sábado, 29 de outubro de 2016

A revolução no coração do homem




DOMINGO XXXI DO TEMPO COMUM

Uma revolução não violenta
Hoje, porém, apresenta-se um problema grave, particularmente agudo em certas zonas: que fazer quando o rico não age como Zaqueu, não se converte, quando a falta de amor de alguns cai sobre muitos sob a forma de fome, subdesenvolvimento, opressão?
Será possível amar ao mesmo tempo a vítima e o carrasco? O amor dos pobres não impõe a eliminação violenta dos exploradores? “Ora, os que, por amor dos pobres, eliminam violentamente, estarão seguros de não agir depois por uma agressividade destrutiva? Uma vez eliminados com violência os pecadores, surgirá ‘automaticamente’ aquela geração de santos que saibam amar?
A experiência histórica e a razão dizem que não. O homem novo, o homem capaz de amar ainda será o resultado de uma ‘conversão interior’”.
Este pecado será tanto mais verdadeiro e radical quanto mais surgir em quem pecou o desgosto por aquilo que fez, simultaneamente com a visão das graves consequências de suas más acções.
O evangelho não nos dá normas sobre “como fazer justiça”. Isso não quer dizer que o cristão deva acomodar-se, aceitando as situações e a sociedade tal como Paulo VI admoesta: “A situação presente deve ser enfrentada corajosamente, devem ser combatidas e vencidas as injustiças que comporta. O desenvolvimento exige transformações audazes, profundamente inovadoras. Devem ser empreendidas, sem tardar, reformas urgentes. Que cada um tome generosamente sua parte
Em suma, o mandamento do amor exige uma activa e radical transformação do mundo. Mas uma coisa é afirmar uma exigência revolucionária, outra é tomar o caminho que se exprime no recurso à violência.

LEITURA I – Sab 11, 22 – 12, 2

«De todos Vos compadeceis, porque amais tudo o que existe»

De novo, a palavra de Deus nos quer convencer do seu amor para com os homens, e particularmente para com os mais pecadores. Deus não quer que ninguém se perca, porque a todos ama. “Se tivesse detestado alguma criatura não a teria formado”. Até a correcção com que nos castiga é um modo de nos chamar a Si.

Leitura do Livro da Sabedoria
“Diante de Vós, Senhor, o mundo inteiro é como um grão de areia na balança, como a gota de orvalho que de manhã cai sobre a terra. De todos Vos compadeceis, porque sois omnipotente, e não olhais para os seus pecados, para que se arrependam. Vós amais tudo o que existe e não odiais nada do que fizestes; porque, se odiásseis alguma coisa, não a teríeis criado. E como poderia subsistir, se Vós não a quisésseis? Como poderia durar, se não a tivésseis chamado à existência? Mas a todos perdoais, porque tudo é vosso, Senhor, que amais a vida. O vosso espírito incorruptível está em todas as coisas. Por isso castigais brandamente aqueles que caem e advertis os que pecam, recordando-lhes os seus pecados, para que se afastem do mal e acreditem em Vós, Senhor.”
Palavra do Senhor

LEITURA II – 2 Tes 1, 11 – 2, 2

O nome de Cristo será glorificado em vós, e vós n’Ele

S. Paulo quer corrigir certos rumores sobre a vinda do Senhor, que alguns começavam a entender mal. Em qualquer caso, a glória que o Senhor há-de encontrar neles e eles no Senhor será que Ele, quando vier, os possa encontrar dignos da sua vocação cristã.

Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses
“Irmãos: Oramos continuamente por vós, para que Deus vos considere dignos do seu chamamento e, pelo seu poder, se realizem todos os vossos bons propósitos e se confirme o trabalho da vossa fé. Assim o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo será glorificado em vós, e vós n’Ele, segundo a graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo. Nós vos pedimos, irmãos, a propósito da vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo e do nosso encontro com Ele: Não vos deixeis abalar facilmente nem alarmar por qualquer manifestação profética, por palavras ou por cartas, que se digam vir de nós, pretendendo que o dia do Senhor está iminente.”
Palavra do Senhor

EVANGELHO – Lc 19, 1-10

O Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido

A predilecção de S. Lucas pelos pecadores, em razão da atenção que Jesus lhes dá, é patente, uma vez mais, na passagem que hoje lemos. Com este episódio, somos todos convidados, a tomar parte na mesa do Senhor, particularmente na Eucaristia, com os sentimentos de Zaqueu. A salvação também quer entrar em nossa casa. Seremos capazes de abrir as portas do nosso coração a Cristo, nosso Redentor?

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
“Naquele tempo, Jesus entrou em Jericó e começou a atravessar a cidade. Vivia ali um homem rico chamado Zaqueu, que era chefe de publicanos. Procurava ver quem era Jesus, mas, devido à multidão, não podia vê-l’O, porque era de pequena estatura. Então correu mais à frente e subiu a um sicómoro, para ver Jesus, que havia de passar por ali. Quando Jesus chegou ao local, olhou para cima e disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa». Ele desceu rapidamente e recebeu Jesus com alegria. Ao verem isto, todos murmuravam, dizendo: «Foi hospedar-Se em casa dum pecador». Entretanto, Zaqueu apresentou-se ao Senhor, dizendo: «Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus bens e, se causei qualquer prejuízo a alguém, restituirei quatro vezes mais». Disse-lhe Jesus: «Hoje entrou a salvação nesta casa, porque Zaqueu também é filho de Abraão. Com efeito, o Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido».”
Palavra da Salvação



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