sábado, 1 de dezembro de 2018

PREPARAR A MISSA DO DOMINGO I DO ADVENTO – ano C – 2DEZ2018




 

A VOSSA LIBERTAÇÃO ESTÁ PRÓXIMA


VIGIAI E ORAI

A queda de Jerusalém manifesta e antecipa o julgamento com que Deus acompanha toda a história e que se consumará no fim dos tempos. O Filho do Homem é Jesus que, pela sua morte e ressurreição, testemunhadas pelos discípulos, irá reunir todo o povo de Deus (cf. Dn 7,13-14). A tarefa urgente do discípulo é testemunhar sem esmorecer, continuando a acção de Jesus. A espera da plena manifestação de Jesus e do mundo novo, por ele prometido, impede que o discípulo se instale na situação presente; e, por outro lado, evita que o discípulo desanime, achando que o projecto de Jesus é difícil, distante e inviável. O grande perigo das pessoas em relação à escatologia é a dissipação do coração. Os atractivos e prazeres da vida, a acumulação exagerada de bens materiais, a libertação dos instintos egoístas são todos elementos que corrompem o coração humano, impedindo-o de se preparar para o encontro com o Senhor. Jesus recomenda vigilância e oração como as formas melhores de nos colocarmos em clima de espera. Vigiar é ser capaz de detectar tudo quanto possa desviar a nossa atenção do fim almejado, acabando por nos afastar dos caminhos de Deus. São muitas as formas com que o mau espírito procura actuar, para alcançar o seu fim. Quem dormita acaba caindo na armadilha para apanhar os incautos. Só os vigilantes conseguem safar-se das investidas do maligno. A oração, por sua vez, coloca-nos em contínua ligação com Deus, de quem recebemos luz e força para permanecer em pé, vigilante, à espera do Senhor. Ela predispõe-nos para escutar os apelos divinos e deixarmo-nos guiar por eles. Sensibiliza-nos para realizar o projecto de Deus. Mantém-nos sempre atentos à prática do bem, como faz o Pai em benefício da humanidade. Portanto, perseverar na espera requer uma atitude de atenção à história e de comunhão profunda com Deus. O “discurso escatológico” é concluído com o incitamento à vigilância e à oração. Vigilância e oração são duas atitudes fundamentais na vivência do Reino de Deus, na comunidade e na missão. A inserção no Reino, pela fé, supõe a perseverança. Porém, “cuidado...”, muitas são as seduções procurando afastar o discípulo da sua opção primeira. O mercado, que gera lucros fabulosos para os donos do poder, seduz as pessoas prometendo-lhes enriquecimento e oferecendo-lhes sofisticados produtos para o consumo. O empenho em usufruir da sociedade de mercado escraviza, torna o coração pesado e individualista, devido a preocupação com o gozo e o sucesso pessoal. Portanto, “cuidado... ficai atentos e orai a todo o momento”. Vigiar é cuidar de preservar a sua liberdade e estar atento às necessidades dos pobres e dos oprimidos, procurando libertá-los das estruturas e dos mecanismos de dominação que os exploram. A oração contínua é a oração do coração, a oração do compromisso, a oração em comunidade. A oração é estar em presença de Deus, identificando-se com sua vontade e procurando luzes e forças para a realizar.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 24, 1-3
Para Vós, Senhor, elevo a minha alma.
Meu Deus, em Vós confio.
Não seja confundido nem de mim escarneçam os inimigos.
Não serão confundidos os que esperam em Vós.

ORAÇÃO COLECTA
Despertai, Senhor, nos vossos fiéis a vontade firme de se prepararem, pela prática das boas obras, para ir ao encontro de Cristo, de modo que, chamados um dia à sua direita,
mereçam alcançar o reino dos Céus.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


Liturgia da Palavra


LEITURA I – Jer 33, 14-16
«Farei germinar para David um rebento de justiça»

Toda a história da salvação é testemunho da fidelidade de Deus à Aliança, que, em sua misericórdia, Ele quis fazer com os homens, para os levar até à participação da sua vida divina. Essa Aliança tem o seu momento culminante em Jesus Cristo; mas a promessa de Deus vem de longe. Os profetas, como aquele donde é tirada hoje esta leitura, anunciam o futuro Messias com os nomes de “Rebento”, “Gérmen”, nomes que apontam para Alguém que irá aparecer como rebento novo saído de um tronco já envelhecido. Esse “Rebento” viria a ser Jesus, descendente do tronco real de David. É também com esta promessa diante dos olhos que damos entrada no Tempo do Advento, na expectativa do Senhor que vem.

Leitura do Livro de Jeremias
Eis o que diz o Senhor: «Dias virão, em que cumprirei a promessa que fiz à casa de Israel e à casa de Judá: Naqueles dias, naquele tempo, farei germinar para David um rebento de justiça que exercerá o direito e a justiça na terra. Naqueles dias, o reino de Judá será salvo e Jerusalém viverá em segurança. Este é o nome que chamarão à cidade: ‘O Senhor é a nossa justiça’».
Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 24 (25), 4bc-5ab.8-9.10.14 (R.1b)
Refrão: Para Vós, Senhor, elevo a minha alma. (Repete-se).

Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,
porque Vós sois Deus, meu Salvador. Refrão

O Senhor é bom e recto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer os seus caminhos. (Refrão)

Os caminhos do Senhor são misericórdia e fidelidade
para os que guardam a sua aliança e os seus preceitos.
O Senhor trata com familiaridade os que O temem
e dá-lhes a conhecer a sua aliança. (Refrão)


LEITURA II – 1 Tes 3, 12 – 4, 2

«O Senhor confirme os vossos corações no dia de Cristo»

A Igreja vive na expectativa da vinda do Senhor. “Eu vou preparar-vos um lugar”, disse Jesus ao sair deste mundo. E de novo Ele um dia virá, e vem já na presença constante com que está no meio de nós. A espiritualidade da vida cristã nasce toda da consciência desta presença e dessa expectativa, e manifesta-se na esperança com que, todos os dias, caminhamos ao seu encontro. Viver na expectativa da vinda do Senhor é caminhar constantemente ao encontro do Senhor

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses
Irmãos: O Senhor vos faça crescer e abundar na caridade uns para com os outros e para com todos, tal como nós a temos tido para convosco. O Senhor confirme os vossos corações numa san¬tidade irrepreensível, diante de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de Jesus, nosso Senhor, pcom todos os santos. Finalmente, irmãos, eis o que vos pedimos e recomendamos no Senhor Jesus: recebestes de nós instruções sobre o modo como deveis proceder para agradar a Deus e assim estais procedendo; mas deveis progredir ainda mais. Conheceis bem as normas que vos demos da parte do Senhor Jesus.
Palavra do Senhor


ALELUIA – Salmo 84, 8

Refrão: Aleluia. (Repete-se)

Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia
e dai-nos a vossa salvação. (Refrão)


EVANGELHO – Lc 21, 25-28.34-36

«A vossa libertação está próxima»

A vinda do Senhor, a sua última vinda, ou talvez melhor, o último momento da vinda que Ele inaugurou quando Se fez homem e veio habitar no meio de nós, é, de novo, proclamada nesta leitura. E com que solenidade! E com que exigências! Mas, no fundo, será esse o momento supremo da nossa libertação, porque o Senhor, que vem, vem como Salvador. O Advento é o tempo particularmente consagrado a viver nesta expectativa.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Haverá sinais no Sol, na Lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar. Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas. Então, hão-de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados pela intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida, e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face da terra. Portanto, vigiai e orai em todo o tempo, para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do Filho do homem».
Palavra da Salvação

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, estes dons que recebemos da vossa bondade e fazei que os sagrados mistérios que celebramos no tempo presente sejam para nós penhor de salvação eterna.
Por Nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 84, 13
O Senhor nos dará todos os bens
e a nossa terra produzirá o seu fruto.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei frutificar em nós, Senhor, os mistérios que celebramos, pelos quais, durante a nossa vida na terra, nos ensinais a amar os bens do Céu e a viver para os valores eternos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



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