sábado, 10 de janeiro de 2015

LITURGIA DA PALAVRA – Baptismo do Senhor




(Domingo do Baptismo do Senhor, 11 de Janeiro de 2015)


Tu és o meu Filho muito amado: em Ti pus a minha complacência

LEITURA I – Is 42, 1-4.6-7

Eis o meu servo, enlevo da minha alma

No Baptismo que recebeu das mãos de João, Jesus manifesta-Se como sendo Aquele que o profeta anunciara: o Servo de Deus, que desce à água no meio dos pecadores para inaugurar a obra da redenção que o Pai Lhe confiara, e, ao mesmo tempo, o Filho bem-amado, sobre quem repousa o Espírito de Deus, para que Ele seja portador da Boa Nova da salvação a toda a Terra.

Leitura do Livro de Isaías
1«Eis o meu servo[1], que Eu amparo, o meu eleito, que Eu preferi. Fiz repousar sobre ele o meu espírito, para que leve às nações a verdadeira justiça.
2Ele não gritará, não levantará a voz, não clamará nas ruas. 3Não quebrará a cana rachada, não apagará a mecha que ainda fumega. Anunciará com toda a fidelidade a verdadeira justiça. 4Não desanimará, nem desfalecerá, até estabelecer na terra o direito, as leis que os povos das ilhas esperam dele[2].
6Eu, o SENHOR, chamei-te por causa da justiça, segurei-te pela mão; formei-te e designei-te como aliança de um povo e luz das nações; 7para abrires os olhos aos cegos, para tirares do cárcere os prisioneiros, e da prisão, os que vivem nas trevas.”

LEITURA II – Actos 10, 34-38

Deus ungiu-O com o Espírito Santo

O Espírito Santo desceu sobre Jesus na hora do Baptismo e ungiu-O para que Ele pudesse começar o seu ministério e, por Ele, os homens fossem também baptizados não só na água, mas na água e no Espírito. A unção que o Espírito Santo confere a Jesus na hora do seu baptismo marca-O como “Messias”, isto é, “Ungido”, ou seja “Cristo”, e, faz d’Ele a fonte da unção com que o mesmo Espírito marcará os “cristãos”, os “ungidos”, membros de Cristo, sua Cabeça.

Leitura dos Actos dos Apóstolos
34Então, Pedro tomou a palavra e disse[3]: «Reconheço, na verdade, que Deus não faz acepção de pessoas, 35mas que, em qualquer povo, quem o teme e põe em prática a justiça, lhe é agradável. 36Enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando-lhes a Boa-Nova[4] da paz, por Jesus Cristo, Ele que é o Senhor de todos. 37Sabeis o que ocorreu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou: 38como Deus ungiu com o Espírito Santo[5] e com o poder a Jesus de Nazaré, o qual andou de lugar em lugar, fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo diabo, porque Deus estava com Ele.”

EVANGELHO – Mc 1, 7-11

Tu és o meu Filho muito amado: em Ti pus a minha complacência

O Baptismo de Jesus inaugura a sua vida pública. Ao fazer-Se homem, Ele tornou-Se solidário com os homens. Por isso, não receou descer à água do Baptismo no meio dos pecadores, mas para os elevar à dignidade de filhos de Deus. Estes dois aspectos estão bem claros no Baptismo do Senhor. Jesus desce à água, o Pai apresenta-O como seu Filho, o Céu abre-se e o Espírito Santo desce sobre Ele. A pomba é apenas a imagem sob a qual o Espírito Se manifesta. A palavra do Pai revela, de maneira autêntica, o mistério e a missão de Jesus. O baptismo do Senhor é uma das grandes “epifanias” ou “manifestações” de Jesus.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
7E pregava assim: «Depois de mim vai chegar outro que é mais forte do que eu, diante do qual não sou digno de me inclinar para lhe desatar as correias das sandálias. 8Eu baptizei-vos em água, mas Ele há-de baptizar-vos no Espírito Santo.»
9Por aqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi baptizado por João no Jordão.
10Quando saía da água, viu serem rasgados[6] os céus e o Espírito descer sobre Ele como uma pomba. 11E do céu veio uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado, em ti pus todo o meu agrado.»”





[1] PRIMEIRO CÂNTICO DO SERVO. O Dêutero-Isaías contém quatro oráculos (poemas) sobre o Servo de Javé: v.1-4; 49,1-6; 50,4-11; 52,13-53,12. Não é fácil identificar esta figura: o próprio profeta? O Israel histórico? O Israel ideal? O NT identifica-o com Jesus Cristo, associando mormente o último oráculo com o Cristo da Paixão. Sobre o v.1, ver Mt 3,17.
[2] Comparar com Mt 12,18-21;17,5.
[3] Deus não tem em consideração os laços nacionais, a situação social ou outra (Lc 20,21), mas a pessoa em si. O que torna a pessoa agradável a Deus não é a pureza ou impureza legais, mas o temor de Deus e a justiça.
[4] Inicia um novo exemplo de pregação apostólica. Depois de uma afirmação sobre o sentido da vinda de Jesus, o discurso evoca as etapas do seu ministério segundo o plano dos Sinópticos (v.37-39a), com referência à morte, à ressurreição, às aparições e à missão confiada aos Apóstolos (v.39b-42), terminando com um apelo à fé confirmada pelo testemunho dos profetas (v.43). A Palavra de Deus anunciada pelos profetas (Sl 107,20; 147,18; Is 52,7) encerra uma mensagem de salvação (13,26.47) dirigida a todas as pessoas sem excepção, porque Jesus é Senhor de todos.
[5] A descida do Espírito sobre Jesus no momento do baptismo é vista como uma unção (4,25-26). De modo semelhante, o Espírito desce sobre os incircuncisos que escutam Pedro (v.44; 2,33.38; Lc 7,22-23).
[6] Esta teofania, com a presença das três divinas Pessoas, revela o mistério de Jesus de Nazaré: Deus Pai, com o Espírito Santo, apresenta-o solenemente como seu Filho, que assim inaugura a vida pública. Segundo Lc 3,21, isto aconteceu quando Jesus estava em oração. Em Mt 3,17, a voz do céu é dirigida às pessoas que estão presentes. Sobre as teofanias, ver Ex 19,16-18; 2 Sm 22,1; Is 6,4; Mt 26,64; Lc 4,3-4; Act 2,3. Sobre os céus rasgados, ver Is 63,19.

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