sábado, 28 de maio de 2016

NÃO MEREÇO QUE ENTRES EM MINHA CASA…




Domingo IX do Tempo Comum

NÃO MEREÇO QUE ENTRES EM MINHA CASA…

Todos os homens são chamados a entrar no Reino. Anunciado primeiro aos filhos de Israel, este Reino messiânico é destinado a acolher os homens de todas as nações. Para lhe ter acesso, é preciso acolher a Palavra de Jesus:
«A Palavra do Senhor compara-se à semente lançada ao campo: aqueles que a ouvem com fé e entram a fazer parte do pequeno rebanho de Cristo, já receberam o Reino; depois, por força própria, a semente germina e cresce até ao tempo da messe».
O Reino é dos pobres e pequenos, quer dizer, dos que o acolheram com um coração humilde. Jesus foi enviado para «trazer a Boa-Nova aos pobres» (Lc 4, 18). Declara-os bem-aventurados, porque «é deles o Reino dos céus» (Mt 5, 3). Foi aos «pequenos» que o Pai se dignou revelar o que continua oculto aos sábios e inteligentes. Jesus partilha a vida dos pobres, desde o presépio até à cruz: sabe o que é sofrer a fome, a sede e a indigência. Mais ainda: identifica-se com os pobres de toda a espécie, e faz do amor activo para com eles a condição da entrada no seu Reino.
Jesus convida os pecadores para a mesa do Reino: «Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores» (Mc 2, 17). Convida-os à conversão sem a qual não se pode entrar no Reino, mas por palavras e actos, mostra-lhes a misericórdia sem limites do Seu Pai para com eles e a imensa «alegria que haverá no céu, por um só pecador que se arrependa» (Lc 15, 7). A prova suprema deste amor será o sacrifício da sua própria vida, «pela remissão dos pecados» (Mt 26, 28).

A Igreja, sacramento universal de salvação

A palavra grega mysterion foi traduzida em latim por dois termos: mysterium e sacramentum. Na interpretação ulterior, o termo sacramentum exprime prevalentemente o sinal visível da realidade oculta da salvação, indicada pelo termo mysterium. Neste sentido, o próprio Cristo é o mistério da salvação: «Nem há outro mistério senão Cristo. A obra salvífica da sua humanidade santa e santificadora é o sacramento da salvação, que se manifesta e actua nos sacramentos da Igreja (que as Igrejas do Oriente chamam também «os santos mistérios»). Os sete sacramentos são os sinais e os instrumentos pelos quais o Espírito Santo derrama a graça de Cristo, que é a Cabeça, na Igreja que é o seu Corpo. A Igreja possui, pois, e comunica a graça invisível que significa; e é neste sentido analógico que é chamada «sacramento».


LEITURA I – 1 Reis 8, 41-43

Quando um estrangeiro vier a este templo, escutai-o

Esta leitura é tirada da célebre oração de Salomão, feita no dia da dedicação do Templo. Esta passagem põe em relevo o acolhimento que o Templo de Deus oferece mesmo aos de fora, aos que eram estranhos ao povo de Deus. No Antigo Testamento esta perspectiva era ainda difícil de admitir; no entanto, ela manifesta já que, se o Templo estava em Jerusalém, a cidade do povo de Deus, ele era sinal de que, desse povo, o conhecimento de Deus devia irradiar para o resto do mundo.

Leitura do Primeiro Livro dos Reis
“Naqueles dias, Salomão fez no templo a seguinte oração: «Quando um estrangeiro, embora não pertença ao vosso povo, Israel, vier aqui dum país distante por causa do vosso nome – pois ouvirão falar do vosso grande nome, da vossa mão poderosa e do vosso braço estendido –, quando vier orar neste templo, escutai-o do alto do Céu, onde habitais, e atendei os seus pedidos, a fim de que todos os povos da terra conheçam o vosso nome e Vos temam como o vosso povo, Israel, e saibam que o vosso nome é invocado neste templo que eu edifiquei».”
Palavra do Senhor

LEITURA II – Gal 1, 1-2.6-10

Se eu pretendesse agradar aos homens, não seria servo de Cristo

O Apóstolo previne a comunidade cristã contra desvios e infiltrações de falsos pregadores, que pretendiam espalhar erros e afastar aquela comunidade do Evangelho. A norma da fé não é o pregador, mas a palavra de Deus que ele há-de pregar. Nem interesses humanos, muito menos o espírito de inveja ou intriga podem perturbar a paz que é fruto da palavra do Senhor.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Gálatas
“Irmãos: Paulo, apóstolo, não da parte dos homens, nem por intermédio de um homem, mas por mandato de Jesus Cristo e de Deus Pai que O ressuscitou dos mortos, e todos os irmãos que estão comigo, às Igrejas da Galácia: Surpreende-me que tão depressa tenhais abandonado Aquele que vos chamou pela graça de Cristo, para passar a outro evangelho. Não que haja outro evangelho; mas há pessoas que vos perturbam e pretendem mudar o Evangelho de Cristo. Mas se alguém – ainda que fosse eu próprio ou um Anjo do Céu – vos anunciar um evangelho diferente daquele que nós vos anunciamos, seja anátema. Como já vo-lo dissemos, volto a dizê-lo: Se alguém vos anunciar um evangelho diferente daquele que recebestes, seja anátema. Estarei eu agora a captar o favor dos homens ou o de Deus? Acaso procuro agradar aos homens? Se eu ainda pretendesse agradar aos homens, não seria servo de Cristo.”
Palavra do Senhor

EVANGELHO – Lc 7, 1-10

Nem em Israel encontrei tão grande fé

Aquela ideia de universalidade que aparecia já na oração de Salomão, na primeira leitura, encontra agora, nesta do Evangelho, a sua concretização mais completa: Jesus declara maior do que a fé de Israel a fé do centurião, um estrangeiro pagão. Mas a atenção que ele, a seu modo e na medida em que lhe era possível, prestara à palavra de Deus, fizera-o digno da admiração e do elogio de Jesus. Não há fronteiras para o reino de Deus, a não ser aquelas que a falta de fé possam levantar.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
“Naquele tempo, quando Jesus acabou de falar ao povo, entrou em Cafarnaum. Um centurião tinha um servo a quem estimava muito e que estava doente, quase a morrer. Tendo ouvido falar de Jesus, enviou-Lhe alguns anciãos dos judeus para Lhe pedir que fosse salvar aquele servo. Quando chegaram à presença de Jesus, os anciãos suplicaram-Lhe insistentemente: «Ele é digno de que lho concedas, pois estima a nossa gente e foi ele que nos construiu a sinagoga». Jesus acompanhou-os. Já não estava longe da casa, quando o centurião Lhe mandou dizer por uns amigos: «Não Te incomodes, Senhor, pois não mereço que entres em minha casa, nem me julguei digno de ir ter contigo. Mas diz uma palavra e o meu servo será curado. Porque também eu, que sou um subalterno, tenho soldados sob as minhas ordens. Digo a um: ‘Vai’ e ele vai, e a outro: ‘Vem’ e ele vem, e ao meu servo: ‘Faz isto’ e ele faz». Ao ouvir estas palavras, Jesus sentiu admiração por ele e, voltando-se para a multidão que O seguia, exclamou: «Digo-vos que nem mesmo em Israel encontrei tão grande fé». Ao regressarem a casa, os enviados encontraram o servo de perfeita saúde.”
Palavra da Salvação



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