sábado, 16 de abril de 2016

DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016




(4º Domingo da Páscoa)

Eu e o Pai somos um

Jesus define a sua condição de Messias, apresentando-se como o Filho de Deus. As provas do seu messianismo não são teorias jurídicas, mas factos concretos: as suas acções comprovam que é Deus quem age nele. O modo de proceder de Jesus bem como os seus ensinamentos deixavam desconcertados os seus adversários. Embora realizasse gestos prodigiosos, suficientes para revelar sua plena comunhão com o Pai, e falasse de maneira até então desconhecida, permanecia uma incógnita a seu respeito. Os judeus, que tinham tudo para reconhecê-lo como o Messias, permaneciam na incerteza. Por isso, ficavam à espera de que Jesus lhes “dissesse abertamente” quem era. A postura assumida pelos adversários impedia-os de compreender a verdadeira identidade messiânica de Jesus. Movidos pela suspeita, pela malevolência e pela crítica mordaz, jamais conseguiriam chegar à resposta desejada. Daí a tendência a acusar Jesus de blasfemo e imputar-lhe toda a sorte de desvios teológicos e políticos. Em contraste com os adversários estavam os discípulos. Estes, sim, colocavam-se numa atitude humilde de escuta, atentos às palavras do Mestre, procurando desvendar-lhes o seu sentido mais profundo. Dispuseram-se a segui-lo para serem instruídos não só por suas palavras, mas também pelos seus gestos concretos de misericórdia, para com os mais necessitados. A comunhão de vida com o Mestre permitia-lhes descobrir a sua condição de Messias, o enviado do Pai. A incógnita sobre Jesus permanece para quem se posiciona diante dele como adversário. Quem se faz discípulo não tem dificuldade de reconhecê-lo como Messias. O evangelho de João apresenta-nos a quarta e penúltima visita de Jesus a Jerusalém, por ocasião da festa da Dedicação. Jesus revela que aquele povo que acorre para tais festas em torno do Templo, na realidade, são ovelhas suas, chamadas a escutar as suas palavras e segui-lo. O Pai deu-lhe estas ovelhas, e ninguém as arrancará da mão do Pai. Assim, Jesus desautoriza os chefes religiosos de Israel, com o seu Templo e as suas sinagogas, a considerarem-se verdadeiros pastores. Eles oprimem e exploram o povo e, rejeitando Jesus, excluem-se do dom que o Pai comunica por Jesus. As ovelhas escutam a voz de Jesus e seguem-no. A elas é dada a vida eterna. “Eu e o Pai somos um”. Nos evangelhos, somente aqui temos esta auto-proclamação sucinta e expressiva da união de Jesus com o Pai. A obra de Jesus é feita em unidade com o Pai. Esta obra, à qual somos chamados, é o dom do amor e da vida.

LEITURA I – Actos 13, 14.43-52

Vamos voltar-nos para os pagãos

Desde o princípio, os discípulos de Jesus compreenderam que o amor e os planos de salvação do «Bom Pastor» eram universais, abarcavam toda a humanidade.
Por isso, S. Paulo, vendo na hostilidade dos judeus uma indicação de Deus, volta-se, definitivamente, para os pagãos, no desejo de continuar a missão de Jesus, estabelecido por Deus luz das nações e Salvador de toda a terra. O Apóstolo estava, na verdade, convencido de que a Igreja tem de ser missionária. Tem de levar a todos os homens e a todos os povos sem distinções a salvação alcançada por Jesus.

Leitura dos Actos dos Apóstolos
“Naqueles dias, Paulo e Barnabé seguiram de Perga até Antioquia da Pisídia. A um sábado, entraram na sinagoga e sentaram-se. Terminada a reunião da sinagoga, muitos judeus e prosélitos piedosos seguiram Paulo e Barnabé, que nas suas conversas com eles os exortavam a perseverar na graça de Deus. No sábado seguinte, reuniu-se quase toda a cidade para ouvir a palavra do Senhor. Ao verem a multidão, os judeus encheram-se de inveja e responderam com blasfémias. Corajosamente, Paulo e Barnabé declararam: «Era a vós que devia ser anunciada primeiro a palavra de Deus. Uma vez, porém, que a rejeitais e não vos julgais dignos da vida eterna, voltamo-nos para os gentios, pois assim nos mandou o Senhor: ‘Fiz de ti a luz das nações, para levares a salvação até aos confins da terra’». Ao ouvirem estas palavras, os gentios encheram-se de alegria e glorificavam a palavra do Senhor. Todos os que estavam destinados à vida eterna abraçaram a fé e a palavra do Senhor divulgava-se por toda a região. Mas os judeus, instigando algumas senhoras piedosas mais distintas e os homens principais da cidade, desencadearam uma perseguição contra Paulo e Barnabé e expulsaram-nos do seu território. Estes, sacudindo contra eles o pó dos seus pés, seguiram para Icónio. Entretanto, os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.”
Palavra do Senhor

LEITURA II – Ap 7, 9.14b-17

O Cordeiro será o seu pastor e os conduzirá às fontes da água viva

Unido, pelo seu Baptismo, a Cristo, Bom Pastor, o cristão participa já do triunfo do Ressuscitado. O cristão, vivendo a fé recebida, trabalhando pela construção de um mundo melhor, um mundo sem injustiças, sem desigualdades, sem divisões, prolonga, no tempo presente, esse mesmo triunfo.
Contudo, o seu destino é mais glorioso, pois ultrapassa os horizontes do mundo. A vida do cristão, com efeito, é uma caminhada, sob a direcção do Bom Pastor, para as águas vivas da vida eterna, para o Céu. Será aí que, finalmente, a grande família de Deus, composta de homens de todas as raças e culturas, se reunirá, para viver uma felicidade sem sombra, no gozo pleno do triunfo definitivo de Cristo Ressuscitado.

Leitura do Livro do Apocalipse
“Eu, João, vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé, diante do trono e na presença do Cordeiro, vestidos com túnicas brancas e de palmas na mão. Um dos Anciãos tomou a palavra para me dizer: «Estes são os que vieram da grande tribulação, os que lavaram as túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus, servindo-O dia e noite no seu templo. Aquele que está sentado no trono abrigá-los-á na sua tenda. Nunca mais terão fome nem sede, nem o sol ou o vento ardente cairão sobre eles. O Cordeiro, que está no meio do trono, será o seu pastor e os conduzirá às fontes da água viva. E Deus enxugará todas as lágrimas dos seus olhos».”
Palavra do Senhor

EVANGELHO – Jo 10, 27-30

Eu dou a vida eterna às minhas ovelhas

Aquele que, pela fé, aceitou a palavra de Jesus e aderiu à Sua Pessoa, fica estreitamente unido a Ele. Na verdade, o Senhor Jesus estabelece com o Seu discípulo relações de profunda intimidade, caracterizadas por um conhecimento mútuo e uma amizade recíproca, que levam a uma comunhão de vida: Jesus comunica àquele que acredita n’Ele a Sua vida, a vida mesma de Deus, a vida que não morre.
Em virtude desta união com Cristo, o cristão sente-se já salvo em plenitude e, mesmo no meio das vicissitudes da vida, experimenta uma inabalável segurança, que tem o seu fundamento no próprio poder do Pai, de que Jesus participa, pois é um com Ele.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
“Naquele tempo, disse Jesus: «As minhas ovelhas escutam a minha voz. Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Eu dou-lhes a vida eterna e nunca hão-de perecer e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que Mas deu, é maior do que todos e ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai. Eu e o Pai somos um só».”
Palavra da Salvação



Sem comentários:

Enviar um comentário