sábado, 24 de janeiro de 2015

LITURGIA DA PALAVRA – DOMINGO III DO TEMPO COMUM




(Domingo III, 25 de Janeiro de 2015)


Está próximo o reino de Deus

LEITURA I – Jonas 3, 1-5.10

Os habitantes de Nínive converteram-se do seu mau caminho

O “Tempo Comum” retoma, em cada ano, a leitura de um dos Evangelhos chamados sinópticos: este ano, o de S. Marcos, a partir precisamente deste terceiro Domingo. Como é conhecido, no Tempo Comum a primeira leitura é normalmente escolhida em ligação com a do Evangelho. Ora, S. Marcos começa o seu Evangelho pelo grande convite de Jesus à penitência, isto é, à conversão. Daí que esta primeira leitura nos apresente igualmente a mensagem da penitência, tão claramente anunciada pelo profeta e tão exemplarmente escutada por aqueles a quem ele a dirigiu.

Leitura da Profecia de Jonas
1A palavra do SENHOR foi dirigida pela segunda vez a Jonas, nestes termos: 2«Levanta-te e vai a Nínive, à grande cidade e apregoa nela o que Eu te ordenar.» 3Jonas levantou-se e foi a Nínive, segundo a ordem do SENHOR. Nínive era uma cidade imensamente grande, e eram precisos três dias para a percorrer[1].
4Jonas entrou na cidade e andou um dia inteiro a apregoar: «Dentro de quarenta dias Nínive será destruída.» 5Os habitantes de Nínive acreditaram em Deus, ordenaram um jejum e vestiram-se de saco, do maior ao menor[2].
10Deus viu as suas obras, como se convertiam do seu mau caminho, e, arrependendo-se do mal que tinha resolvido fazer-lhes, não lho fez.”

LEITURA II – 1 Cor 7, 29-31

O cenário deste mundo é passageiro

Como já no Domingo anterior, a secção da carta apostólica que lemos como segunda leitura começa por se ocupar de casos concretos da comunidade a quem se dirige. Hoje, a propósito da atitude dos cristãos perante o casamento e o celibato consagrado, de que tratará no próximo Domingo, o Apóstolo começa por nos fazer reflectir sobre o sentido não definitivo da vida neste mundo.

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
29Eis o que vos digo, irmãos: o tempo é breve. De agora em diante, os que têm mulher, vivam como se não a tivessem; 30e os que choram, como se não chorassem; os que se alegram, como se não se alegrassem; os que compram, como se não possuíssem; 31os que usam deste mundo, como se não o usufruíssem plenamente. Porque este mundo de aparências está a terminar[3].”

EVANGELHO – Mc 1, 14-20

Arrependei-vos e acreditai no Evangelho

A Boa Nova do Evangelho de Jesus Cristo traz aos homens um ideal novo e nova luz para os seus caminhos. É por este caminho novo, que a palavra do Filho de Deus lhes aponta, que os homens hão-de sair da prisão escura em que o pecado os mantém e ser conduzidos ao mundo novo a que o Senhor os quer levar. Para isso, é necessário deixar para trás muita coisa e seguir o Senhor que chama, como logo fizeram os primeiros discípulos que Jesus chamou e que logo O seguiram.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
14Depois de João ter sido preso, Jesus foi para a Galileia, e proclamava o Evangelho de Deus, 15*dizendo: «Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo: arrependei-vos e acreditai no Evangelho.»[4]
16Passando ao longo do mar da Galileia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. 17E disse-lhes Jesus: «Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens.» 18Deixando logo as redes, seguiram-no.
19Um pouco adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco a consertar as redes, e logo os chamou. 20E eles deixaram no barco seu pai Zebedeu com os assalariados e partiram com Ele.”





[1] Três dias de caminho é expressão hiperbólica, para designar as grandes dimensões da cidade. Na verdade, o perímetro verdadeiro das muralhas não excedia 12km.
[2] Apesar de os oráculos do profeta serem apenas de ameaça, os habitantes de Nínive converteram-se e assim se realizaram os desígnios de Deus, que o homem não previa nem desejava. Esta conversão exemplar dos ninivitas será lembrada por Jesus em Mt 12,41; Lc 11,32. Aqui, como no Evangelho, ela contrasta com a incredulidade dos judeus. Ver Mt 12,38-42; Lc 11,30.
[3] O tempo é breve. É o que medeia entre a primeira e a segunda vinda de Cristo e esta última é imprevisível e está já, de algum modo, presente em Cristo ressuscitado. O cristão faz o que faz um pagão, mas com espírito diferente. Ao falar aqui da vida conjugal, Paulo não pretende retractar-se (v.3), mas acentuar que ela deve ser ordenada ao amor desinteressado e gratuito (Ef 5,21-33).
[4] Do Reino de Deus, que Jesus começa a implantar, se diz que está próximo. Nunca se diz nos Evangelhos em que consiste. É algo que não vem de maneira ostensiva, mas actua a partir do interior das pessoas (Lc 17,21). Pode dizer-se que é uma forma nova, definitiva, de relacionamento com Deus, por meio de Jesus Cristo "o que era, o que é e que há-de vir" (Ap 4,8). A conversão interior é condição imprescindível para nele se entrar (4,26-29; Mt 3,2; 6,10; Lc 17,20-21).

Sem comentários:

Enviar um comentário