sábado, 2 de abril de 2016

DOMINGO, 3 DE ABRIL DE 2016

(2º Domingo da Páscoa ou da Divina Misericórdia)



Que a paz esteja com vocês!

O medo impede o anúncio e o testemunho. Jesus liberta do medo, mostrando que o amor doado até à morte é sinal de vitória e alegria. Depois, convoca os seus seguidores para a missão no meio do mundo, infunde neles o Espírito da vida nova e mostra-lhes o objectivo da missão: continuar a actividade dele, provocando o julgamento. De facto, a aceitação ou recusa do amor de Deus, trazido por Jesus, é o critério do discernimento que leva o homem a tomar consciência da sentença que cada um atrai para si próprio: a sentença de libertação ou de condenação. Tomé simboliza aqueles que não acreditam no testemunho da comunidade e exigem uma experiência particular para acreditar. Jesus, porém, revela-se a Tomé dentro da comunidade. Todas as gerações do futuro acreditarão em Jesus vivo e ressuscitado através do testemunho da comunidade cristã. O autor conclui o relato da vida de Jesus, chamando a atenção para o conteúdo e a finalidade do seu evangelho, que contém apenas alguns dos muitos sinais realizados por Jesus. E estes aqui foram narrados para despertar o compromisso da fé que leva a experimentar a vida trazida por Jesus. Esta narrativa da aparição do ressuscitado aos discípulos reunidos está presente também no evangelho de Lucas. De modo muito sucinto ela foi inserida no apêndice do evangelho de Marcos. João destaca as portas fechadas por medo dos judeus. Assim deixa transparecer o contexto de perseguição que sofriam, o que também acontecia com as comunidades no tempo em que João escreve. A presença do ressuscitado e a comunicação da paz fortalecem a fé dos discípulos. Mostrando as chagas das mãos e do lado, o ressuscitado confirma a sua identificação com Jesus de Nazaré, revelando a continuidade da sua vida no seio do Pai eterno. A partir da experiência de Tomé, Jesus proclama a bem-aventurança da fé daqueles que não viram e creram. A continuidade do ministério de Jesus é registada no livro de Actos do Apóstolos. Temos aí um sumário da missão, com referência explícita a Pedro. Como em Jesus, as curas e exorcismos são sinais da acção libertadora dos apóstolos. O Apocalipse apresenta o ressuscitado como o vitorioso final num combate celestial. Com este estilo literário, procura-se animar a fé e a resistência das comunidades que sofriam perseguição da parte dos judeus e dos romanos, no fim do primeiro século. Jesus comunica aos discípulos a Paz e o Espírito. Os discípulos são enviados em missão, com o conforto do Espírito. As suas comunidades são responsáveis pela prática da misericórdia no acolhimento dos pecadores convidados à conversão. A partir da experiência de Tomé, Jesus proclama a bem-aventurança da fé. Começa o tempo dos bem-aventurados que não o viram e creram nele.


LEITURA I – Actos 5, 12-16

Cada vez mais gente aderia ao Senhor pela fé, uma multidão de homens e mulheres

Uma das características mais salientes da comunidade primitiva era o poder de realizar milagres, que os Apóstolos tinham. Por esse poder especial, a presença de Jesus Ressuscitado impunha-se duma forma sensível. Era d’Ele que lhes vinha, com efeito, esse poder, de harmonia com o que lhes havia prometido (Mc. 16, 18).
Mas não era apenas graças a estes prodígios que o número de crentes aumentava. A Igreja crescia ainda mais, graças à acção, que os Apóstolos exerciam sobre os corações, com o dom do Espírito Santo.

Leitura dos Actos dos Apóstolos
“Pelas mãos dos Apóstolos realizavam-se muitos milagres e prodígios entre o povo. Unidos pelos mesmos sentimentos, reuniam-se todos no Pórtico de Salomão; nenhum dos outros se atrevia a juntar-se a eles, mas o povo enaltecia-os. Uma multidão cada vez maior de homens e mulheres aderia ao Senhor pela fé, de tal maneira que traziam os doentes para as ruas e colocavam-nos em enxergas e em catres, para que, à passagem de Pedro, ao menos a sua sombra cobrisse alguns deles. Das cidades vizinhas de Jerusalém, a multidão também acorria, trazendo enfermos e atormentados por espíritos impuros e todos eram curados.”
Palavra do Senhor

LEITURA II – Ap 1, 9-11a.12-13.17-19

Estive morto, mas eis-Me vivo pelos séculos dos séculos

A fé dos cristãos da Ásia Menor, naqueles fins do século I, estava exposta a sérios perigos. Ao golpe da perseguição vinha juntar-se a ameaça de erros doutrinais (1 Jo. 2, 22-23).
Desejando confortar os seus irmãos, o Apóstolo S. João dirige-se-lhes, da ilha de Patmos, onde está exilado, para lhes garantir, por revelação divina, que Cristo Ressuscitado, vencedor da morte, está presente nas comunidades cristãs, que vivem d’Ele, de tal sorte que as potências do mal serão vencidas e a Igreja triunfará com Cristo.

Leitura do Livro do Apocalipse
“Eu, João, vosso irmão e companheiro nas tribulações, na realeza e na perseverança em Jesus, estava na ilha de Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. No dia do Senhor fui movido pelo Espírito e ouvi atrás de mim uma voz forte, semelhante à da trombeta, que dizia: «Escreve num livro o que vês e envia-o às sete Igrejas». Voltei-me para ver de quem era a voz que me falava; ao voltar-me, vi sete candelabros de ouro e, no meio dos candelabros, alguém semelhante a um filho do homem, vestido com uma longa túnica e cingido no peito com um cinto de ouro. Quando o vi, caí a seus pés como morto. Mas ele poisou a mão direita sobre mim e disse-me: «Não temas. Eu sou o Primeiro e o Último, o que vive. Estive morto, mas eis-Me vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e da morada dos mortos. Escreve, pois, as coisas que viste, tanto as presentes como as que hão-de acontecer depois destas».”
Palavra do Senhor

EVANGELHO – Jo 20, 19-31

Oito dias depois, veio Jesus...

À semelhança de Tomé, muitas vezes, na nossa vida nos deixamos dominar pelo desânimo, chegando mesmo a afastarmo-nos dos irmãos.
Se acreditássemos, verdadeiramente, na Ressurreição, a nossa existência estaria marcada por essa consoladora realidade. A alegria pascal seria uma constante, em todos os momentos; a fé na vida prevaleceria sobre o desânimo, sobre o cansaço; a união na Igreja seria mais autêntica, mais forte; e as relações entre os crentes não seriam envenenadas pelo individualismo, mas inspiradas pelo desejo de tudo compartilharmos com aqueles que receberam a mesma vida nova, a vida de Cristo Ressuscitado.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
“Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos». Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto». Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.”
Palavra da Salvação



Sem comentários:

Enviar um comentário