13.º Domingo do tempo comum – 2
Julho 2017
“A PRIMEIRA
VOCAÇÃO DO CRISTÃO É SEGUIR JESUS”
São importantes, mas não absolutos, os laços familiares. Quanto mais a
criança cresce para a maturidade e autonomia humanas e espirituais, tanto mais
a sua vocação individual, que vem de Deus, se afirma com nitidez e força. Os
pais devem respeitar este chamamento e apoiar a resposta dos filhos para o
seguir. Hão-de convencer-se de que a primeira vocação do cristão é seguir Jesus:
«Quem ama o pai ou a mãe mais do que a
Mim, não é digno de Mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim, não é
digno de Mim» (Mt 10, 37). Tornar-se discípulo de Jesus é aceitar o convite
para pertencer à família de Deus, para viver em conformidade com a sua maneira
de viver: «Todo aquele que fizer a
vontade do meu Pai que está nos céus é que é meu irmão e minha irmã e minha mãe»
(Mt 12, 49). Os pais devem acolher e respeitar, com alegria e acção de graças,
o chamamento que o Senhor fizer a um dos seus filhos, para O seguir na
virgindade pelo Reino, na vida consagrada ou no ministério sacerdotal.
Pelo Baptismo, o cristão é sacramentalmente assimilado a Jesus que, no
seu baptismo, antecipa a sua morte e ressurreição. Deve entrar neste mistério
de humilde abatimento e de penitência, descer à água com Jesus, para de lá
subir com Ele, renascer da água e do Espírito para se tornar, no Filho, filho-amado
do Pai e «viver numa vida nova» (Rm
6, 4): «Sepultemo-nos com Cristo pelo
Baptismo, para com Ele ressuscitarmos; desçamos com Ele, para com Ele sermos
elevados; tornemos a subir com Ele, para n’Ele sermos glorificados». «Tudo o que se passou com Cristo dá-nos a
conhecer que, depois do banho de água, o Espírito Santo desce sobre nós do alto
dos céus e, adoptados pela voz do Pai, tornamo-nos filhos de Deus». O
Baptismo, cujo sinal original e pleno é a imersão, significa eficazmente a
descida ao túmulo, por parte do cristão que morre para o pecado com Cristo, com
vista a uma vida nova. «Fomos sepultados
com Ele, pelo Baptismo, na sua morte, para que, assim como Cristo ressuscitou
dos mortos, pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova» (Rm 6, 4).
Os crentes que respondem à Palavra de Deus e se tornam membros do Corpo de
Cristo, ficam estreitamente unidos a Cristo: «Neste Corpo, a vida de Cristo difunde-se nos crentes, unidos pelos
sacramentos, dum modo misterioso e real, a Cristo sofredor e glorificado».
Isto verifica-se particularmente no Baptismo, que nos une à morte e
ressurreição de Cristo, e na Eucaristia, pela qual, «participando realmente no
Corpo de Cristo», somos elevados à comunhão com Ele e entre nós.
O santo Baptismo é o fundamento de toda a vida cristã, o pórtico da vida
no Espírito («vitae spiritualis ianua
– porta da vida espiritual») e a porta que dá acesso aos outros sacramentos.
Pelo Baptismo somos libertos do pecado e regenerados como filhos de Deus;
tornamo-nos membros de Cristo e somos incorporados na Igreja e tornados
participantes na sua missão. «Baptismus
est sacramentum regenerationis per aquam in Verbo – O Baptismo pode
definir-se como o sacramento da regeneração pela água e pela Palavra».
Desde o dia de Pentecostes que a Igreja vem celebrando e administrando o
santo Baptismo. Com efeito, São Pedro declara à multidão, abalada pela sua
pregação: «convertei-vos e peça cada um
de vós o Baptismo em nome de Jesus Cristo, para vos serem perdoados os pecados.
Recebereis então o dom do Espírito Santo» (Act 2, 38). Os Apóstolos e os
seus colaboradores oferecem o Baptismo a quem quer que acredite em Jesus:
judeus, pessoas tementes a Deus, pagãos.
O Baptismo aparece sempre ligado à fé: «Acredita no Senhor Jesus e serás
salvo juntamente com a tua família», declara São Paulo ao seu carcereiro em
Filipos. E a narrativa continua: «o carcereiro
[…] logo recebeu o Baptismo,
juntamente com todos os seus» (Act 16, 31-33).
Segundo o apóstolo São Paulo, pelo Baptismo o crente comunga na morte de Cristo;
é sepultado e ressuscita com Ele: «Todos
nós, que fomos baptizados em Cristo Jesus, fomos baptizados na sua morte. Fomos
sepultados com Ele pelo baptismo na morte, para que, assim como Cristo
ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova»
(Rm 6, 3-4). Os baptizados «revestem-se de Cristo». Pelo Espírito Santo, o
Baptismo é um banho que purifica, santifica e justifica.
A graça do Espírito Santo tem o poder de nos justificar, isto é, de nos
lavar dos nossos pecados e de nos comunicar «a justiça de Deus pela fé em Jesus
Cristo» e pelo Baptismo: «Se morremos com Cristo, acreditamos que também com
Ele viveremos, sabendo que, uma vez ressuscitado dos mortos, Cristo já não
morre; a morte já não tem domínio sobre Ele. Porque, na morte que sofreu,
Cristo morreu para o pecado de uma vez para sempre; mas a sua vida é uma vida
para Deus. Assim vós também, considerai-vos mortos para o pecado e vivos para
Deus, em Cristo Jesus» (Rm 6, 8-11).
MISSA
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ANTÍFONA DE ENTRADA – Salmo 46, 2
Louvai o Senhor, povos de toda a terra,
aclamai a Deus com brados de alegria.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor,
que pela vossa graça nos tornastes filhos da luz, não permitais que sejamos envolvidos pelas
trevas do erro, mas permaneçamos sempre
no esplendor da verdade.
Por Nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
LEITURA I – 2 Reis 4, 8-11.14-16a
“Este é um santo homem de
Deus: poderá cá ficar”
A hospitalidade é uma das
virtudes mais humanas e de grande tradição entre os antigos, como a leitura
mostra, certamente porque, na vida da gente desse tempo, os apoios para quem
viajava eram muito deficientes; mas ela é também das virtudes mais cristãs. É
uma forma excelente de exercer a caridade para com o próximo. Na pessoa do
próximo é o próprio Senhor que Se recebe.
Leitura do Segundo Livro dos
Reis
“Certo dia, o profeta Eliseu
passou por Sunam. Vivia lá uma distinta senhora, que o convidou com insistência
a comer em sua casa. A partir de então, sempre que por ali passava, era em sua
casa que ia tomar a refeição. A senhora disse ao marido: «Estou convencida de
que este homem, que passa frequentemente pela nossa casa, é um santo homem de
Deus. Mandemos-lhe fazer no terraço um pequeno quarto com paredes de tijolo,
com uma cama, uma mesa, uma cadeira e uma lâmpada. Quando ele vier a nossa
casa, poderá lá ficar». Um dia, chegou Eliseu e recolheu-se ao quarto para
descansar. Depois perguntou ao seu servo Giezi: «Que podemos fazer por esta
senhora?». Giezi respondeu: «Na verdade, ela não tem filhos e o seu marido é de
idade avançada». «Chama-a» – disse Eliseu. O servo foi chamá-la e ela apareceu
à porta. Disse-lhe o profeta: «No próximo ano, por esta época, terás um filho
nos braços».”
Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 88 (89),
2-3.16-17.18-19 (R. 2a)
Refrão: Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor. (Repete-se)
Ou: Eu canto para sempre a bondade do Senhor. (Repete-se)
Cantarei
eternamente as misericórdias do Senhor
e para sempre
proclamarei a sua fidelidade.
Vós dissestes:
«A bondade está
estabelecida para sempre»,
no céu permanece
firme a vossa fidelidade. (Refrão)
Feliz do povo que
sabe aclamar-Vos
e caminha, Senhor,
à luz do vosso rosto.
Todos os dias
aclama o vosso nome
e se gloria com a
vossa justiça. (Refrão)
Vós sois a sua
força,
com o vosso favor
se exalta a nossa valentia.
Do Senhor é o nosso
escudo
e do Santo de
Israel o nosso rei. (Refrão)
LEITURA II – Rom 6, 3-4.8-11
“Sepultados
com Cristo pelo Baptismo, vivamos uma vida nova”
Esta passagem dá-nos
a doutrina fundamental sobre o Baptismo. Ele é o sacramento que nos faz
participar no sentido profundo da morte e ressurreição de Cristo. Por isso, o
baptizado torna-se membro de Cristo ressuscitado, o que faz com que a sua vida
seja uma vida nova para Deus, uma vez que morreu para tudo o que é do pecado.
Leitura da Epístola do apóstolo
S. Paulo aos Romanos
“Irmãos: Todos nós que fomos
baptizados em Jesus Cristo fomos baptizados na sua morte. Fomos sepultados com
Ele pelo Baptismo na sua morte, para que, assim como Cristo ressuscitou dos
mortos, pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova. Se morremos com
Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos; sabendo que, uma vez
ressuscitado dos mortos, Cristo já não pode morrer; a morte já não tem domínio
sobre Ele. Porque na morte que sofreu, Cristo morreu para o pecado de uma vez
para sempre; mas a sua vida, é uma vida para Deus. Assim, vós também,
considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Cristo Jesus.”
Palavra do Senhor
ALELUIA – 1 Pedro 2, 9
Refrão: Aleluia. (Repete-se)
Vós sois geração
eleita, sacerdócio real, nação santa,
para anunciar os
louvores de Deus,
que vos chamou das
trevas à sua luz admirável. (Refrão)
EVANGELHO – Mt 10, 37-42
“Quem
não toma a sua cruz não é digno de Mim. Quem vos recebe a Mim recebe”
A vida cristã é, ao
mesmo tempo, renúncia e conquista, perder e ganhar, como o foi para Jesus, que
morreu, dando a vida, mas a ganhou ressuscitando. Esta atitude de não fazer dos
seus interesses o primeiro critério de bem manifesta-se particularmente na
atenção que se despende em favor dos irmãos, pois sabemos que, acolhendo-os,
acolhemos ao Senhor.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus
Cristo segundo São Mateus
“Naquele tempo, disse Jesus aos
seus apóstolos: «Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim;
e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim, não é digno de Mim. Quem não
toma a sua cruz para Me seguir, não é digno de Mim. Quem encontrar a sua vida
há-de perdê-la; e quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la.
Quem vos recebe, a Mim recebe; e quem Me recebe, recebe Aquele que Me enviou.
Quem recebe um profeta por ele ser profeta, receberá a recompensa de profeta; e
quem recebe um justo por ele ser justo, receberá a recompensa de justo. E se
alguém der de beber, nem que seja um copo de água fresca, a um destes
pequeninos, por ele ser meu discípulo, em verdade vos digo: Não perderá a sua
recompensa».”
Palavra da Salvação
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus, que assegurais a eficácia
dos vossos sacramentos, fazei que este serviço divino seja digno dos mistérios
que celebramos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO – Salmo 102, 1
A minha
alma louva o Senhor,
todo o meu
ser bendiz o seu nome santo.
Ou – Jo 17, 20-21
Pai santo,
Eu rogo por aqueles que hão-de acreditar em Mim, para que sejam em Nós
confirmados na unidade e o mundo acredite que Tu Me enviaste.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei-nos,
Senhor, que o Corpo e o Sangue do vosso Filho, oferecidos em sacrifício e
recebidos em comunhão, nos dêem a verdadeira vida, para que, unidos convosco em
amor eterno, dêmos frutos que permaneçam para sempre.
Por Nosso Senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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