
como vítima sem mancha, purificará a nossa consciência das obras mortas, para
servirmos ao Deus vivo! Por isso, Ele é mediador de uma nova aliança, para que,
intervindo a sua morte para remissão das transgressões cometidas durante a
primeira aliança, os que são chamados recebam a herança eterna prometida.
Palavra do Senhor
ALELUIA – Jo 6, 51
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Eu sou o pão vivo descido do Céu, diz o Senhor.
Quem comer deste pão viverá eternamente. (Refrão)
EVANGELHO – Mc 14,
12-16.22-26
«sto é o meu
Corpo. Este é o meu Sangue»
No
sacramento do seu Corpo e Sangue, Jesus deixou-nos o memorial do seu sacrifício
para que o celebrássemos em memória d’Ele, até que Ele venha no fim dos tempos.
Por isso, sempre que celebramos a Eucaristia, proclamamos a morte do Senhor e
renovamos a Aliança com Deus, que, na sua morte, Cristo selou em nosso favor.
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
No
primeiro dia dos Ázimos, em que se imolava o cordeiro pascal, os discípulos
perguntaram a Jesus: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a
Páscoa?». Jesus enviou dois discípulos e disse-lhes: «Ide à cidade. Virá ao
vosso encontro um homem com uma bilha de água. Segui-o e, onde ele entrar,
dizei ao dono da casa: «O Mestre pergunta: Onde está a sala, em que hei-de
comer a Páscoa com os meus discípulos?». Ele vos mostrará uma grande sala no
andar superior, alcatifada e pronta. Preparai-nos lá o que é preciso». Os
discípulos partiram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus lhes tinha
dito e prepararam a Páscoa. Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, recitou a
bênção e partiu-o, deu-o aos discípulos e disse: «Tomai: isto é o meu Corpo».
Depois tomou um cálice, deu graças e entregou-lho. E todos beberam dele. Disse
Jesus: «Este é o meu Sangue, o Sangue da nova aliança, derramado pela multidão
dos homens. Em verdade vos digo: Não voltarei a beber do fruto da videira, até
ao dia em que beberei do vinho novo no reino de Deus». Cantaram os salmos e
saíram para o monte das Oliveiras.
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS
OBLATAS
Concedei, Senhor, à vossa Igreja o dom da unidade e da paz, que estas
oferendas misticamente simbolizam.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA
COMUNHÃO – Jo 6, 57
Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue
permanece em Mim e Eu nele, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA
COMUNHÃO
Concedei-nos, Senhor Jesus Cristo, a participação eterna da
vossa divindade, que é prefigurada nesta comunhão do vosso precioso Corpo e
Sangue.
Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.
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