sábado, 12 de maio de 2018

O DESTINO DO HOMEM NOVO





DOMINGO VII DA PÁSCOA



A MISSÃO UNIVERSAL
Enviados pelo poder que Jesus recebeu do Pai, os apóstolos deveriam partir dispostos a caminhar por todas as estradas do mundo e a anunciar a Boa Nova da salvação a quantos encontrassem. Ninguém podia ser deixado de lado, pois a salvação é um direito de todos. O sinal de adesão a Jesus dar-se-ia no baptismo feito “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Seria a forma de vincular toda a humanidade com o Pai, por meio de Jesus, na força do Espírito Santo. Desta comunhão de amor deveria surgir uma humanidade nova, fundada na filiação divina e na fraternidade. Os apóstolos tinham como tarefa levar os novos discípulos a pautar suas vidas pelos ensinamentos do Mestre. Nada de novas doutrinas! Bastaria ensinar os baptizados a observar tudo quanto Jesus lhes havia ensinado: nada mais do que amar a Deus e ao próximo, como fora explicitado no Sermão da Montanha. Pode-se perceber que este texto do evangelho de Marcos foi associado à festa da conversão de São Paulo por dois aspectos: pelo carácter essencialmente missionário do texto e pela alusão a “pegar em serpentes” como sinal do sucesso na missão, conforme o acontecido com Paulo, segundo a narrativa de Lucas, em Atos (28,3-6). Este texto faz parte do acréscimo tardio (Mc 16,9-20) ao evangelho de Marcos. Aqui é destacada a dimensão do poder como sendo a grande característica da missão. Assim nos deparamos com o poder excludente, com o destaque da condenação aos que não crerem e não forem baptizados. Também vemos a apresentação do missionário bem-sucedido como aquele que tem o poder de exorcismo e de milagres. Contudo, a grande novidade em Jesus é a revelação do imenso amor misericordioso de Deus Pai. Deus despoja-se do poder para se fazer amor para connosco. O próprio Paulo, por várias vezes nas suas cartas, deixa transparecer esse amor. “Que preferis? Irem a vós outros com vara ou com amor e espírito de mansidão?”. “O amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo.” "Sede servos uns dos outros, pelo amor.” “O amor é eterno.”

Pesquisando na Bíblia sobre a ascensão
Tradições bíblicas populares falam da ascensão de personagens que voltariam no fim dos tempos (Gn 5,21-24; 2Rs 2,11-13; Jd 14). Ressurreição e Ascensão de Jesus são um e o mesmo mistério (Lc 24,1.13.50-53; Jo 20,17-23; Rm 8,34). Somente At 1,1-11 fala de um intervalo de 40 dias entre a Ressurreição e Ascensão. O binómio descida-subida ilumina o sentido da ascensão (At 2,29-36; Fl 2,6-11; Ef 4,10; 1Pd 3,19-22; Rm 10,5-7); João concentra estes dois aspectos na palavra exaltar (Jo 3,12-15; 8,27-29; 12,31-34). Afirma a divindade de Cristo e tem uma dimensão escatológica (Lc 24,26; At 1,9-11; Ef 1,20; Hb 9,24; 1Pd 3,22; cf. Mt 24,30-31). É garantia da nossa salvação (Jo 14,2s; Rm 8,17.34; Ef 2,5s; 1Pd 1,3-4).


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Actos 1, 11
Anunciai com brados de alegria, proclamai aos confins da terra: O Senhor libertou o seu povo. Aleluia

ORAÇÃO COLECTA
Deus omnipotente, fazei-nos exultar em santa alegria e em filial acção de graças, porque a ascensão de Cristo, vosso Filho, é a nossa esperança: tendo-nos precedido na glória como nossa Cabeça, para aí nos chama como membros do seu Corpo.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


Liturgia da Palavra


LEITURA I – Actos 1, 1-11

«Elevou-Se à vista deles»

A Ascensão de Jesus é a última aparição do Ressuscitado que não só dá testemunho da verdade da Ressurreição, como faz compreender que Jesus vive agora na glória do Pai. A Ascensão manifesta assim o sentido pleno da Páscoa: depois de destruir o pecado e a morte com a sua Morte e Ressurreição, Jesus Cristo introduz o homem, que tinha assumido na Encarnação, na glória de seu Pai. O livro dos Actos dos Apóstolos, que apresenta a vida dos primeiros dias da Igreja, começa pela Ascensão do Senhor; assim nos é dado a compreender que a Igreja continua agora a presença de Jesus entre os homens, até que Ele venha, de novo, no fim dos tempos, para pôr o termo à história e nos sentar consigo à direita do Pai.

Leitura dos Actos dos Apóstolos
No meu primeiro livro, ó Teófilo, narrei todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar, desde o princípio até ao dia em que foi elevado ao Céu, depois de ter dado, pelo Espírito Santo, as suas instruções aos Apóstolos que escolhera. Foi também a eles que, depois da sua paixão, Se apresentou vivo com muitas provas, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando-lhes do reino de Deus. Um dia em que estava com eles à mesa, mandou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, «da qual – disse Ele – Me ouvistes falar. Na verdade, João baptizou com água; vós, porém, sereis baptizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias». Aqueles que se tinham reunido começaram a perguntar: «Senhor, é agora que vais restaurar o reino de Israel?». Ele respondeu-lhes: «Não vos compete saber os tempos ou os momentos que o Pai determinou com a sua autoridade; mas recebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria e até aos confins da terra». Dito isto, elevou-Se à vista deles e uma nuvem escondeu-O a seus olhos. E estando de olhar fito no Céu, enquanto Jesus Se afastava, apresentaram-se-lhes dois homens vestidos de branco, que disseram: «Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu? Esse Jesus, que do meio de vós foi elevado para o Céu, virá do mesmo modo que O vistes ir para o Céu».
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 46 (47), 2-3.6-7.8-9 (R. 6)
Refrão: Por entre aclamações e ao som da trombeta, ergue-Se Deus, o Senhor. (Repete-se)

Ou: Ergue-Se Deus, o Senhor, em júbilo e ao som da trombeta. (Repete-se)

Povos todos, batei palmas,
aclamai a Deus com brados de alegria,
porque o Senhor, o Altíssimo, é terrível,
o Rei soberano de toda a terra. (Refrão)

Deus subiu entre aclamações,
o Senhor subiu ao som da trombeta.
Cantai hinos a Deus, cantai,
cantai hinos ao nosso Rei, cantai. (Refrão)

Deus é Rei do universo:
cantai os hinos mais belos.
Deus reina sobre os povos,
Deus está sentado no seu trono sagrado. (Refrão)


LEITURA II – Ef 1, 17-23

«Colocou-O à sua direita nos Céus»

Sentando-se à direita do Pai, Jesus introduz a humanidade na comunhão definitiva com Deus. É este o fruto do seu sacrifício na Cruz, a comunhão com o Pai, e é a esperança de todos os que n’Ele crêem.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos: O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda um espírito de sabedoria e de revelação para O conhecerdes plenamente e ilumine os olhos do vosso coração, para compreenderdes a esperança a que fostes chamados, os tesouros de glória da sua herança entre os santos e a incomensurável grandeza do seu poder para nós os crentes. Assim o mostra a eficácia da poderosa força que exerceu em Cristo, que Ele ressuscitou dos mortos e colocou à sua direita nos Céus, acima de todo o Principado, Poder, Virtude e Soberania, acima de todo o nome que é pronunciado, não só neste mundo, mas também no mundo que há-de vir. Tudo submeteu aos seus pés e pô-l’O acima de todas as coisas como Cabeça de toda a Igreja, que é o seu Corpo, a plenitude d’Aquele que preenche tudo em todos.
Palavra do Senhor

ALELUIA – Mt 28, 19a.20b

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Ide e ensinai todos os povos, diz o Senhor:
Eu estou sempre convosco
até ao fim dos tempos. (Refrão)


EVANGELHO – Mc 16, 15-20

«Foi elevado ao Céu e sentou-Se à direita de Deus»

Pela sua Encarnação o Filho de Deus desceu do Céu, fez-se homem, assumindo assim a condição de servo, e humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz; mas por isso Deus O exaltou, ressuscitando-O de entre os mortos e fazendo-O participar da sua glória, sentando-O à sua direita e dando-Lhe o nome que está acima de todos os nomes, o nome divino de Senhor: à humilhação na sua vida mortal corresponde agora a exaltação, que na Ascensão claramente se manifesta e nos milagres que se lhe hão-de seguir na vida da Igreja.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Jesus apareceu aos Onze e disse-lhes: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for baptizado será salvo; mas quem não acreditar será condenado. Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem: expulsarão os demónios em meu nome; falarão novas línguas; se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados». E assim o Senhor Jesus, depois de ter falado com eles, foi elevado ao Céu e sentou-Se à direita de Deus. Eles partiram a pregar por toda a parte e o Senhor cooperava com eles, confirmando a sua palavra com os milagres que a acompanhavam.
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, o sacrifício que Vos oferecemos ao celebrar a admirável ascensão do vosso Filho e, por esta sagrada permuta de dons, fazei que nos elevemos às realidades do Céu.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Mt 28, 20
Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos. Aleluia.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus eterno e omnipotente, que durante a nossa vida sobre a terra nos fazeis saborear os mistérios divinos, despertai em nós os desejos da pátria celeste, onde já se encontra convosco, em Cristo, a nossa natureza humana.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



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